Taxa de desemprego cai a 9,3% no 2° trimestre, mas renda média real do trabalhador também recua
Nível de ocupação é o maior para o segundo trimestre de 2022 desde junho de 2015
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), realizada e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 29, revelou que a taxa de desocupação - popularmente chamada de taxa de desemprego - no Brasil ficou em 9,3% no segundo trimestre de 2022.
O resultado, que veio em linha com as projeções do mercado, representa uma queda, tanto em relação aos dados do trimestre imediatamente anterior - quando a taxa era de 9,8% -, quanto em relação ao mesmo período do ano passado - momento em que a desocupação atingia 14,2% da população brasileira.
De acordo com o IBGE, apesar do nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), hoje em 56,8%, ter crescido e ser o maior para o trimestre encerrado em junho desde 2015, a renda média real do trabalhador recuou 5,1% no segundo trimestre deste ano em comparação aos meses de abril a junho de 2021.
O valor da última leitura da Pnad Contínua mostram um rendimento real de R$ 2.652, enquanto no segundo trimestre do último ano era de R$ 2.794.
Dados da Pnad Contínua do 2° trimestre de 2022
Indicador | Resultado |
Taxa de desocupação | 9,3% |
População desocupada | 10,1 milhões |
Nível de ocupação | 56,8% |
Contingente de pessoas ocupadas | 98,3 milhões |
Rendimento médio real | R$ 2.652 |
Repercussão e perspectivas para a taxa de desemprego
Segundo Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, os dados apresentados pela Pnad Contínua nesta sexta-feira mostram que o mercado de trabalho brasileiro segue dando sinais de recuperação. "Mais da metade da população brasileira com idade para trabalhar está ocupada neste momento", pontua o especialista.
Sobre os tipos de vagas que vêm sendo criadas, Sung destaca que boa parte da recuperação dos empregos se deve ao avanço da informalidade. No entanto, analistas do BTG Pactual apontam, também, que no segundo trimestre, a proxy de criação de vagas revela uma maior abertura de vagas no setor formal do que no informal - 512 mil contra 241 mil -, o que "corrobora com a leitura positiva do dado".
O BTG afirma ainda que o avanço no mercado de trabalho está bastante relacionado ao aumento da mobilidade social após a pandemia de covid-19, o que leva a um maior número de contratações, sobretudo no setor de serviços.
"Para o segundo semestre, a perspectiva é de um arrefecimento da atividade diante dos efeitos da elevação dos juros e da alta inflação. Porém, a boa retomada do mercado de trabalho e as medidas fiscais, como a PEC dos Auxílios e redução de tributos, darão um novo fôlego para a atividade econômica no terceiro trimestre."
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research
A equipe de analistas do BTG compartilha da mesma opinião e ressalta que, entre o terceiro e o quarto trimestre de 2022, o mercado de trabalho deve se estabilizar com a taxa de desemprego próxima de um nível entre 9,5% e 10%.
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