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Apesar das preocupações com o crescimento global, em outubro as bolsas foram bem no exterior, destaca a Claritas
Risco de calote da Evergrande e aumento de casos de Covid-19 ameaçam economia chinesa
As persistentes preocupações com o crescimento global, sobretudo com a falta de dinamismo da economia chinesa, e a maior atenção dos bancos centrais com a inflação não impediram a retomada de performances positivas das principais bolsas mundiais, tanto na Europa como nos Estados Unidos, destaca em Carta a equipe de analistas da gestora Claritas.
Parte do bom desempenho das bolsas em outubro refletiu “a temporada de resultados do terceiro trimestre das empresas”, principalmente nos EUA.
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Os analistas afirmam que, embora a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) global tenha sido mantida em 5,9%, o resultado dos principais indicadores de atividade econômica foi mais negativo na maioria dos países. Tanto nos EUA como nos países da zona do Euro.
A maior preocupação, ainda assim, é com o crescimento econômico da China, onde houve uma frustração de expectativas com os dados do PIB do terceiro trimestre e da produção industrial em setembro. Indicadores que mostraram “uma desaceleração mais forte” que o esperado.
Claritas aponta risco de calote com a Evergrande
As estimativas para o desempenho da economia chinesa continuam sendo influenciadas, aponta a Carta, pelo risco de calote da construtora Evergrande e agravamento da crise energética global. Um temor adicional, que poderia afetar a da atividade econômica da China nos próximos meses, é “um novo aumento de casos de Covid-19 em algumas províncias chinesas”.
A inflação pressionada em escala global, em meio ao risco de menor crescimento mundial, atrai a atenção para a condução da política monetária nas economias avançadas. O foco principal está no Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), que já decidiu pela redução da recompra de ativos financeiros, no âmbito do programa de estímulos monetários.
O cenário de preocupação com a inflação já se reflete em pressão sobre as taxas de juro de títulos de dez anos do Tesouro americano, que “passaram de 1,49%no fim de setembro para 1,56% em outubro”. Para os analistas da Claritas, a alta dos juros americanos combinada com dúvidas sobre o crescimento chinês e inflação pressionada “segue pressionando a melhora dos ativos das economias emergentes”, incluído o Brasil.
Os analistas apontam que, “além do cenário global desafiador”, aqui, influenciaram o desempenho negativo dos ativos de risco, como a bolsa de valores, o dólar e os juros futuros no mercado doméstico, a deterioração de expectativas com o cenário fiscal, a escalada da inflação e as persistentes revisões para baixo nas projeções de crescimento do PIB, sobretudo para 2022.
As preocupações com o quadro fiscal foram reforçadas com a decisão do governo de aumentar o valor médio do Auxílio Brasil para R$ 400, que, somado com a proposta de outras mudanças, como a alteração do período de cálculo do indexador de correção do teto de gastos, “colocou em xeque a credibilidade e a sustentabilidade da política fiscal”.
A deterioração do risco fiscal ocorre em um momento que “as preocupações com a inflação” não cessam, apontam os analistas da Claritas. Um agravamento de expectativas com a inflação nos próximos anos que levou o Banco Central a acelerar o ritmo de aperto monetário.
A equipe de análise diz que os indicadores apontam que o ritmo de crescimento já dá sinais de arrefecimento, “em um cenário de incerteza fiscal e alta expressiva da taxa de juros”. E vai além, afirmando que “uma desaceleração mais acentuada de atividade em 2022 e até mesmo o cenário de recessão não podem ser descartados”.