Mercado Financeiro

Bolsa cai 0,22% e perde os 120 mil pontos, com exterior e risco fiscal; dólar tem queda de 0,54%

Queda do petróleo não afetou ações da Petrobras, a PETR4 subiu 1,39%

Data de publicação:31/03/2022 às 06:40 - Atualizado 2 anos atrás
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Hoje a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, andou de lado, ora com pequenas altas, ora com ligeiras quedas, sem uma tendência mais firme e convincente. No fechamento, o Ibovespa fechou com queda de 0,22%, perdendo por muito pouco a marca dos 120 mil pontos (119.999). O dólar também fechou no vermelho, com queda de 0,54% e cotado a R$ 4,761.

Pesaram para o fraco desempenho do mercado de ações o mau humor internacional provocado pelas desconfianças em relação à Rússia de cumprir sua promessa de retirar suas tropas da Ucrânia. Ao contrário, segundo a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), os militares russos estariam se reposicionando no interior do território ucraniano.

Foto: Shutterstock

Em contrapartida, novas sanções foram estabelecidas pelos Estados Unidos e Reino Unido contra empresas e cidadãos da Rússia. O prolongamento da guerra traz mais pressões inflacionárias e incertezas sobre a economia mundial.

Os analistas da Ativa Research apontam outro fator que interferiu no andamento dos negócios nesta quinta-feira: a queda das cotações do petróleo após os Estados Unidos anunciarem a liberação de barris de petróleo ao mercado, neutralizando em parte a redução de oferta tanto de Rússia e Ucrânia, dois países produtores e fornecedores da commodity.

Também ajudo no movimento de queda, o anúncio da Opep+ de aumento em sua produção.

As bolsas internacionais fecharam, na maior parte em queda, tanto as europeias como as americanas. Em Nova York, o Dow Jones fechou com queda de 1,56%; o S&P500, de 1,57% e o Nasdaq, de 1,29%.

Por aqui, as preocupações com o risco fiscal voltaram a compor o cenário com essa possibilidade de reajuste de 5% que o governo federal poderá conceder aos servidores públicos, além de novas pressões por aumentos salariais dos funcionários do Banco Central que devem entrar em greve a partir desta sexta-feira, dia 1º, e também dos servidores da CGU que ameaçam iniciar operação-padrão a partir da próxima quarta-feira, dia 6.

Destaques do pregão

As ações de Petrobras, mesmo com a queda do petróleo lá fora, tiveram um bom desempenho: as PETR4 fecharam com alta de 1,39%, e as PETR3, de 0,37%. São papeis procurados pelo investidor estrangeiro por ser ligado ao setor de commodities e favorecidas também pela receptividade ao novo comando da empresa.

Entre as maiores altas do pregão: Sabesp, 5,33%; Cielo, 4,03%, Cemig, 2,98%, Eletrobras ordinárias, 2,95%; e Eletrobras preferenciais, 2,62%.

Entre as maiores quedas estiveram papeis que subiram bem em pregões anteriores e tiveram realização de lucros: B2W -5,62%; Meliuz -5,17%; PetroRio - 4,63%; Yudqs - 4,38%: e Suzano - 3,32%.

Perspectivas

Para Daniel Miraglia, especialista da Integral Group, as perspectivas para a bolsa se tornam mais desafiadoras: " Daqui para frente vai ser mais desafiador porque o mercado brasileiro já teve um bom ajuste e não está tão barato quanto já esteve. Tanto no cenário local como internacional há pouco espaço no curto prazo a médio prazo (até 6 meses) para a melhora de preços na bolsa com vários riscos pela frente".

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.