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Bolsa
Mercado Financeiro

Com um respiro no cenário fiscal e dados econômicos no exterior, Bolsa pode seguir no terreno positivo nesta sexta-feira

Economia não vai bem, mas mercado ignorou os dados do PIB

Data de publicação:03/12/2021 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Embalado por uma combinação de fatores favoráveis, domésticos e internacionais, o mercado de ações deslanchou na véspera e, pelo vigor do fechamento, a Bolsa pode ter mais um dia positivo nesta sexta-feira, 3. Um desses pontos que favorecem esse cenário é o fim da novela da PEC dos Precatórios, aprovada no Senado e que agora segue para a Câmara, onde não encontrará dificuldades em sua tramitação.

O mercado também segue atento à divulgação de novos dados sobre o mercado de trabalho americano, por meio do payroll, que engloba a geração de postos de trabalho no setor público e privado. Os números, segundo analistas, devem trazer boas notícias, complementando os dados sobre pedidos de auxílio-desemprego publicados na véspera, que apresentaram queda na última semana, somando 222 mil – número abaixo do esperado.

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A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, encerrou o pregão do dia anterior com valorização de 3,66%, em 104.466 pontos.  Foi a maior alta diária em um só pregão, desde a de 4,25% em 25 de maio de 2020 - portanto, há mais de 18 meses, quando o mercado vivia ainda as idas e vindas do cenário de incertezas do primeiro contágio do coronavírus.  O dólar recuou 0,90%, cotado por R$ 5,64, no fechamento.

A arrancada a Bolsa e a queda do dólar, para analistas, foram uma resposta positiva dos mercados à aprovação, em uma só tacada, da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) dos Precatórios em dois turnos, pelo plenário do Senado. O texto, modificado pelos senadores, volta à Câmara para nova votação antes de ir à sanção presidencial.

A aprovação da PEC dos Precatórios, que abre espaço no Orçamento para o governo bancar o Auxílio Brasil de R$ 400, não remove as preocupações com a fragilidade das contas públicas, mas acalma os mercados, já que clareia a fonte de financiamento do novo programa social.

Bolsa ignorou queda da economia

O alívio com a aprovação da PEC fez o mercado financeiro ignorar o desempenho negativo da economia no trimestre julho/setembro, quando o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,1%, na comparação com o segundo trimestre. A variação negativa por dois semestres coloca a economia em recessão técnica e aumenta o desafio do Banco Central na gestão de política monetária que exige juros mais altos para conter a inflação.

A apatia da atividade econômica, que já levou a novas revisões para baixo por parte de alguns analistas nas estimativas para o PIB de 2022, não mudou as expectativas em relação ao ajuste da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana. Permanece de pé a estimativa majoritária de nova alta de 1,50 ponto porcentual.

O mercado financeiro foi beneficiado também por um cenário externo em que as preocupações com a variante ômicron do coronavírus foram menos impactantes sobre os mercados globais. Com exceção das bolsas europeias, que vivem de incertezas com a decretação de lockdowns em alguns países, um ambiente de menos tensão com a nova cepa do coronavírus respaldou uma recuperação mais forte das bolsas americanas.

Em Nova York, o índice Dow Jones avançou 1,82%, para 34.640 pontos; o S&P 500 teve alta de 1,42%, para 4.577 pontos, e o Nasdaq, da bolsa eletrônica, subiu 0,83%, para 15.381 pontos.

Guedes comenta a PEC e o cenário econômico

Na véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o 11º Seminário de Administração Pública e Economia do IDP, fez várias declarações sobre diversos assuntos, entre eles a PEC dos Precatórios.

Segundo o chefe da Pasta, a versão inicial da proposta o agradava mais, mas admitiu que do jeito que o texto foi aprovado, acabou se tornando em um mal menor.

 "Eu confesso que gostava mais versão inicial que foi feita sob a inspiração do ministro Gilmar Mendes (STF) e do Bruno Dantas (TCU), mas a coisa entrou pelo Legislativo. Mexe aqui, mexe ali, mas eu diria que acabou sendo um mal menor", disse Guedes.

Para o ministro, na verdade, essa PEC reconhece o mérito das decisões judiciárias. "Ela não ousa questionar isso, mas ela pede apenas que se respeite a nossa capacidade de pagamento para não inviabilizar a República. Da mesma maneira que Estados e municípios tiveram uma limitação para pagamento anual deles, nós tínhamos também. Mas abrimos uma alternativa”, ressaltou.

“Quer dizer, tudo que exceder o teto pode ser imediatamente pode ser transformado em poder liberatório para privatizações, investimentos, concessões e compras de participação do governo", complementou Guedes.

Em relação ao cenário econômico, Guedes criticou os “pessimistas” e afirmou que parou de ler os jornais para não desanimar.

Para os construtivos, de acordo com o ministro, existe um Brasil que criou 3,5 milhões de empregos. A visão dos críticos, nas palavras dele, é a de que nada dá certo no País.

Além disso, disse que um dia "contará o segredo" de como reduziu o déficit público de 10,5% do Produto Interno Bruto para 0,5%.

Ele disse também que o maior “inimigo” da República brasileira hoje é o descontrole dos gastos públicos. Isso, de acordo com o ministro, levou o Brasil a hiperinflações, a uma moratória externa, a seguidos episódios de recessão e voos de galinha, a juros de dois dígitos e a aumentos de impostos.

"Não existe um precedente desse, de um déficit de 10,5% do PIB virar 0,5%. Um dia eu conto o segredo, mas nós fizemos isso, algo extraordinariamente inédito", disse o ministro.

Sobre os problemas sociais do País, o chefe da Economia ressaltou que o Estado que ele não gosta “é aquele que dá dinheiro para os grandes empresários em vez de dar recursos para os mais frágeis”.

Ao falar sobre seu entendimento a respeito do Estado, ele argumentou que é o ente responsável por aparar as arestas deixada pelos que ficam para trás, dos que não têm oportunidades para obter uma sociedade mais saudável.

A reforma administrativa foi outro tema no qual Guedes deu seu parecer. Em um tom de crítica ao entorno do presidente Jair Bolsonaro, o ministro disse que a “reforma administrativa ficou bastante desidratada e generosa para o funcionalismo atual”.

Guedes, no entanto, exaltou o papel do Congresso Nacional, que cooperou para interromper os reajustes de salários públicos ao longo do um ano e meio da crise.

"Isso foi um xadrez supercomplexo que nós jogamos juntos", disse, acrescentando que, entre as medidas que tomou à frente do Ministério da Economia, a reforma administrativa era o terceiro grande movimento sobre o "tabuleiro".

"Então o primeiro grande movimento eram os R$ 700 bilhões com a Previdência, o segundo grande movimento eram os R$ 400 bilhões com juro da dívida e o terceiro era o salário do funcionalismo, de R$ 300 bilhões. Eu fiz os três movimentos logo no início", disse Guedes citando a realização da reforma da Previdência, a PEC do Pacto Federativo, ambos com ajuda do Congresso.

"Mas a reforma administrativa eu entreguei para o Executivo. E o entorno do presidente bloqueou a administrativa. Não a deixou andar no início e depois veio a covid-19 e embaralhou tudo, mas eu não perdi o Norte", enfatizou.

Bolsonaro: modificações no Orçamento

O presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso um pedido para modificar o Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2022 (PLOA 2022). Em nota, a Secretaria Geral da Presidência informa que as alterações foram solicitadas por alguns órgãos dos demais Poderes, em razão da necessidade de adequação orçamentária ainda durante a apreciação do projeto no Congresso.

"A mensagem modificativa do PLOA 2022 pode ser encaminhada enquanto não iniciada a votação da parte cuja alteração é proposta na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO)", diz a Secretaria Geral.

As modificações propostas, informa o governo, totalizam R$ 140 milhões em acréscimos e igual valor em reduções. Deste total, R$ 1,7 milhão são do Poder Legislativo, R$ 21,9 milhões do Ministério Público da União; R$ 114,4 milhões do Poder Judiciário, com destaque para a criação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região, e R$ 2 milhões do Poder Executivo, em razão de ajustes para pagamento de sentenças judiciais de pequeno valor.

A Secretaria Geral informa que a meta de resultado primário não será afetada, assim como os limites individualizados do teto de gastos. O projeto que modifica o PLOA 2022 depende ainda de aprovação do Congresso Nacional.

Exterior

Lá fora, o ambiente é positivo no mercado financeiro. Os futuros das bolsas de Nova York avançam, com o mercado de trabalho no centro da atenção dos investidores. Logo mais será divulgado o payroll, que, segundo Filipe Teixeira, sócio da Wisir Research, deve seguir alimentando as expectativas em torno de uma redução mais rápida no estímulo monetário por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

A volatilidade entre os ativos permanece elevada, refletindo a mudança do Fed em direção a configurações monetárias menos generosas e a incerteza sobre como o surto da ômicron afetará a reabertura global.

A esperança é que as vacinas permaneçam eficazes ou possam ser ajustadas para lidar com a situação. O estado de Nova York identificou pelo menos cinco casos da variante, que continua sua propagação mundial.

Nos dados mais recentes dos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego permaneceram baixos – 222 mil na semana anterior, ante a expectativa dos analistas de 240 mil solicitações – sugerindo um progresso adicional no mercado de trabalho.

Do outro lado do mundo, as bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta, encerrando em tom positivo uma semana marcada por turbulências em meio ao avanço da variante ômicron do coronavírus.

O índice Hang Seng, referência na Bolsa de Hong Kong, encerrou a sessão em queda de 0,09%, aos 23.766 pontos. No restante do continente, o clima foi positivo nas mesas de operações, após a volatilidade deflagrada pela Ômicron.

A Bolsa de Xangai subiu 0,94%, aos 3.607 pontos, enquanto a de Shenzhen, menos abrangente, avançou 0,71%, aos 2.526 pontos.

No Japão, o índice Nikkei ganhou 1,00%, aos 28.029 pontos, na máxima do dia, em Tóquio. Na Coreia do Sul, o Kospi registrou ganhos de 0,78%, aos 2.968 pontos, em Seul

Na Oceania, o S&P/ASX 200, de Sydney, subiu 0,22%, aos 7.241,20 pontos, também em recuperação após as perdas da véspera. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
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