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fundos DI
Fundos de Investimentos

Conheça 8 fundos DI que rendem mais de 12% em um ano e pagam o dobro da inflação no período

Ativos superam o CDI e proporcionam ganho real em torno de 6%

Data de publicação:02/12/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Alguns fundos DI se destacam com a escalada da Selic. Oito deles rendem mais de 12% em 12 meses. Um retorno que dá quase o dobro da inflação, embutindo juro real ao redor de 6%. E, de quebra, ganha também do benchmark dessa classe de ativos, o CDI.

É verdade que a Selic mesmo em alta, desde março de 2021, continuou apanhando da inflação até o fim do primeiro semestre deste ano. Foi quando o jogo virou. A Selic em alta assumiu a dianteira na corrida com o IPCA, em deflação, a partir de julho. Seguiram-se três meses seguidos de inflação negativa (queda de 0,68% em julho, de 0,36% em agosto e deflação de 0,29%, em setembro). E, como os juros devem ficar em níveis elevados por um tempo maior, esses fundos vão continuar em destaque.

Rendimento em 12 meses

fundos di

Saiba mais sobre os fundos DI líderes

O campeão em rentabilidade é o TG Liquidez I FI RF. O fundo da gestora TG Core Asset lidera o ranking de 12 meses, com ganho acumulado de 12,47%. É um fundo que, em termos nominais, remunera 100% acima da inflação. Descontado o IPCA de 6,04%, paga um juro real acima de 6%. E supera também o CDI de 11,89% acumulado no período.

O BTG Pactual Digital Tesouro Selic Simples FI RF, que completa a lista dos oito mais rentáveis, entregou um rendimento de 12,02% nos últimos 12 meses. A diferença de retorno entre o fundo que está na ponta e o que fecha o ranking é de apenas 0,45 ponto porcentual ou 0,40%.

Rentabilidade à parte, dois fundos têm patrimônio acima de bilhão. O Trend DI Simples FI RF, com 151.886 cotistas, detém patrimônio de R$ 8,469 bilhões; e o BTG Pactual Digital Tesouro Selic Simples FI RF faz gestão de R$ 3,461 bilhões de 30.258 cotistas.

Retorno em 2022

FundoRend. 2022Patrimônio em R$Cotistas
TG Liquidez11,56% 35,258 mi 7,62 mil
Vitreo Selic11,24%817,840 mi 14,71 mil
BTG Pactual Investmais11,22%114,947 mi 70,11 mil
Órama Simples11,19%285,721 mi 6,55 mil
Trend Simples11,18% 8,469 bi 151,88 mil
Trend INB Simples11,18%188,509 mi362,41 mil
PI Selic Simples11,17% 32,980 mi 4,52 mil
BTG Pactual Digital Tes. Selic11,14% 3,461 bi 30,24 mil
Fonte: Rastreador de Fundos da Mais Retorno

A curta distância que separa a rentabilidade desses fundos está ligada à composição da carteira. O ponto comum de gestão em todos é a alocação dos recursos do portfólio em Letras Financeiras do Tesouro (LFTs). São títulos da dívida pública federal, conhecidos na plataforma do Tesouro Direto como Tesouro Selic, indexados à taxa básica de juros, a Selic.

Rentabilidade foi turbinada pela alta da Selic

A alocação dos recursos nas LFTs obedeceu a uma estratégia dos gestores de pegar carona no ciclo de elevação dos juros. Como são títulos pós-fixados, o rendimento captou toda a alta da Selic nos últimos 12 meses.

No início dessa contagem, no fim de 2021, a Selic estava acomodada em 9,25% ao ano.  Em alta contínua ao longo de 2022, até agosto, a Selic encerrou o ciclo de aperto monetário equilibrada em 13,75% ao ano.

Os três meses consecutivos de deflação fez a inflação de 2022, de 5,49% acumulada até junho, encolher para 4,09%, em outubro. A queda do IPCA nesses meses foi consequência de medidas tributárias adotadas pelo governo que reduziram ou isentaram de impostos combustíveis e energia.

A escorregadela da inflação para o terreno negativo combinada com a continuidade do ciclo de alta da Selic encorpou o ganho real dos títulos indexados à taxa básica e dos fundos com esses ativos na carteira.

Manutenção dos juros elevados favorece os DI

A atratividade desses títulos e dos fundos que alocam o portfólio neles, como os fundos DI, avaliam especialistas, se mantém e deverá persistir até que o Banco Central inicie o processo de redução da Selic.

Inicialmente previsto pelo mercado para meados de 2023, o início do afrouxamento monetário tenderia a ser empurrado mais à frente, dependendo do arranjo fiscal no próximo ano. Expectativas negativas cercam a condução das contas públicas sob o novo governo, comandado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

A sinalização de aumento de gastos sem contrapartida em elevação de receitas ou corte de despesas tem levado os agentes econômico-financeiros a prever uma piora do risco fiscal. E isso poderia gerar uma pressão sobre a inflação e o Banco Central a adiar o corte da Selic.

Nos dias de maior estresse com o cenário fiscal, em período recente, a curva de juros futuros inverteu a esperada trajetória de cortes na Selic para a previsão de que até 15% no próximo ano. Uma expectativa que, se materializada, só tende a fortalecer ainda mais a atratividade dos fundos DI.

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Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.