American Way of Life
O que é o American Way of Life?
O “American Way of Life” (em Língua Portuguesa, Estilo de Vida Americano) refere-se a um modelo de comportamento consumista adquirido em meados do século XVIII, com o fim da Segunda Guerra Mundial.
Este estilo de vida ganhou força total durante a Guerra Fria, tendo por base a crença em valores democráticos liberais e padronização social.
A felicidade proveniente de bens materiais foi como uma válvula de escape para que os estadunidenses superassem os horrores vividos no passado, durantes das guerras.
Atualmente, o “American Way of Life” ainda é parâmetro de comportamento nos Estados Unidos, que reflete esse estilo de vida em muitas outras potências mundiais.
Como surgiu o American Way of Life?
Anos após o fim da Primeira Guerra Mundial, um desastre econômico viria a marcar para sempre a vida de muitos investidores dos Estados Unidos: a quebra da Bolsa de Valores de New York.
Com a Grande Depressão de 1929, inúmeras indústrias fecharam suas portas e a taxa de desemprego aumentou. Era um momento de dificuldade, boa parte da população perdia seus bens materiais e o nível de consumo despencava.
Na tentativa de reerguer a economia do país, o presidente da época, Franklin Roosevelt, lançou o programa “New Deal”, que tinha por objetivo controlar os preços, criar postos de trabalho, conceder empréstimos, aumentar a oferta de emprego em obras financiadas pelo governo e estabelecer um salário mínimo equivalente à jornada laboral.
O resultado foi positivo e após o fim da Segunda Guerra Mundial surgia o “American Way of Life”, impondo para todo país a referência de bem-estar através de sua superioridade tecnológica e grande poder bélico, vendendo a ideia de uma vida próspera, vitoriosa e totalmente livre.
Com a produção em massa outra vez, a taxa de desemprego diminuiu e o comportamento consumista veio à tona, já que as taxas de crédito ficavam cada vez menores. Essa vitrine de sociedade perfeita e igualitária seria, futuramente, fundamental na luta contra a União Soviética, durante a Guerra Fria.
O automóvel virou objeto de desejo e o aparelho televisor passou a ser indispensável dentro dos lares. Padrões de beleza eram cada vez mais estabelecidos e comprar objetos – muitas vezes supérfluos – virou o eixo central do que se chamava “lazer” nos Estados Unidos.
O nacionalismo, liberalismo e valorização do poder aquisitivo eram características principais desse novo estilo de vida americano.
No entanto, o que pouco se fala é: nem toda sociedade pode se beneficiar dessa prosperidade.
A população afrodescendente foi excluída de todos os direitos civis até, aproximadamente, metade do século XX. Por esse motivo, nas décadas de 1950 e 1960, aconteceram as grandes manifestações pela igualdade jurídica.
Os partidos anticomunistas, liderados pelo senador da época, Joseph Raymond McCarthy, chegaram a níveis histéricos e renderam diversos episódios violentos, de verdadeiros expurgos na administração pública e indústria de entretenimento do país.
American Way of Life além dos EUA
O Brasil também foi um dos países a aderir o novo modelo de comportamento estadunidense. O presidente da época, Getúlio Vargas, aceitou propostas de negociação com os Estados Unidos para importação e exportação de diversos produtos.
Itens domésticos, alimentícios e marcas automotivas chegavam ao mercado e os brasileiros passavam a comprar compulsivamente apenas para manter-se no padrão da época.
Novamente, boa parte da sociedade não tinha acesso a esses benefícios, e as dívidas pessoais passaram a crescer, já que muitas compras eram realizadas no crédito com o número máximo de parcelas possível.
A cultura estadunidense era cada vez mais disseminada no Brasil, através de manifestações culturais como música, cinema e gastronomia. Por outro lado, ícones de nossa cultura popular – como Carmem Miranda, por exemplo – também tinham a chance de se apresentar no exterior e fortalecer o quadro político de boa vizinhança.