Bolsa cai 0,55% com redução na projeção do PIB Global e Vale; dólar sobe 0,56% e vai a R$ 4,67
Corte na previsão de crescimento mundial e da China respingou na B3
Em dia de muita oscilação, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou em queda de 0,55%, o que permitiu o Índice Bovespa recuperar o nível os 115 mil pontos (115.056) após ter resvalado para o nível dos 114 mil durante o pregão. O dólar subiu 0,56% e ficou cotado a R$ 4,674.
O corte na projeção do PIB Global, de 4,4% para 3,6%, promovido pelo Fundo Monetário Internacional em sua reunião anual provocou uma forte queda nos preços do petróleo, segundo Antônio Pontes especialista em renda variável da Blue3. O barril do tipo Brent foi cotado a US$ 107, com queda de 4,90%, enquanto o WTI ficou em US$ 102 o barril, devolvendo 4,60% conquistados nas últimas 4 sessões de valorização.
A redução de previsão de crescimento da economia mundial foi também uma notícia negativa para as bolsas de valores. Na Europa, elas fecharam em movimentos mistos, tendo como foco o recrudescimento da guerra na Ucrânia.
Em Nova York, as bolsas reagiram positivamente aos dados da construção de moradias que vieram com um crescimento de 0,3% diante da previsão de queda de 2,2%. A queda do petróleo que também pode aliviar o ritmo da inflação ajudou a animar os negócios por lá. Dow Jones fechou com alta de 1,58%; S&P 500, de 1,74%; e Nasdaq de 1,80%.
"Mesmo com essa queda no preço de petróleo, a pressão inflacionária segue constante nos Estados Unidos e junto com isso ainda temos algumas sinalizações de aperto monetário do Federal Reserve", pontua Pontes. "A partir disso observamos uma alta no rendimento dos Treasuries de 2 anos subindo 8,6 bps e no Treasuries de 10 anos subido 4 bps destaque também para o T-Bond de 30 anos que chegou a 3,005% nas máximas de 2019".
A alta dos juros nos títulos do Tesouro americano fortalece o dólar frente às demais moedas, inclusive o real. Outro efeito no mercado doméstico é uma pressão sobre os juros futuros na ponta longa na curva, além dos riscos fiscais com a greve dos servidores em busca de ajustes agindo no mesmo sentido.
Outros fatores que pesaram na bolsa
Pelo segundo dia consecutivo, as ações da Vale que fecharam com queda de 3,19% pesaram no Índice Bovespa. A empresa divulga seus resultados de produção no 1º trimestre de 2022, lembra o especialista. , Mas além disso, a redução na previsão de crescimento da China, pelo FMI, afeta os ativos do Ibovespa, muito ligado a commodities, que possuem grande correlação com a economia chinesa.
Destaque também para o movimento de realização de lucros nos papeis do setor financeiro: Itaú fechou com queda de 1,77%; Banco do Brasil 3,53%; Bradesco 1,30%; e Santander, de 0,45%.