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Economia

Copom deve elevar Selic em 0,50%, a 13,25% ao ano, aposta o mercado

Tom do comunicado, com o que deve acontecer nas próximas reuniões, é o que divide as opiniões do mercado

Data de publicação:15/06/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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A taxa básica de juros, a Selic, deve subir para 13,25% ao ano nesta quarta-feira, 15. Uma alta de 0,50 ponto percentual, em relação à de 12,75% em vigor, que o Banco Central já adiantou e faz parte das estimativas de consenso de economistas do mercado financeiro.

A decisão será anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), nesta quarta-feira, após o fechamento dos mercados.

Selic mercado
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Estado

Convictos de que a nova alta de 0,50 ponto na Selic são favas contadas, economistas do mercado estarão atentos ao comunicado que o Copom divulgará no fim da reunião. No documento, o colegiado do BC explica a decisão que tomou e tenta adiantar o que pode vir no encontro seguinte.

Um ponto que atrai a atenção e divide opiniões do mercado é até onde vai a alta dos juros e com qual nível de Selic. A duração do atual ciclo influencia as decisões dos gestores e a performance dos investimentos.

Porta aberta para nova alta

A maioria dos especialistas avalia que no comunicado o BC deixará a porta aberta para nova alta de 0,50 ponto porcentual na reunião seguinte, nos dias 2 e 3 de agosto. Mas nem todos estão alinhados com essa ideia.

O trader de renda fixa Mateus Bartolomeu é um dos que acreditam que o ciclo pode ser encerrado hoje. “Apesar do mercado estar precificando novo aumento de 25 bps em agosto, acreditamos que a alta da Selic termine em junho, a 13,25%”, opina.

A ala majoritária do mercado considera que, desta vez, o BC deve agir com cautela redobrada. Alguns acreditam que o comunicado não deve dar nenhuma indicação sobre os próximos passos de política monetária.

Outros acreditam que o BC tende a adiantar nova elevação em agosto, de mais 0,50 ponto, ou de 0,25 ponto, ou até mesmo sem sinalizar a magnitude.

A continuidade do ciclo vai depender principalmente da evolução do cenário externo, diz Carlos Macedo, economista da Warren Asset.

Ele aposta em uma alta de 0,50 ponto hoje e outra de mesmo calibre em agosto, no fim do ciclo, mas com uma ressalva.

“O surto inflacionário global, seguido da alta dos juros, inclusive pelo Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) pode colocar pressão adicional sobre o BC.”

Carlos Macedo, economista da Warren Asset

Ciclo próximo do fim?

O economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, também estima que o ciclo termine em agosto, com a Selic em 13,75% ao ano. “Mas tudo vai depender de como fica a economia (internacional e doméstica) como um todo”, em um acompanhamento cuidadoso de cenário pelo BC.

Para Lima, o BC deve avaliar se a economia interna perde força, após as seguidas altas dos juros, para dosar melhor a política monetária e a calibragem da Selic nesses próximos meses. Macedo, da Warren, destaca que a inflação ganhou fôlego com os estímulos fiscais e a alta das commodities.

O economista da Rio Bravo Investimentos, Luca Mercadante, também prevê alta de 0,50 ponto na Selic nesta quarta-feira e ciclo perto do fim. “Minha aposta é que o BC pare agora, em junho, mas podem permanecer abertos outros caminhos”, comenta.

Segundo ele, existe alguma possibilidade de que o ciclo seja estendido até agosto, mas também a probabilidade de que seja encerrado nesta quarta-feira.

“Se isso ocorrer, o BC deve deixar a Selic em patamar elevado por mais tempo que o previsto”, contrariando sua expectativa, a do economista, de que ela poderia passar a recuar na virada do ano.

Mercadante afirma que o barateamento de combustíveis e energia, com o provável corte de impostos, tende a aliviar a inflação neste ano. “Melhora o IPCA em 2022, mas joga a inflação para a frente”, avalia.

Como o horizonte de política monetária é 2023, o BC poderia subir mais os juros, mas não agora, pontua Mercadante. “O BC até poderia aumentar os juros agora, mas vai dar uma parada, para reavaliação do cenário. Se subir, só em 2023.”

Atratividade da renda fixa em alta

A renda fixa ganha maior atratividade com o avanço da Selic. Com a taxa básica em alta, aplicações remuneradas por juros, como títulos de renda fixa, públicos e privados, e fundos de renda fixa, passam a render mais.

Aplicações indexadas à Selic, como o Tesouro Selic, e os fundos DI, com a carteira formada por esses títulos, capturam rapidamente no rendimento a nova Selic.

O economista da Western Asset diz que “mais adiante os investimentos em renda fixa de forma geral vão dar um resultado altamente positivo”. Além de juro nominal elevado, tendem a embutir um ganho real bastante robusto, pela combinação de Selic alta e inflação em queda.

Com o IPCA em trajetória ainda incerta, porém, especialistas recomendam ativos financeiros que oferecem proteção ao dinheiro contra a inflação.

Opções como o Tesouro IPCA, que remunera com juro real prefixado e correção monetária, estão entre as recomendações. O mais indicado, indicam, é o título com vencimento em prazo intermediário, como o de 2026.

Papeis de prazos mais longos não são recomendados, porque estão sujeitos a maior volatilidade, em cenário de incertezas e turbulências.

A Selic muitas vezes é apenas uma taxa de referência. Como tal, expectativas sobre sua trajetória futura, refletida no que o mercado chama curva de juros, influencia o retorno dos ativos. Principalmente de aplicações com juros prefixados e prazos mais elásticos, as mais expostas a mudanças de cenário.

O sobe e desce da Selic

Se confirmada em 13,25% nesta quarta-feira, a Selic estará em nível mais elevado desde novembro de 2016, quando bateu em 13,75%. Nos últimos sete anos, no entanto, a taxa mais alta foi de 14,25% ao ano, que vigorou por mais de um ano, de julho de 2015 a setembro de 2016.

Outros períodos em que a taxa permaneceu engessada por períodos mais longos foi de março de 2016 a junho de 2017, 15 meses, ao nível de 6,50% ao ano. E mais recentemente, por 7 meses a Selic ficou em seu nível mais baixo desde que iniciada a série histórica, de 2% ao ano.

Aos 13,25%, o juro básico da economia estará no mesmo nível de março de 2015.

PeríodoSelicPeríodoSelicPeríodoSelicPeríodoSelic
mai/2212,75%mar/20 3,75%mar/18 6,50%mar/1614,25%
mar/2211,75%fev/20 4,25%fev/18 6,75%jan/1614,25%
fev/2210,75%dez/19 4,50%dez/17 7,00%nov/1514,25%
dez/21 9,25%out/19 5,00%out/17 7,50%out/1514,25%
out/21 7,75%set/19 5,50%set/17 8,25%set/1514,25%
set/21 6,25%jul/19 6,00%jul/17 9,25%jul/1514,25%
ago/21 5,25%jun/19 6,50%mai/1710,25%jun/1513,75%
jun/21 4,25%mai/19 6,50%abr/1711,25%abr/1513,25%
mai/21 3,50%mar/19 6,50%fev/1712,25%mar/1513,75%
mar/21 2,75%fev/19 6,50%jan/1713,00%jan/1512,25%
jan/21 2,00%dez/18 6,50%nov/1613,75%
dez/20 2,00%nov/18 6,50%out/1614,00%
out/20 2,00%set/18 6,50%set/1614,25%
set/20 2,00%ago/18 6,50%jul/1614,25%
ago/202,00%jun/18 6,50%jun/1614,25%
jun/202,25%mai/18 6,50%abr/1614,25%
Fonte: Banco Central

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Sobre o autor
Tom Morooka
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