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Sem avanço na pauta ESG, Vale não vai conseguir destravar crescimento no médio e longo prazos, diz especialista

Demanda por matéria prima por si só não será capaz de sustentar o crescimento da companhia

Data de publicação:14/06/2022 às 11:45 -
Atualizado 2 anos atrás
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Apesar da queda de 3,50% na sessão de ontem, a primeira da semana, as ações da Vale (VALE3) acumulam alta de 9,04% na cotação em 2022, muito em função do bom desempenho das commodities no ano.

No entanto, especialistas do mercado financeiro apontam que a demanda por matéria prima por si só não será capaz de sustentar o crescimento da companhia. A empresa, comandada por Eduardo Bartolomeo, precisa fazer avanços na pauta ESG, sobretudo na questão ambiental, para destravar o crescimento no médio e longo prazo.

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Alta das commodities somente não será suficiente para sustentar o crescimento da Vale, segundo especialistas - Foto: Ricardo Teles

A mineradora coleciona algumas tragédias ambientais em seu histórico, como os acidentes em Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019.

Caso a Vale seja bem-sucedida na implementação de novas práticas ambientais alinhadas à tecnologia "podemos estar diante de uma transformação muito importante e que poderá destravar valor para a companhia no longo prazo", avalia a Nord Research em análise sobre o assunto.

Atividades econômicas x agenda ESG

Segundo a casa de análises, com base na relevância cada vez maior do tema ESG (Ambiental, Social e Governança, em português), o grande desafio do setor de mineração nos próximos anos “será conciliar as atividades econômicas com práticas que se enquadram às demandas globais de ESG”.

“Nesse sentido, percebemos a Vale cada vez mais focada em melhorar suas práticas e encontrar formas de participar de cadeias produtivas que terão menor impacto no meio ambiente”, ressalta a Nord em análise dividida com seus seguidores em seu canal do Telegram.

E o grande norteador dessa transformação será a transição energética e a descarbonização, de acordo com a casa de análises.

“Hoje a indústria siderúrgica é responsável por 9% das emissões de COշ no planeta. A China, como principal consumidor de minério de ferro, vem buscando soluções para baixar emissões e uma das alternativas é o próprio minério da Vale, que é considerado um dos mais limpos no mercado”

Relatório da Nord sobre a Vale

Produtividade e dividendos

No entanto, segundo os analistas da casa, apesar de haver diversos projetos com foco em sustentabilidade ambiental no médio e longo prazo, “o que mais importa para o acionista não são os projetos em si, mas sim o volume de produção e os preços das commodities”.

No primeiro trimestre deste ano, a Vale registrou lucro líquido de US$ 4,458 bilhões no primeiro trimestre de 2022, queda de 19,6% na comparação anual. Em reais, o lucro da companhia atingiu R$ 23,16 bilhões, queda de 24,4% frente ao mesmo período do ano passado.

Apesar do desempenho abaixo do esperado, a mineradora está surfando a onda de alta das commodities no período.

Para este ano, a expectativa é de que a Vale registre um volume de produção de 330 milhões de toneladas de minério de ferro, com avanço de 20% no médio prazo, segundo a Nord, alcançando 400 milhões de toneladas.

Nos dividendos, um dos assuntos que mais levam os investidores a comprar ações da companhia – que segue presente na maioria das carteiras das casas de investimentos – a companhia segue em destaque, apesar da redução do montante distribuído

Somente no primeiro trimestre deste ano a empresa pagou US$ 3,6 bilhões ante US$ 4 bilhões distribuídos no mesmo período.

Porém, mesmo assim a companhia integrou a lista das dez maiores pagadoras de dividendos do mundo no período, segundo o relatório do Índice Global de Dividendos da gestora Janus Henderson.

Outros metais para os veículos elétricos

Além da redução das emissões do minério de ferro, existe uma tendência de crescimento na demanda por outros metais básicos que serão muito importantes para o crescimento da indústria de veículos elétricos.

“Para se produzir carros elétricos é necessário empregar seis vezes mais metais do que na produção de carros a combustão. Entre eles está o níquel, segundo maior produto da Vale”, enfatiza a Nord.

Recentemente, a Vale firmou uma parceria com a montadora americana Tesla para o fornecimento de níquel e que “eventualmente pode destravar valor para a companhia com novas (e maiores) parcerias”, ressalta a casa.

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Sobre o autor
Julia Zillig
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