Mercado Financeiro

Bolsa sobe 2,09% na semana animada com exterior e Vale; dólar cai 1,48%, a R$ 4,67

Perspectiva de continuidade das negociações entre Rússia e Ucrânia e elevação menor dos juros nos EUA favoreceram o mercado de ações

Data de publicação:01/04/2022 às 06:15 - Atualizado 3 anos atrás
Compartilhe:

A Bolsa de São Paulo viveu um dia firme e fechou com alta de 1,31%, aos 121.570 pontos. Com isso, na semana, a valorização acumulada ficou em 2,09%. Já o dólar caiu 1,97% e rompeu mais uma sustentação ao nível dos R$ 4,70, e ficou cotado a R$ 4,67. Na semana, a queda foi de 1,48%.

A perspectiva de retomada de negociações entre Rússia e Ucrânia e dados abaixo do esperado sobre o setor de trabalho nos Estados Unidos e confirmação de liberação de reservas de petróleo deram o tom aos mercados internacionais nesta sexta-feira. As principais bolsas fecharam em alta.

Foto: Envato

Os mercados iniciaram os negócios com a informação de retirada de tropas russas da capital e outras cidades ucranianas e de declarações do governo da Rússia de identificar progresso nas negociações com a Ucrânia.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta sexta-feira, que Kiev tem mostrado "muito mais entendimento" das demandas de Moscou, especialmente sobre as regiões separatistas e a neutralidade do governo ucraniano, ou seja, o compromisso de que a Ucrânia não se unirá a nenhuma aliança militar.

O Kremlin prepara agora resposta às propostas de Kiev feitas na última rodada de negociações, na terça-feira, 29, e vai apresentá-la no novo encontro entre os dois lados, que acontece virtualmente nesta sexta-feira. Essa sinalização e a ausência de bombardeios e novos ataques animaram as bolsas.

Payroll abaixo do esperado

Do outro lado do Atlântico, saiu a informação de que a economia americana criou 431 mil vagas de trabalho em março. Um resultado veio abaixo da projeção do mercado, de 490 mil novos postos. Na percepção do especialista em Renda Variável da Blue3, Dennis Esteves, isso alivia a pressão sobre o banco central americano, o Federal Reserve, no aumento de juros em sua próxima reunião.

"Uma economia não tão aquecida como o mercado esperava traz mais tranquilidade para o Fed não ter de pesar muito a mão na elevação dos juros e não aumentando os juros as empresas de tecnologia conseguem respirar um pouco mais", diz Esteves.

Também entre os fatores positivos, aponta o especialista, veio a confirmação dos Estados Unidos para a liberação de 180 milhões de barris de petróleo nos proximos seis meses para ajudar a conter a alta dos preços da commoditiy e segurar a inflação, que se mostra em elevação tanto nos EUA como na Europa.

A maioria das bolsas europeias fecharam em alta, e as americanas também: Dow Jones fechou com valorização de 0,40%; S&P 500, de 0,34%. Já a Nasdaq caiu 1,39%.

Valorização na B3

Por aqui os dados também foram positivos, com o crescimento da produção industrial em fevereiro. A alta foi de 0,7% e veio em linha com as projeções de analistas. Em relação a fevereiro de 2021 houve queda, de 4,3%, mas ainda assim um recuo menor do que o aguardado. No ano, a indústria teve uma queda de 5,8%.

Embora houvesse uma certa tensão em relação ao primeiro dia de greve do Banco Central, o que poderia atrapalhar especialmente as operações de transferências pelo PIX, e também expectativas com relação à MP que aumenta a CSLL dos bancos para até 25% para compensar o Refis do Simples conseguiram abalar o clima favorável na B3.

Rob Correa, analista de Investimentos, destaca o desempenho de Vale, que fechou com alta de 1,42%, favorecida pela valorização de mais de 3% do mínério de ferro na China, com a perspectiva de que Pequim seguirá adotando medidas de estímulos para impedir um desaquecimento brusco da economia.

Entre altas expressivas, Correa elenca a de Meliuz (CASH3 +9,38%) que teve o sinal verde do Banco Central para aquisição do Grupo Acesso, e também de Cielo (CIEL3 +8,04%) que, segundo ele, pode ser justificada pelo receio dos investidores de problemas nas operações com o Pix com a greve no BC.

O destaque negativo ficou com Petrobras (PETR3), que fechou com queda de 1,32% após dias seguidos de alta, com a troca de comando na empresa, mas que foi afetada pela queda no preço do petróleo.

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.