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Big Techs no 2ºtri: Meta teve queda na receita; Alphabet, queda no lucro; Amazon, prejuízo. É a recessão?

Condições macroeconômicas deterioradas impactaram os resultados das gigantes do setor de tecnologia no período

Data de publicação:29/07/2022 às 05:00 -
Atualizado um ano atrás
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A temporada de balanços corporativos referentes aos números do segundo trimestre segue a todo vapor, tanto aqui quanto nos Estados Unidos. Nesta semana, os olhares dos investidores se voltaram para a publicação dos números das big techs, grupo que inclui gigantes como Meta, Alphabet, Tesla, Microsoft, Apple e Amazon, que têm grande peso nas bolsas americanas.

Após empresas como Alphabet e Microsoft puxarem a fila, o mercado já levantou o sinal amarelo sobre os impactos que o cenário macroeconômico tem provocado nas companhias do setor, resultando na maior crise desde 2008.

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Mercado atento se resultados das Big Techs sinalizam recessão - Foto: Reprodução

Entre os fatores responsáveis por resultados mais fracos, podem ser listados a alta de juros nos Estados Unidos, reflexos da guerra na Ucrânia, pressão inflacionária e os lockdowns na China. Juntos, esses aspectos desestruturaram as cadeias produtivas globais.

No entanto, esses efeitos já vêm penalizando os resultados das big techs desde o ano passado, com a subida de juros nos Estados Unidos, o que também mexe no preço das ações.

A inflação elevada no país – no maior patamar dos últimos 40 anos – fez com que os consumidores reduzissem os gastos com serviços de streaming, por exemplo, o que também impactou nos balanços das companhias que atuam nesse mercado.

Segundo especialistas, as ações das big techs vêm sofrendo correções, já que estavam com preços inflacionados, e não devem voltar a ficar em patamares elevados no curto prazo. No entanto, pode ser representar uma oportunidade para quem quer apostar no mercado de tecnologia por prazos mais elásticos.

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Meta decepciona com queda anual da receita - Foto: Reprodução

Meta: queda anual inédita na receita

A Meta Platforms, ex-Facebook, apresentou mais um resultado trimestral abaixo do esperado. O lucro total da companhia nos meses de abril, maio e junho foi de US$ 6,687 bilhões, queda de 36% na comparação anual.

A receita da empresa no período foi de US$ 28,9 bilhões, baixa de 1%, algo inédito na história da companhia.

No trimestre, o lucro por ação da companhia ficou em US$ 2,54, aquém da expectativa do mercado de US$ 2,56. Somente neste ano, os papeis da Meta acumulam perdas de 38,83% em valor de mercado.

Para os próximos três meses de 2022, a empresa espera mais uma queda na receita total, com uma estimativa que fique entre US$ 26 bilhões e US$ 28,5 bilhões.

“Essa perspectiva reflete a continuação do ambiente de fraca demanda por publicidade que experimentamos ao longo do segundo trimestre, que acreditamos estar sendo impulsionada por uma incerteza macroeconômica mais ampla”.

Meta, em comunicado

No dia do anúncio do balanço da Meta, as ações da companhia fecharam em queda de 5,22%, cotadas a US$ 160,72.

Marcelo Oliveira, fundador da Quantzed, afirma que a companhia foi bastante impactada pelas novas diretrizes do sistema iOS da Apple, que limitou sua capacidade de marketing por interesse.

“A nova aposta, que são os Reels do Instagram, para combater o crescimento do Tik Tok, vem crescendo, mas ainda divide opiniões entre os influencers do Instagram, que ainda preferem imagens estáticas ao invés de vídeo”.

Marcelo Oliveira, fundador da Quantzed

Rafael Nobre, analista de internacional da XP, enfatizou outro ponto que afetou o resultado da gigante: o investimento na área de metaverso, que apontou uma perda recorde de US$ 2,8 bilhões. “A Meta está investindo cada vez mais em uma atividade que tem trazido prejuízos cada vez mais expressivos”.

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Empresas reduziram anúncios digitais e impactaram a receita da Alphabet - Foto: Reprodução

Alphabet: queda no lucro de 13,62%

A dona do Google registrou um lucro líquido de US$ 16,002 bilhões no segundo trimestre deste ano, baixa de 13,62% na comparação anual. O lucro por ação ficou em US$ 1,21, abaixo do projetado pelo mercado de US$ 1,28.

No entanto, na contramão, a receita da Alphabet no período somou US$ 69,6 bilhões, avanço de 12,61% sobre os mesmos meses de 2021. Apesar de ter registrado alta, frustrou os analistas, que esperavam um montante de US$ 69,9 bilhões.

Mais de 80% da receita foram provenientes do negócio de comercialização de anúncios do Google, com vendas na ordem de US$ 56,29 bilhões, também abaixo da expectativa dos especialistas de US$ 56,6 bilhões.

De acordo com Nobre, da XP, o mercado estava com receio de uma desaceleração nessa atividade, a principal da companhia.

“As empresas estão tirando o pé do acelerador nos investimentos em anúncios digitais e isso poderia ter prejudicado o desempenho do Google”, ressalta.

Rafael Nobre, da XP

Na ocasião da divulgação dos resultados, o diretor presidente da Alphabet, Sundar Pichai, destacou o desempenho das atividades de pesquisa e de nuvem.

“Os investimentos que fizemos ao longo dos anos em inteligência artificial e computação estão ajudando a tornar nossos serviços ainda mais valiosos para os consumidores e eficazes para empresas de todos os portes”.

Oliveira, da Quantzed, pontua que, apesar das dificuldades macroeconômicas, a Alphabet continuou crescendo e contratando novos colaboradores, “mesmo que em um nível mais devagar, impulsionada principalmente por conta do seu nicho de cloud computing, que continua crescendo muito forte”.

Sobre a área de nuvem, Cesar Crivelli, sócio e analista da Nord, ressalta que o Google deve ser a próxima empresa a ganhar destaque nesse mercado, já que essa divisão vem registrando crescimento na ordem de 30% ao ano.

"É uma atividade que ainda precisa de escala para dar lucro. Mas se continuar crescendo nos próximos dois ou três trimestres, pode ser que em meados do próximo ano, ela poderá contribuir mais com os lucros do Google", projeta.

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Resultados da Tesla vieram acima do esperado - Foto: Reprodução

Tesla: alta no preço dos veículos

Na contramão da Alphabet e Meta, a Tesla não fez feio no segundo trimestre. Contabilizou um lucro líquido de US$ 2,26 bilhões nos meses de abril, maio e junho de 2022, montante 98% acima se comparado com igual período do ano passado.

O lucro ajustado por ação foi de US$ 2,27 no segundo trimestre de 2022, acima do esperado pelo consenso dos especialistas, de US$ 1,81. A receita totalizou US$ 16,93 bilhões entre abril e junho, contra US$ 17,1 bilhões projetados pela Refinitiv.

Já as receitas automotivas representaram US$ 14,6 bilhões, com US$ 1,47 bilhão proveniente de serviços e outras receitas e US$ 866 milhões do segmento de energia da empresa.

O Ebtida (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou US$ 3,791 bilhões no 2T22, um aumento de 52% em relação ao mesmo período de 2021.

A Tesla teve uma geração de caixa de US$ 621 milhões no segundo trimestre de 2022, mantendo-se praticamente estável na comparação com igual etapa de 2021.

O resultado acima do esperado no período foi reflexo da elevação de preços de seus veículos mais vendidos, o que ajudou a compensar os problemas de produção por conta dos lockdowns na China.

Elon Musk, presidente-executivo da Tesla, espera que haja um arrefecimento na inflação e afirmou que a empresa não sofre com problemas de demanda. Além disso, prometeu um “segundo semestre recorde” para o ano e reiterou sua meta de crescimento médio anual de 50% nas entregas de veículos nos próximos anos.

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Foto: Reprodução

Microsoft: crescimento lento da receita

A empresa de Bill Gates reportou um lucro líquido de US$ 16,74 bilhões entre abril e junho, o que representou uma leve alta de 1,7% em relação ao montante de US$ 16,45 bilhões obtidos o mesmo período de 2021.

Porém, um dos pontos que chamou a atenção do mercado foi a receita da Microsoft no período. Apesar de ter subido 12,3%, totalizando US$ 51,86 bilhões, o valor veio abaixo do esperado pelo mercado, de US$ 52,44 bilhões, e foi o crescimento mais lento para a receita da companhia desde 2020.

De acordo com a empresa, movimentos desfavoráveis da taxa de câmbio impactaram negativamente a receita e o lucro no período, influenciados pelos lockdowns na China, redução de gastos com publicidade – o que gerou um efeito negativo no LinkedIn – e a guerra na Ucrânia, que afetou as operações da empresa na Rússia.

Nobre, da XP, aponta que o mercado respirou um pouco mais aliviado após a Microsoft passar uma mensagem clara, após o balanço, de que está apostando em um guidance forte para o próximo ano, com crescimento e lucro na casa dos dois dígitos.

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Foto: NurPhoto via Getty Images

Amazon: prejuízo no trimestre, mas aumento de vendas

 A Amazon veio com dados no vermelho, registrou prejuízo líquido de US$ 2,0 bilhões no segundo trimestre deste ano, ou US$ 0,20 por ação diluída. No mesmo período do ano passado, a empresa havia registrado lucro de US$ 7,8 bilhões, ou US$ 0,76 por ação.

Como houve crescimento nas vendas, a ação da empresa subiu 11,83% no after hours em Nova York, logo após a divulgação do balanço nesta quinta-feira, 28.

A empresa diz que o prejuízo informado inclui uma perda de US$ 3,9 bilhões, gerada por seu investimento em ações ordinárias da Rivian Automotive.

As vendas líquidas da empresa, por sua vez, tiveram crescimento de US$ 121,2 bilhões no segundo trimestre, de US$ 113,1 bilhões em igual intervalo de 2021.

Excluindo-se o impacto desfavorável de US$ 3,6 bilhões por causa do câmbio no período, o crescimento líquido nas vendas foi de 10% na comparação anual, apontou a empresa. O resultado da receita superou a previsão de US$ 119 bilhões dos analistas.

A Amazon espera, no terceiro trimestre, que suas vendas líquidas fiquem entre US$ 125 e US$ 130 bilhões, crescimento entre 13% e 17% na comparação anual. Ao mesmo tempo, alerta para a imprevisibilidade diante de muitos fatores, como a pandemia da covid-19, variações cambiais, mudanças nas condições econômicas globais, na demanda dos consumidores e seus gastos, problemas em cadeias globais de produção, entre outros.

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Foto: Getty Images

Apple: receita recorde no trimestre

A Apple registrou lucro líquido de US$ 19,442 bilhões, em seu terceiro trimestre fiscal, encerrado em 25 de junho.

O lucro por ação diluído ficou em US$ 1,20, acima da previsão de US$ 1,16 dos analistas. O resultado, porém, representa uma queda, dos US$ 21,744 bilhões, ou US$ 1,30 por ação, de igual período do ano passado. Após o balanço, a ação da empresa subia 2,89% no after hours em Nova York, nesta quinta-feira, 28.

A companhia registrou receita recorde no trimestre mais recente, de US$ 83,0 bilhões, alta de 2% na comparação anual. A empresa diz que, em seu terceiro trimestre fiscal, gerou quase US$ 23 bilhões em fluxo de caixa operacional, retornou mais de US$ 28 bilhões aos acionistas, além de continuar a investir em seus planos de crescimento de longo prazo.

O conselho da empresa declarou dividendo de US$ 0,23 por ação ordinária da Apple, a ser pago em 11 de agosto.

As vendas da Apple apenas com o iPhone foram de US$ 40,665 bilhões, um avanço ante o resultado de US$ 39,570 bilhões anteriormente. A receita com serviços subiu a US$ 19,604 bilhões (de US$ 17,486 bilhões).

De acordo com especialistas, a Apple tem um ponto favorável: uma base de consumidores de alto poder aquisitivo, leal à marca e mais resiliente aos efeitos nocivos da desaceleração econômica.

Sobre o autor
Julia Zillig
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