Bolsa fecha em queda de 0,78%; dólar também cai e é negociado abaixo de R$ 5,00, na mínima do dia
Dólar rompe suporte psicológico importante aos R$ 5,00
A Bolsa de Valores fechou com queda de 0,78%%, aos 11 2.007pontos. A abertura e boa parte da movimentação pela manhã do mercado de ações foram em alta, refletindo as sanções econômicas mais amenas adotadas como punição à Rússia, o que estaria sinalizando prejuízos menores para a economia global, no entendimento da estrategista da Veedha Investimentos, Natalia Monaco.
Mas o mercado inverteu o sinal com a iminência de guerra no Leste Europeu e inflação mais alta que a estimada pelo mercado.
A entrada de investidores estrangeiros continua dando sustentação às cotações de papeis na Bolsa de Valores, na B3 e Natalia explica que tanto para posições em empresas de commodities, como petróleo e minério de ferro, em estratégias defensivas contra a alta desses produtos no mercado internacional, como dos que estão deixando de destinar seus recursos para a Rússia, em decorrência dos conflitos, e preferindo o mercado brasileiro.
Para Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora, em termos de investimento global, o Brasil pode ser visto como um “substituto” à Rússia. “De certa forma, a gente pode se beneficiar do fluxo de capital estrangeiro, da aversão ao risco para a Rússia como substituto de capital estrangeiro, que já segue caminhando para o Brasil”.
Uma das ações mais cobiçadas é a Petrobras, quem vem sendo beneficiada também pela alta do petróleo. Wellington Filho, especialista em Renda Variável da Blue3 destaca que as ações de PETR4 acumulam alta de mais de 20% no ano de 2022. "A alta no ativo reflete também as expectativas dos investidores quanto ao balanço da empresa, que será divulgada hoje após o fechamento do pregão."
O fato é que a enxurrada de dólares no mercado interno fez o dólar cair abaixo dos R$ 5,00 nesta quarta-feira, nas mínimas do dia. Com isso, a moeda rompeu um importante suporte psicológico e, no fechamento, ficou cotada a R$ 5,00, nível mais baixo desde o dia 30 de junho, quando a cotação ficou em R$ 4,97.
IPCA-15 mais alto afetou a Bolsa
Além da escalada das tensões no conflito no Leste Europeu, o especialista em Renda Variável da Blue3, Welington Filho, afirma uma inflação, medida pelo IPCA-15 bem acima das expectativas também pesou no mercado.
Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,99% no período, bem acima dos 0,87% esperados pelo mercado.
Foi a maior alta para o indicador para o mês desde 2016, quando atingiu 1,42%. Com o dado desta quarta-feira, o acumulado em 2022 está em 1,58% e em 12 meses, em 10,76%, também a maior desde 2016, quando somou 10,84%.
Com o resultado, algumas casas de análise começam a colocar em dúvida se realmente o Banco Central deve fazer ajustes de menor magnitude na Selic, taxa básica de juros – conforme sinalizado pela autoridade monetária - nas próximas reuniões do Copom.
Bolsas internacionais
Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York trabalharam no campo negativo, com quedas acentuadas. O especialista da Blue3 explica que "a pressão nas bolsas vem sobretudo pelo cenário geopolítico europeu, que gera cautela nos investidores norte-americanos".
Os principais índices americanos fecharam em queda: