Bolsa fecha em queda de 0,75% e dólar em alta de 0,76%, seguindo o exterior
Em dia de agenda escassa tanto interna quanto lá fora, a Bolsa fechou o pregão desta segunda-feira, 10, em queda de 0,75%, aos 101.945 pontos, seguindo…
Em dia de agenda escassa tanto interna quanto lá fora, a Bolsa fechou o pregão desta segunda-feira, 10, em queda de 0,75%, aos 101.945 pontos, seguindo a movimentação do mercado internacional, que trafegou no terreno negativo ao longo de todo o dia e manteve essa tônica no encerramento de suas atividades. Já o dólar concluiu o dia em alta de 0,76%, cotado a R$ 5,674, após duas sessões consecutivas de baixa.
Os investidores seguiram cautelosos, no aguardo da divulgação dos dados da inflação dos Estados Unidos, que serão conhecidos nesta terça-feira, 11, assim como o IPCA de dezembro no Brasil.
Segundo analistas, o Ibovespa digeriu o recado que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), deu aos investidores sobre a alta de juros e a velocidade da retirada de estímulos à economia, que deve acontecer mais rapidamente do que o previsto. Na contramão das bolsas, o rendimento dos Treasuries de 10 anos atingiu um patamar próximo de 1,8%.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo Wall Street Journal, o presidente do Fed de Richond, Tom Barkin, considerou que pode haver alta de juros em março nos EUA. Desde a ata da reunião de dezembro do BC americano, as apostas do mercado nessa elevação em março têm aumentado.
Fechamento das bolsas americanas em 10 de janeiro de 2021
- S&P 500: - 0,12%
- Dow Jones: - 0,45%
- Nasdaq 100: + 0,14%
Segundo Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico, o movimento dos juros da maior economia do mundo impacta diretamente o mercado brasileiro. “Quando os juros americanos passam a pagar retornos maiores, o fluxo de capital estrangeiro para mercados emergentes diminui, pois fica mais vantajoso investir nos títulos mais seguros do mundo”.
Por lá, o mercado tomou conhecimento do índice de tendência de emprego do país, elaborado pelo Conference Board, que avançou de 115,64 em novembro a 116,3 em dezembro. A instituição de pesquisa destacou que o levantamento aponta para um mercado de trabalho mais forte em 2022, mas adverte que no curto prazo pode haver enfraquecimento por causa dos efeitos da variante ômicron.
Commodities em queda
Além do cenário internacional, ajudou a puxar o Ibovespa para baixo o fraco desempenho das ações das gigantes de commodities, como a Vale e a Petrobras, que fecharam a segunda-feira com desvalorização de 1,21% e 0,92%, respectivamente, refletindo a queda no preço do minério de ferro e petróleo ao longo do dia.
Ainda em relação à Vale, pesou a notícia de que a siderúrgica paralisou parcialmente a circulação de trens na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e produção dos sistemas Sudeste e Sul devido ao nível elevado de chuvas que atingem Minas Gerais.
Fechamento das commodities no mercado internacional
- Minério de ferro: -1,80% no porto chinês de Qindao, cotado a US$ 125,73/tonelada.
- Petróleo WTI: -0,54%, cotado a US$ 78,47/barril
- Petróleo Brent: - 0,76%, cotado a US$ 81,13/barril
Maiores altas e quedas da Bolsa nesta segunda-feira, 10
Maiores altas
Usiminas (USIM5) | +4,84% |
Fleury (FLRY3) | +3,50% |
CSN (CSNA3) | + 3,03% |
Pão de Açúcar (PCAR3) | + 2,11% |
PetroRio (PRIO3) | + 2,02% |
Maiores quedas
Banco Inter (BIDI11) | - 8,34% |
Magazine Luiza (MGLU3) | - 7,40% |
Méliuz (CASH3) | - 5,75% |
Hapvida (HAPV3) | - 5,75% |
Qualicorp (QUAL3) | - 4,91% |
Novas estimativas para a economia apontam juros mais pesados em 2022
Ao longo do dia, o mercado repercutiu a divulgação do novo boletim Focus durante a manhã. Os economistas consultados pelo Banco Central apontam um novo norte para a Selic em 2022, fechando o ano em 11,75%, ante expectativa de 11,50% na semana anterior.
A pesquisa também trouxe maior pessimismo com relação à atividade econômica. A expectativa para o crescimento do PIB por economistas caiu de 0,36% para 0,28% em 2022.
Para os próximos dias, Paula Zogbi, da Rico, aponta que o mercado deve dar maior atenção, além de assuntos ligados à inflação, a temas como o avanço da discussão sobre o aumento salarial aos servidores públicos. “É considerado um risco fiscal importante, porque não há previsão para aumento generalizado dentro do teto de gastos este ano”.
Bolsas europeias fecham em queda
Na zona do euro, as bolsas fecharam o pregão desta segunda-feira no vermelho, seguindo Nova York, refletindo as incertezas sobre as decisões do Fed sobre o aumento dos juros e com os investidores repercutindo a queda de 7,3% na taxa de desemprego da Europa, segundo dados divulgados pela Eurostat, agência oficial de estatísticas da União Europeia.
Para o ING, a redução no desemprego abre espaço para uma inflação sustentada mais elevada no médio prazo na região.
O banco holandês acredita que o Banco Central Europeu (BCE) está atento a esse movimento, no momento em que os dirigentes discutem como caminhar para uma gradual normalização na política monetária, após anúncio recente da redução nas compras de bônus.
A Pantheon, por sua vez, diz que vê até agora poucos sinais nos dados sobre salários para sugerir que uma espiral de alta nos preços deles seja algo iminente. Para o Morgan Stanley, a primeira alta de juros pelo BCE pode ocorrer em 2023.
Fechamento das principais praças financeiras da Europa
- Euro Stoxx 600: -1,39%
- DAX (Frankfurt): -1,07%
- FTSE 100 (Londres): -0,54%
- CAC 40 (Paris): -1,44%