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Economia

Ata: Copom reforça tom mais duro e aponta novos ajustes na taxa de juros

O Banco Central divulgou nesta terça-feira, 22, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada na semana passada, que culminou no aumento…

Data de publicação:22/06/2021 às 10:02 -
Atualizado um ano atrás
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O Banco Central divulgou nesta terça-feira, 22, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada na semana passada, que culminou no aumento da Selic, taxa de juros do país, de 3,50% para 4,25%.

Entre os vários pontos apresentados pelos integrantes do comitê está a previsão de um novo aumento de 0,75 ponto percentual na Selic em agosto. Porém, o comitê não abre mão de fazer um ajuste mais forte, se necessário.

Foto: Agência Brasil
Banco Central sinaliza apertos mais fortes na política monetária se necessário, segundo ata do Copom - Foto: Agência Brasil

"Contudo, uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte relevante pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários. O comitê ressalta que essa avaliação também dependerá da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e de como esses fatores afetam as projeções de inflação."

Estas análises já constaram no comunicado da semana anterior. Porém, a visão do Copom para o encontro do mês de agosto, no entanto, marca uma mudança em relação ao que vinha sendo comunicado até então.

No encontro de maio, o Copom ainda antevia a continuação do processo de "normalização parcial" do estímulo monetário. No comunicado da semana passada e na ata desta terça-feira, o colegiado retirou o termo "parcial" e indicou claramente a intenção de elevar a Selic até a taxa neutra - o juro que, em tese, permite crescimento sem gerar inflação.

"Esse ajuste é necessário para mitigar a disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação. O comitê enfatiza, novamente, que não há compromisso com essa posição e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação”, completou.

Aperto maior

O Copom chegou a discutir a possibilidade de apertar ainda mais o ritmo de sua atuação, de acordo com a ata do encontro.

De acordo com a ata, no entanto, considerando os cenários alternativos, o comitê entendeu que a melhor estratégia seria a manutenção do atual ritmo de redução de estímulos, mas destacando a possibilidade de ajuste mais tempestivo na próxima reunião.

No mercado financeiro, após o comunicado que se seguiu à decisão, muitos agentes passaram a prever que o próximo aumento da taxa básica seria em torno de 1 ponto percentual.

A estratégia escolhida pelo BC, segundo o documento, teria duas vantagens. A primeira delas é que haverá um período para a diretoria colegiada acumular mais informações sobre os tradicionais determinantes da inflação.

O texto enfatiza que isso é importante, principalmente por conta de aspectos qualitativos, como a evolução dos preços mais inerciais, conforme o setor de Serviços se recupera, e o comportamento das expectativas de inflação, tanto da pesquisa Focus quanto o implícito nos preços de mercado.

A segunda vantagem apontada pelo Copom é que surge a oportunidade de esclarecer a distinção entre transparência sobre as projeções condicionais e intenções invariantes de política monetária.

"O compromisso inequívoco do Banco Central é com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e os passos futuros da política monetária são livremente ajustados com esse objetivo, conforme novas informações se tornam disponíveis", reforçaram os membros do Comitê.

Assim, de acordo com eles, indicações sobre a trajetória futura dos juros, sejam para a próxima reunião ou para o patamar final, são elementos úteis para a compreensão da função de reação da política monetária.

 "As informações obtidas no período entre as reuniões do Copom modificam as hipóteses presentes no cenário básico e no balanço de risco, e naturalmente alteram a trajetória futura dos juros", ressaltaram.

IPCA em 5,8% para 2021

Na ata, o Copom sinalizou também que a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021 no cenário básico está em 5,8%.

Este cenário pressupõe a taxa de juros variando conforme a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,05 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Já a projeção para 2022 está em 3,5%.

Para o cálculo das projeções, o BC utilizou taxa de câmbio partindo de R$ 5,05, que é a média da taxa de câmbio observada nos cinco dias úteis encerrados no dia 11 de junho.

Em setembro do ano passado, durante a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC havia anunciado que pretendia dar preferência ao câmbio PPC em suas projeções, e não mais ao câmbio fixo ou baseado no Focus.

Na ata da reunião anterior, de 4 e 5 de maio, as projeções de inflação no cenário básico (juros Focus e câmbio PPC) eram de 5,1% para 2021 e 3,4% para 2022.

Cenário externo

O comitê avaliou também que as incertezas seguem elevadas no mercado internacional e que os dados mais recentes sobre o comportamento dos preços têm surpreendido.

"O comitê avaliou que os estímulos fiscais e monetários estão promovendo crescimento econômico robusto e que as últimas divulgações de inflação surpreenderam em vários países, tanto desenvolvidos quanto emergentes", pontuaram os membros do Copom.

Para eles, novas discussões sobre o risco de um aumento duradouro da inflação nos Estados Unidos podem tornar o ambiente para as economias emergentes "desafiador".

O Copom notou, no entanto, que a inflação de bens comercializáveis no Brasil foi superior à observada em vários de seus pares e que esse processo pode se inverter no futuro, criando um risco baixista para a inflação.

"O recente aumento do peso de itens comercializáveis no índice de inflação aumentaria a relevância desse evento", frisou o texto.

Ainda sobre o cenário externo, o Copom observou que estímulos fiscais e monetários em alguns países desenvolvidos promovem uma recuperação robusta da atividade econômica.

"Devido à presença de ociosidade, a comunicação dos principais bancos centrais sugere que os estímulos monetários terão longa duração", trouxe a ata.

Contudo, o documento salienta que a incerteza segue elevada e uma nova rodada de questionamentos dos mercados a respeito dos riscos inflacionários nessas economias pode tornar o ambiente desafiador para países emergentes.

Sobre o autor
Julia Zillig
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