SPX: Europa pode precisar de auxílio financeiro estrangeiro
Região vive tempestade perfeita com aumento de preços, queda da atividade econômica e crise de energia
A Europa deve precisar em breve de auxílios financeiros externos depois de muito tempo, avalia o sócio e gestor de multimercados da SPX Capital, Rogério Xavier. Ele aponta ainda que o cenário que se desenha no continente é de uma estagflação forte em 2023.
A Europa vive uma 'tempestade perfeita' para o aumento de preços sem crescimento da atividade econômica, indica Xavier, com inflação, condição climática que prevê um inverno severo e contas se deteriorando. Ainda, a guerra entre Rússia e Ucrânia, que afeta diretamente a distribuição de energia nos países da região, não deve acabar tão cedo.
Ele cita que países como a Polônia já sofrem com altos níveis inflacionários. Pondera que, diferente do Reino Unido, o bloco econômico do continente permite que os países mais ricos auxiliem os mais pobres. "Os governos avisaram que vão subsidiar uma parte da energia, mas o cobertor é curto", aponta o gestor, lembrando que o racionamento tem efeitos na atividade econômica.
Preocupação com China
Olhando para a Ásia, Xavier ressalta que recentemente a gestora escreveu carta sobre a conjuntura chinesa. Ele aponta que o governo salvou construtoras e bancos nos últimos meses para não afetar o congresso do partido comunista no país asiático. "Como a China é gigante, é difícil perceber os sinais, mas acho que já existem indicadores claros dos problemas. É como um banco grande, que não quebra de uma vez. Mas você vê nos balanços, aos poucos, a deterioração", exemplifica.
A China foi hábil até agora, mas na visão do gestor a chance do país escorregar em uma crise financeira não é desprezível. "Sem falar nos impactos geopolíticos, a parte econômica na China me dá muita preocupação", diz, indicando que este é um ponto de atenção para o Brasil. /Agência Estado