Bolsa fecha em alta de 2,13% impulsionada pelas commodities; dólar fica em R$ 5,09
Investidores digeriram dados econômicos dos EUA e aguardam novas sinalizações do Fed sobre o ciclo monetário
Após encerrar o pregão da véspera em queda, a Bolsa virou o jogo e concluiu a sessão desta terça-feira, 23, em alta de 2,13%, aos 112 mil pontos. O dólar, por sua vez, recuou 1,31, terminando o dia cotado a R$ 5,09.
Descolada do mercado internacional, que andou de lado, o Ibovespa foi influenciado pela forte alta das ações de commodities, incluindo os papeis das petroleiras e das siderúrgicas e mineradoras.
As empresas do setor refletiram o dia positivo tanto para o petróleo quanto para o minério de ferro. A Petrobras e a Vale fecharam com alta expressiva de 3,18% (PN) e 3,85% (PN) e a mineradora com um salto de 6,34%, com as demais gigantes desses setores na esteira de alta.
O petróleo subiu após o ministro da Energia da Arábia Saudita dizer que a Opep+ pode reduzir a produção da commodity em meio à recente volatilidade do mercado. O minério de ferro também avançou, com as medidas de estímulo do governo chinês.
De acordo com Gabriel Felix, especialista em renda variável da Blue3, outro ponto que vem fazendo preço é o arrefecimento da inflação e a estabilização da Selic, taxa básica de juros do País.
"Estamos observando respostas bem positivas das empresas domésticas, como as ações do setor de varejo, que sofreram bastante desde o início das altas e hoje deu continuidade ao movimento de reversão dessa tendência de queda".
Gabriel Felix, da Blue3
O dia na Bolsa
Maiores altas
Empresa | Ticker | Variação |
Americanas S.A | AMER3 | +16,17% |
Méliuz | CASH3 | +9,32% |
Usiminas | USIM5 | +9,38% |
CSN | CSNA3 | +9,08% |
Magazine Luiza | MGLU3 | +8,90% |
Maiores baixas
Empresa | Ticker | Variação |
Multiplan | MULT3 | -2,41% |
CCR | CCRO3 | -1,69% |
JBS | JBSS3 | -1,26% |
Cielo | CIEL3 | -1,08% |
Iguatemi | IGTI11 | -1,35% |
Mercado internacional andou de lado
Bolsas americanas fecham mistas
Em Wall Street, as bolsas americanas fecharam mistas, com os investidores digerindo novos dados econômicos dos EUA e na espera pelo simpósio anual de Jackson Hole, promovido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Os investidores acompanharão de perto o evento, em busca de novos sinais sobre os rumos da política monetária dos Estados Unidos.
Os especialistas projetam que o BC americano deve manter uma postura mais dura sobre o ciclo monetário. Nos últimos dias, vários dirigentes reforçaram a sua opinião sobre a necessidade de adotar novos ajustes na taxa básica de juros para conseguir trazer a inflação de volta para a meta de 2%.
Nos dados econômicos, o mercado digeriu a divulgação da prévia do PMI de agosto, que caiu a 44,1, atingindo o patamar mais baixo em 27 meses.
Apesar de ter apontado uma contração da economia, Felix destaca a alta das ações de tecnologia, "com a expectativa de que o Fed tenha uma postura menos agressiva quanto ao aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, resposta essa que pode vir ainda nessa semana".
Bolsas americanas/fechamento
- S&P 500: -0,25% (412,33 pontos)
- Dow Jones: -0,47% (32.908 pontos)
- Nasdaq 100: -0,07% (12.881 pontos)
Europa: praças financeiras fecham em baixa
No velho continente, as bolsas deram continuidade ao movimento de queda da véspera. Por lá, de acordo com o especialista da Blue3, a situação inflacionária segue delicada, incluindo ainda os efeitos da guerra na Ucrânia, que estão causando riscos energéticos.
"O bloco vem passando pela sua maior seca dos últimos 40 anos, que se agravou nos últimos dias. Isso traz mais incerteza não somente sobre a estratégia que o Banco Central Europeu (BCE) irá adotar para tentar amenizar a inflação, mas também sobre como os europeus irão se abastecer para enfrentar o próximo inverno".
Gabriel Felix, da Blue3
Outro ponto de destaque do dia foi o euro, que atingiu uma nova mínima nesta terça-feira em duas décadas, após ter ficado abaixo da paridade com o dólar na véspera.
Segundo Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Investimentos, essa desvalorização da moeda europeia tem acontecido devido ao aumento do temor em relação ao risco de recessão na Europa com os problemas de energia, que têm mantido a inflação alta. / com Agência Estado
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (pan-europeu): -0,42% (431,36 pontos)
- DAX (Frankfurt): -0,27% (13.194 pontos)
- FTSE 100 (Londres): -0,61% (7.488 pontos)
- CAC 40 (Paris): -0,26% (6.362 pontos)
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