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Banco Depositário

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:06/02/2019 às 09:03 - Atualizado 3 anos atrás
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O que é o banco depositário?

O banco depositário é a instituição financeira responsável pela gestão de recibos depositários (DRs), como os American Depositary Receipts (ADRs) e Brazilian Depositary Receipts (BDRs) , emitindo os títulos e disponibilizando-os no mercado.

Entre outras incumbências, é função do banco depositário definir a proporção entre os recibos depositários emitidos e as ações originais, além de processar a distribuição de dividendos e cancelar DRs, se necessário.

Essas instituições agem como um dos principais agentes de uma modalidade extremamente lucrativa: em 2015, somente nos Estados Unidos, havia um patrimônio de, aproximadamente, US$ 6,6 trilhões investidos em DRs e ações não-estadunidenses.

A grande quantia movimentada é, inclusive, uma das razões para que alguns bancos depositários não cobrem pelo serviço de emissão das DRs. O lucro através de taxas de comissão e repasse de despesas é, muitas vezes, mais vantajoso do ponto de vista financeiro.

O que são os recibos depositários?

Antes de discutirmos os bancos depositários em si, é importante que você tenha em mente as características do produto que ele comercializa.

Os recibos depositários, originalmente chamados de Depositary Receipts (DRs), são certificados de ações, criados com o objetivo de facilitar a entrada de empresas em mercados de ações alheios ao de seu país de origem.

Imagine, por exemplo, que uma empresa com capital aberto na Índia decida negociar as suas ações em uma das Bolsas de Valores dos Estados Unidos.

Ao invés de enfrentar o, muitas vezes, oneroso e burocrático processo de lançamento de ações, a empresa pode optar por emitir recibos ligados às suas ações na Índia e distribuí-las nos Estados Unidos.

Para tal, deve contratar uma instituição custodiante, que realizará a custódia dos títulos “originais”, e um banco depositário, que oferecerá os recibos aos investidores.

O recibo depositário pode ser composto por uma única ação, pela fração de uma ação ou por um conjunto (pacote) de ações, já negociados anteriormente (apenas em alguns casos) ou totalmente novas.

O valor das ações é negociado na moeda corrente do mercado escolhido (no caso, o dólar) e acompanha a cotação no país de origem (a Índia).

Como os bancos depositários funcionam?

Como pudemos perceber ao discutir acerca dos recibos depositários, os bancos atuam como verdadeiros intermediários entre as companhias emitentes dos títulos e o mercado de ações local.

Entre as responsabilidades dos bancos depositários, determinantes para o bom desempenho de uma DR, estão:

A nomeação da instituição custodiante;

  • O preparo das DRs;
  • A emissão das DRs;
  • A atuação como agente de transferências e registros;

A coordenação da equipe de consultores - banqueiros de investimento, advogados e contadores, cuja função é preparar a implementação do programa;

Além disso, alguns bancos depositários oferecem serviços adicionais como o gerenciamento do relacionamento com os investidores, através de assessores nomeados.

Como os bancos depositários lucram?

Embora o lançamento e a disponibilização de DRs conte com tantos processos e seja, como visto, extremamente trabalhoso, muitos bancos depositários optam por não cobrar pelos serviços de emissão.

Você consegue imaginar o porquê?

A verdade é que estratégias como essa se assemelham muito à dinâmica de abatimento estabelecida por outros setores - como é o caso dos períodos de carência no setor imobiliário, por exemplo.

Nela, quem disponibiliza o serviço vislumbra a possibilidade de atrair mais clientes ao não cobrar por determinadas partes do projeto.

Assim, mesmo que perca parte do que receberia no valor cheio, se lucra mais nas parcelas seguintes.

Em muitos casos, como o dos bancos depositários, o valor não-cobrado é irrisório se comparado com o recebido nas outras fases do projeto.

Somando-se taxas de comissão por ação, eventuais deduções dos dividendos, repasses de despesas com conversão cambial, o saldo do serviço de emissão se torna algo do qual vale a pena abrir mão. Respeitando, é claro, a estratégia de cada banco, já que essa é uma decisão de cunho estratégico administrativo.

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