Brasil tem a renda fixa mais lucrativa do mundo; ganho real de 10 fundos campeões em 12 meses supera 8%
O ganho real no País é de 8,70%, o dobro do que o do México, de 4,12%, que vem em segundo lugar no ranking mundial de juros reais
Com a inflação acumulada em 12 meses em 4,65% e a permanência do juro básico da economia em 13,75%, o Brasil é o país com o maior ganho real do planeta. Isso permite dizer que temos a renda fixa mais lucrativa do mundo, seja em fundos ou em títulos públicos e privados, que remuneram à base de juros. Veja o desempenho dos 10 fundos de renda fixa mais rentáveis em 12 meses, todos com ganho real acima de 8%.
Não se sabe por quanto tempo essas condições estarão disponíveis ao investidor, mais dias menos dias, o Banco Central pode iniciar o processo de corte na Selic, arrastando para baixo também a taxa de remuneração. Na opinião de especialistas, a queda pode acontecer já no segundo semestre deste ano, principalmente se a inflação se mostrar mais comportada.
No mundo, considerando as grandes economias, em apenas 8 países a taxa de juros supera a inflação. No Brasil, o ganho real é mais que o dobro do que o do México, o segundo no ranking; e o da índia é muito próximo de zero. Nos demais países não há ganho real, a taxa é negativa, abaixo da inflação. Os dados são do site Clube dos Poupadores.
País | Juro | Inflação | Ganho real | Risco |
Brasil | 13,75% | 4,65% | 8,70% | BB- |
México | 11,25% | 6,85% | 4,12% | BBB |
China | 3,65% | 0,70% | 2,93% | A+ |
Arábia Saudita | 5,50% | 3,00% | 2,43% | A |
Indonésia | 5,75% | 4,97% | 0,74% | BBB |
África do Sul | 7,75% | 7,00% | 0,70% | - |
Índia | 6,50% | 6,44% | 0,06% | BBB- |
Como reflexo direto, os investimentos com remuneração atrelada a juros, fundos e papeis, têm proporcionado um ganho real para ‘ninguém botar defeito’. A Mais Retorno fez um levantamento dos 10 fundos de renda fixa que lideram em rendimento nos últimos 12 meses para saber qual o ganho real proporcionado por eles.
São fundos da classe Simples, compostos por títulos do Tesouro, com risco praticamente zero, que seguem de muito perto o desempenho da Selic e com alta liquidez, a maioria permite saque a cada dia. Dificilmente o investidor encontra opções hoje no mercado que reúnam os três atributos de um bom investimento.
De um universo de 75 fundos, 53 operam há pelo menos 12 meses. E desse total, 27 têm rendimento superior a 13% em 12 meses; 10 renderam entre 12,96% e 12,01%; 14 renderam entre 11,99% e 11,08%: e 2 renderam na faixa de 10% (10,46% e 10,19%). Portanto todos eles com ganho real acima de 5,29%.
Os campeões
Os 10 fundos campeões têm rendimento muito próximo um do outro pela composição quase idêntica de suas carteiras, entre Tesouro Selic e Tesouro IPCA, o que muda são os porcentuais de cada papel e também uma pequena variação de Tesouro Prefixado.
Fundo | Rend. 12 meses | Ganho real |
Empiricus Selic | 13,38% | 8,34% |
BTG Pactual Investmais | 13,35% | 8,31% |
Trend DI Simples | 13,34% | 8,30% |
Trend INB | 13,32% | 8,28% |
PI Selic | 13,32% | 8,28% |
BTG Pac. Dig. Tesouro Selic | 13,29% | 8,26% |
Órama DI Simples | 13,27% | 8,24% |
Trend PE V | 13,26% | 8,23% |
Warren Tesouro Selic | 13,25% | 8,22% |
Magnetis Tesouro Selic | 13,25% | 8,22% |
Em período mais longo, de 2 anos, desde abril de 2021, os 10 fundos também superam o IPCA. Mas nem sempre foi assim, até setembro do ano passado, o rendimento deles era negativo em relação à inflação.
Fundos x poupança
Até mesmo o patinho feio da renda fixa, a poupança, conseguiu bater a inflação com uma certa folga no mesmo intervalo de tempo de 12 meses. Atualmente o rendimento da poupança corresponde a 0,5% de juros ao mês, 6,17% ao ano, mais a variação da Taxa Referencial (TR). Segundo estudos da plataforma TradeMap, a remuneração da poupança em 12 meses até março é de 8,33%, com um ganho real de 3,52%.
No entanto, em 24 meses, a aplicação perde para a inflação medida pelo IPCA, prejudicada pela fórmula de cáculo de seu rendimento: limitado a 70% da Selic, quando a taxa chegou a sua mínima histórica de 2% ao ano.
Na comparação com os fundos de renda fixa Simples, a poupança também fica em desvantagem. É verdade que a caderneta de poupança é a mais tradicional e popular das aplicações, mas os fundos oferecem as melhores condições.
Em rendimento, todos os 52 fundos Simples em operação há 12 meses renderam entre 13,38% e 10,19%, portanto acima dos 8,33% da poupança. Em termos de liquidez permitem saques em prazos muito curtos, de dois a três dias, e até a cada dia, sem perda de remuneração, enquanto na caderneta de poupança o saque tem de ser feito a cada mês sempre na data de abertura da conta para evitar prejuízo.
No quesito segurança, os fundos também não deixam nada a desejar porque têm títulos que são garantidos pelo Tesouro Nacional, embora não ofereçam a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito de até R$ 250 mil por CPF e banco. Na poupança, o FGC cobre o investidor dentro dessas condições em caso de quebra da instituição financeira.
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