Bolsa fecha em alta de 2,04% puxada pelas ações de consumo; dólar fica em R$ 5,20
Investidores seguiram repercutindo a política monetária local e os dados econômicos no exterior
A Bolsa fechou o pregão desta quinta-feira, 4, em alta de 2,04%, aos 105 mil pontos, puxada pela forte valorização das ações ligadas à atividade doméstica, como consumo, construção civil e setor financeiro. O dólar caiu 1,09, cotado a R$5,20.
O bom humor do mercado foi influenciado pelo comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, divulgado na véspera para anunciar a nova taxa Selic de 13,75% ao ano, que trouxe a sinalização de que a autoridade monetária deve encerrar o ciclo de alta de juros com mais um ajuste de menor magnitude na reunião de setembro ou manter no nível atual, a depender da inflação.
De acordo com Rafael Azevedo, especialista em renda variável da Blue3, "ficou claro que o processo de alta dos juros está praticamente concluído, levando os investidores a buscarem posições mais sensíveis à Selic".
No âmbito fiscal, os investidores monitoraram o sinal verde do presidente Jair Bolsonaro para a lei que autoriza a concessão de crédito consignado a beneficiários do programa Auxílio Brasil.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que há uma expectativa de que o auxílio do governo se mantenha no valor de R$ 600 para 2023. De acordo com o líder, uma nova estruturação do benefício pode ser discutida entre Executivo e Legislativo.
O dia na Bolsa
Maiores altas
Empresa | Ticker | Variação |
Méliuz | CASH3 | +15,04% |
Gol | GOLL4 | +14,35% |
Magazine Luiza | MGLU3 | +14,33% |
Via | VIIA3 | +12,98% |
MRV | MRVE3 | +12,63% |
Maiores baixas
Empresa | Ticker | Variação |
PetroRio | PRIO3 | -1,89% |
BRF | BRFS3 | -1,82% |
Minerva | BEEF3 | -1,79% |
BB Seguridade | BBSE3 | -1,68% |
Braskem | BRKM5 | -1,53% |
Mercado internacional
Bolsas de NY fecham mistas
Nos Estados Unidos, as bolsas concluíram a sessão sem direção única, com os investidores digerindo dados econômicos e acompanhando as declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre os rumos da política monetária do país.
Segundo o Departamento do Comércio americano, o déficit comercial dos EUA registrou queda de 6% em junho ante maio, somando US$ 79,61 bilhões, praticamente em linha com a estimativa de US$ 80 bilhões.
Outra informação econômica divulgada foi o volume de pedidos de auxílio-desemprego no país, que subiu 6 mil na semana encerrada em 30 de julho, somando 260 mil solicitações, volume dentro das expectativas dos analistas.
A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester afirmou nesta quinta-feira que existe o risco de os Estados Unidos enfrentarem uma recessão. Avaliou, entretanto, que "há um caminho" para que o Fed consiga desacelerar a demanda sem que isso ocorra.
Mester reafirmou o compromisso do BC norte-americano em "levar a inflação para baixo", prioridade no quadro atual. Segundo ela, o Fed deve continuar a elevar os juros para conter a demanda.
Bolsas americanas/fechamento
- S&P 500: -0,04% (414,28 pontos)
- Dow Jones Industrial Average: -0,26% (32.726 pontos)
- Nasdaq 100: +0,44% (13.311 pontos)
Bolsas europeias concluem a sessão em alta
Os mercados acionários da Europa fecharam em alta nesta quinta-feira, 4. Investidores reagiram a balanços corporativos e também à decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que elevou os juros em 50 pontos-base para conter a inflação.
No setor corporativo, alguns resultados trimestrais de empresas apoiaram o sentimento positivo nos mercados. A ação da Glencore subia mais de 3%, durante o pregão em Londres, Lufthansa exibia alta de mais de 5% em Frankfurt e, em Paris, o papel do Crédit Agricole também subia mais de 5%, após seu balanço.
Na política monetária, o BoE atuou como esperado e subiu os juros em 50 pontos-base, após a inflação em junho no Reino Unido ter atingido o maior nível em mais de quatro décadas.
Mesmo projetando recessão no país no quarto trimestre, o aperto monetário foi mantido para conter os preços.
O BoE ainda sinalizou incerteza sobre os próximos passos, sem determinar um "caminho predeterminado", com a incerteza elevada atual.
Na avaliação do Commerzbank, o BoE deve subir os juros em 25 pontos-base me setembro e chegar a 2,75% no início de 2023.
Já a Capital Economics avalia que os juros podem chegar a 3%, em um período de "estagflação" na economia do Reino Unido. Já o TD Securities aposta em altas de 25 pontos-base por vez nas duas próximas reuniões. / com Agência Estado
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (pan-europeu): +0,17% (439,06 pontos)
- DAX (Frankfurt): +0,55% (13.662 pontos)
- FTSE 100 (Londres): +0,03% (7.448 pontos)
- CAC 40 (Paris): +0,57% (6.513 pontos)
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