Novembro foi o mês do ouro e euro; Bolsa fecha no negativo no ranking dos investimentos
Dólar fechou o mês com pequena variação positiva de 0,70% e renda fixa ajudou na travessia confortável do período
Em um ambiente de instabilidade temperado ainda pelo rescaldo da eleição presidencial e pela expectativa com as sinalizações na área econômica pelo novo governo em formação, o mercado financeiro fechou novembro com o ouro na ponta do ranking , com alta de 6,64%, no mês. O dólar, que costuma fazer dobradinha com o metal, andou apenas 0,70%.
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, recuou 3,06%, devolvendo boa parte da valorização de 5,45% de outubro. O Ibovespa sucumbiu ao cenário de incertezas político-econômicas, em que o destaque foram as preocupações com o ajuste das contas públicas.
A seguir, o desempenho das aplicações em novembro de acordo com os cálculos do administrador de investimentos Fabio Colombo.
Ativo/Indicador | Rendimento/Variação |
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1 - Ouro | 6,64% |
2 - Euro | 6,08% |
3 - Fundos DI * | de 0,97% a 1,11% |
4 - Títulos IPCA** | de 0,95% a 1,09% |
5 - CDBs* | de 0,94% a 1,08% |
6 - Fundos de Renda Fixa* | de 0,84% a 0,98% |
7 - Dólar | 0,70% |
8 - Poupança (líquido) | 0,65% |
9 - IPCA 8*** | 0,55% |
10 - IGP-M | -0,56% |
11 - Ibovespa | -3,06% |
12 - Fundos Imobiliários | -4,15% |
13 - Bitcoin | -16,42% |
As idas e vindas das discussões sobre o valor e o prazo da licença para gastar, a fim de bancar as promessas de campanha eleitoral, provocaram forte turbulência no mercado. “A PEC da Transição (que carrega no bojo essas propostas), gerou, pelo valor muito alto fora do teto de gastos, grande estresse nos mercados de juros, ações e dólar”, analisa Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital.
A escalada dos juros futuros, que reflete a expectativa futura dos agentes para a Selic, piora as condições financeiras das empresas e da dívida pública, o que pressiona o dólar e impacta o mercado de ações.
Quem fez uma travessia mais confortável nesse ambiente de turbulências pós-eleitoral foi o investidor da renda fixa. As aplicações conservadoras continuaram proporcionando atraente rentabilidade, nominal e real. Com um alento adicional. Alguns analistas acreditam que o Banco Central pode adiar o início de corte dos juros, previsto pelo mercado para meados de 2023, se houver uma piora das contas públicas.
Após esboçar uma recuperação em outubro, o bitcoin não teve sustentação. Voltou ao terreno negativo em novembro, com uma desvalorização de 16,42%.
Renda fixa lidera no ano
As aplicações de renda fixa lideram a rentabilidade no ano. Opções conservadoras, como fundos DI, fundos de renda fixa, CDBs e até a poupança, ocupam as primeiras posições no ranking de 2022.
O desempenho robusto da renda fixa é consequência da escalada da taxa básica. O processo de aperto monetário, que levou a Selic a 13,75% ao ano no fim do ciclo, em agosto, devolveu atratividade à renda fixa.
A puxada nos juros, combinada com a desaceleração da inflação – que passou também por três meses de deflação (em julho, agosto e setembro) –, fez a renda fixa retomar o juro real que o investidor havia deixado de embolsar nessa classe de ativos. Até a poupança voltou ao azul, embora esteja ainda entre as que pagam o menor rendimento.
Renda variável na lanterna em 2022
Os ativos de renda variável, que chegaram ao fim de novembro nas primeiras colocações, ficam deslocados, em uma espécie de tabela invertida, às últimas posições no ranking do ano.
O mais bem colocado no balanço do ano é o Ibovespa, o principal índice da B3. Embora tenha fechado novembro com queda de 3,06%, acumula uma valorização de 7,31% no ano.
Dólar e ouro estão com rentabilidade negativa, mas o destaque entre os de pior desempenho continua sendo o bitcoin, com desvalorização de 64,34% em 11 meses de 2022.
Ativo/Indicador | Rendimento/Variação |
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Fundos DI | 11,56% |
Fundos de Renda Fixa | 11,32% |
Títulos IPCA | 11,06% |
CDB | 11,01% |
Ibovespa | 7,31% |
Poupança | 7,14% |
IPCA | 5,28% |
IGP-M | 4,98% |
Fundos Imobiliários | 2,23% |
Dólar | -6,69% |
Ouro | -12,42% |
Euro | -14,23% |
Bitcoin |