Em semana de véspera de Natal, Bolsa cai 2,15% e dólar tem leve baixa de 0,36%
No radar dos investidores nesta quinta, a inflação no Brasil e nos EUA
Em uma semana de volume de negociações bem abaixo da média, fator característico das últimas semanas do ano, a Bolsa de Valores caiu 2,15% em relação ao fechamento da última sexta-feira. Nesta quinta, 23, antevéspera do Natal e último pregão da semana, o Ibovespa recuou 0,33%, aos 104.891 pontos, com os investidores repercutindo novos dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos.
Por aqui, o IPCA-15 de dezembro, a prévia oficial da inflação, subiu 0,78%, abaixo das expectativas dos analistas, que esperavam alta de 0,82%. No entanto, com o resultado, o índice acumula a maior alta anual desde 2015, de 10,42%. Com a divulgação dos dados, que sinalizam uma continuação na deterioração do cenário macroeconômico brasileiro, o investidor que opera na especulação preferiu não arriscar e não quis passar o feriado comprado na Bolsa.
Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora comenta que "levando em conta as projeções do mercado no último relatório Focus para o IPCA no ano em 10%, o resultado revela uma defasagem de expectativa e um ajuste para cima da curva de juros, o que ajuda a explicar a queda do mercado". A curva de juros futuros fechou o dia em alta em todos os contratos, nesta quinta.
Dólar
O dólar viveu um pregão de alta e fechou com valorização de 0,38%, cotado a R$ 5,68. As perspectivas econômicas com a alta da inflação contribuem para que o investidor migre seu patrimônio para a moeda americana, considerada uma moeda segura, contra a escalda dos preços.
Embora o fechamento desta quinto tenha sido com alta, em relação à última sexta-feira a cotação do dólar apontou um leve recuo de 0,36%. A queda foi influenciada pela desvalorização da véspera, quando a moeda americana caiu 1,59% depois da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA revisado.
O PIB avançou 2,3% no terceiro trimestre, acima das expectativas doas analistas. Com o dado positivo, o apetite por riscos do investidor estrangeiro aumenta, o que tende a beneficiar as moedas de países emergentes.
Inflação nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos a inflação também avançou. O índice de preços dos gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou 0,6% em novembro e em 5,7% na comparação anual, de acordo com dados publicados mais cedo pelo Departamento do Comércio do país.
Os números vieram acima da expectativa dos especialistas, que esperavam uma alta mensal de 0,4% na base mensal e de 4,5% na anual. Por ser o indicador preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), segundo analistas, essa alta pode influenciar os próximo capítulos da política monetária americana. Vale lembrar que o Fed planeja, pelo menos, três altas nos juros em 2022.
Apesar do indicador acima das expectativas, os principais índices do mercado financeiro americano fecharam em alta hoje, acompanhando o bom-humor com as novas notícias à respeito da ômicron, nova variante do coronavírus, que indicam que a cepa é menos grave para a saúde.
Fechamento dos índices americanos
- S&P 500 fechou com alta de 0,60%;
- Dow Jones avançou 0,55%;
- Nasdaq 100 subiu 0,79%.
Ômicron: a cepa tem menor gravidade e novos medicamentos
Pesquisadores na Escócia e no Imperial College London disseram que no Reino Unidos as taxas de hospitalização estão mais baixas entre pessoas com a ômicron. Os novos dados somam-se a um estudo que mostra que os sul-africanos tem 70% menos probabilidade de desenvolver uma versão mais grave da doença e 80% menos probabilidade de serem hospitalizados se contraírem a doença.
Em paralelo, um novo medicamento anti-covid-19 desenvolvido pela Pfizer ganhou liberação para uso de emergência nos Estados Unidos.
Ainda no noticiário da pandemia, a AstraZeneca divulgou nesta quinta-feira que uma análise laboratorial conduzida pela Universidade de Oxford mostrou que sua vacina contra a doença foi eficaz na prevenção a infecções pela ômicron após uma terceira dose, mostrando resultados similares aos observados contra a delta após um regime regular de duas doses.
O dia na Bolsa
Maiores altas do dia na Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Marfrig | MRFG3 | +4,17% |
Embraer | EMBR3 | +3,18% |
BRF | BRFS3 | +1,98% |
Minerva | BEEF3 | +1,54% |
Iguatemi | IGTI11 | +1,38% |
Maiores baixas do dia na Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Méliuz | CASH3 | -6,34% |
Getnet | GETT11 | -5,91% |
Hapvida | HAPV3 | -4,16% |
Intermédica | GNDI3 | -3,24% |
Petz | PETZ3 | -2,89% |