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Foto: Envato bolsa
Empresa

Evergrande, a chinesa que deve US$ 304 bi ameaça falência e derruba os mercados pelo mundo

Risco de calote pode afetar investidores e outras empresas do setor

Data de publicação:20/09/2021 às 14:59 -
Atualizado 2 anos atrás
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Empresa imobiliária da China, Evergrande, tem emitidos US$ 19 bilhões em bonds e uma dívida maior que o PIB da Romênia

A chance de calote da Evergrande, uma empresa imobiliária chinesa de porte colossal, derruba os mercados no começo desta semana e traz para os investidores uma forte onda de aversão ao risco.

Foto: Arquivo
Mercados globais despencam com temor de calote de incorporadora chinesa

A empresa é um mastodonte que se desenvolveu a partir da absurda expansão da China nas últimas décadas, levando milhões de família para a classe média, a maioria delas interessadas em adquirir a propriedade de suas casas.

O temor do mercado se justifica quando observamos alguns números dessa empresa. Hoje, o grupo está desmoronando com uma dívida de cerca de US$ 304 bilhões, o equivalente ao PIB da Romênia, por exemplo.

E no mercado de dívida externa o risco de calote causa calafrios quando se leva em consideração que a Evergrande tem emitidos US$ 19 bilhões em títulos (bonds).

Estratégias para escapar da falência

Para tentar sair do buraco em que se meteu, a Evergrande tem tentado estratégias desesperadas. As ações passam por taxas de juros milagrosas a investimentos de alto risco.

Fornecedores não pagos e proprietários enganados protestaram na semana passada em frente à sede do grupo, em Shenzhen, cidade do sudoeste que liga Hong Kong ao continente chinês. Cenas incomuns em um país onde os protestos dificilmente são tolerados.

Este grupo tentacular tem mais de 1,4 milhão de casas ainda em construção, que não pode mais terminar, ou entregar aos seus proprietários.

Encurralado, oferece aos seus credores pagamentos como terrenos, ou vagas de estacionamento. Ofertas geralmente rejeitadas pelas partes interessadas.

"O que eu quero é meu dinheiro!", reclamou um investidor chamado Feng à agência de notícias francesa AFP. "Não vou nem olhar para esta oferta", acrescentou.

'Perdemos tudo'

Diante da ameaça iminente de falência, Evergrande também propôs nos últimos meses a seus funcionários vender, mas também comprar para si, investimentos muito atraentes, mas de alto risco.

Um deles, de sobrenome Huang, afirmou à AFP ter juntado 1,5 milhão de yuans (cerca de 200 mil euros) com a ajuda de sua família para comprar os produtos propostos.

As taxas de juros oferecem um lucro entre 7% e 9%.

"Antes do vencimento, eles nos pediram para colocar mais dinheiro, em vez de nos reembolsar", revela. "Agora, já perdemos tudo", acrescenta.

Uma consultora financeira do setor de gestão de fortunas da Evergrande, que se recusou a se identificar por medo de retaliação, confessou que era difícil resistir às propostas da administração.

"Eles nos incentivaram intensamente a melhorar nosso desempenho, prometendo-nos bônus", destaca.

Como resultado, "muitos clientes depositaram todo seu dinheiro e suas pensões na Evergrande, porque confiavam em Xu Jiayin", explica a funcionária.

Fundador do grupo, Jiayin se tornou, em poucos anos, um dos maiores bilionários do país.

No início deste mês, porém, quando o reembolso ficou difícil, tornou-se impossível entrar em contato com a administração, acrescenta ela.

No sábado 18, a Evergrande anunciou que aplicaria "sanções severas" a seis funcionários da empresa que, supostamente, teriam conseguido o reembolso de seus investimentos antes da data de vencimento.

No auge da gigantesca bolha imobiliária, a Evergrande embarcou em projetos faraônicos.

Em Suzhou, uma cidade próxima a Xangai, famosa por seus canais e jardins imperiais, o grupo construiria um enorme complexo residencial, com escolas, um parque de lazer e um bairro comercial de estilo europeu.

Esta inacabada "cidade turística e cultural da Evergrande" foi invadida por compradores revoltados que duvidam de que algum dia recuperem seus investimentos.

Um proprietário observa que muitos compradores foram persuadidos a dar poderes aos funcionários da Evergrande para que assinassem documentos em seu nome.

Posteriormente, o cronograma de entrega dos apartamentos foi mudando, com o surgimento de novas condições financeiras nos contratos, e foi necessário começar a arcar com as despesas comuns do condomínio antes mesmo da entrega das chaves. /Com agências internacionais

Sobre o autor
Renato Jakitas
Editor-chefe do Portal Mais Retorno.

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