Bolsa fecha praticamente no zero a zero em dia de muita volatilidade; dólar subiu 1,08%
Investidores digeriram dados econômicos europeus e o Livro Bege, divulgado pelo Fed
Após uma sessão marcada pela volatilidade, a Bolsa fechou o pregão desta quarta-feira, 1, praticamente no zero a zero, com alta marginal de 0,01%, aos 111.359 pontos. Já o dólar encerrou o período com alta de 1,08%, cotado a R$ 4,804.
O dia foi marcado pela valorização das commodities - que compõem cerca de 30% do principal índice da B3 - que impulsionaram o viés positivo das ações da Vale e demais siderúrgicas, e da Petrobras.
O barril do petróleo Brent acumulou alta de 1,5% no dia, enquanto o minério de ferro passou a operar no terreno positivo, com perspectiva de melhora na atividade chinesa.
No entanto, aspectos como as incertezas com o cenário eleitoral – ainda confuso, na visão do especialista em finanças Rodrigo Simões – e a valorização da moeda americana pesaram no índice, causando volatilidade na Bolsa.
Por sua vez, o dólar subiu tendo um dos motivos o cenário internacional, com os Estados Unidos enviando armamentos para a Ucrânia. “É um tipo de decisão que complica ainda mais o cenário de crise internacional e desequilibra os mercados”, ressalta.
O dia na Bolsa
Maiores altas
Hypera (HYPE3) | +7,66% |
Weg (WEGE3) | +3,31% |
Usiminas (USIM5) | +2,74% |
Totvs (TOTS3) | +2,01% |
Raia Drogasil (RADL3) | +2,42% |
Maiores baixas
Azul (AZUL4) | -5,82% |
Banco Inter (BIDI11) | -4,69% |
Americanas S.A (AMER3) | -3,78% |
Gol (GOLL4) | -3,86% |
Assaí (ASAI3) | -2,65% |
Mercados internacionais: inflação e juros estiveram no radar
No âmbito internacional, as preocupações relacionadas à inflação e política monetária marcaram a quarta-feira.
Analista-chefe para mercados na CMC Markets, Michael Hewson observa que os ganhos no continente europeu derreteram à medida que a alta no índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial dos Estados Unidos, medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês), eliminou a possibilidade de uma pausa no ciclo de altas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em setembro.
Os dados econômicos europeus também não ajudaram a sustentar uma narrativa de "suavidade", disse Hewson.
Medidos pelo S&P Global, na leitura final para maio, o PMI industrial da zona do euro caiu no menor nível em 18 meses, enquanto os da Alemanha e Reino Unido também recuaram. A taxa de desemprego na zona do euro, por sua vez, ficou estável a 6,8% em abril. Em seu menor nível, o dado deve corroborar com alta de juros pelo BCE, avalia o ING.
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): -1,04% (438,72 pontos)
- FTSE 100 (Inglaterra): -0,98% (7.532 pontos)
- DAX (Alemanha): -0,33% (14.340 pontos)
- CAC 40 (França): -0,77% (6.418 pontos)
Nos Estados Unidos, os investidores digeriram a divulgação do Livro Bege pelo Fed e pela redução do balanço da autoridade monetária.
Segundo André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP, “o documento mostrou que o mercado de trabalho americano permanece pressionado, o que pode levar o Fed a adotar uma política monetária mais contracionista do que o previsto anteriormente, levando o país a uma recessão mais intensa”.
Com isso, Wall Street fechou o dia em queda, com os investidores avessos ao risco. / com Agência Estado
Bolsas americanas/fechamento
- S&P 500: -0,81% (409,59)
- Dow Jones: -0,54% (32.813 pontos)
- Nasdaq 100: -0,74% (12.548 pontos)
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