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Mercado Financeiro

Reunião do Fed hoje mexe com mercados pelo mundo e também no Brasil

IPCA bem acima das expectativas pode resultar em ajuste de 1 pp na Selic

Data de publicação:28/07/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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As decisões de política monetária, no Brasil e nos Estados Unidos, influenciaram antecipadamente o humor do mercado financeiro na véspera, em meio ao cenário de incertezas com a inflação em alta.

Nesta quarta-feira, 28, o Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos) se reúne para deliberar sobre os rumos da política monetária.

Foto: Arquivo
Temor dos investidores é com redução gradual da compra de títulos e, portanto, da liquidez global - Foto: Envato

E entre as possíveis medidas poderia estar, como teme o mercado, uma mudança na política de estímulos monetários, programa que ajudou a dar tração à rápida recuperação da economia americana.

A preocupação dos investidores com possíveis restrições à política de compra de ativos ganha força em função de alguns dados que apontam para uma inflação americana em alta, fenômeno que o Fed vem considerando restrito a alguns setores e transitória.

O temor é que o Fed anuncie uma redução gradual da compra de títulos, decisão que reduziria a liquidez abundante nos mercados, à medida que for enxugando o volume de recursos que transitam pelo sistema financeiro americano e se espraiam pelos demais mercados globais.

Menos disponibilidade de recursos tenderia a inibir a movimentação com compra de ações na bolsa de valores, a pressionar as cotações do dólar e a inflação, em marcha batida de alta, outra fonte de desconforto para investidores e profissionais do mercado.

Uma preocupação que remete as expectativas do mercado para a próxima semana, quando o Copom se reúne, nos dias 3 e 4, para decidir o rumo da taxa básica de juros, a Selic.

Projeção da Selic já encosta em 7%

Com efeito, o temor entrou de vez no radar do mercado e preocupa cada vez mais os investidores. A ponto de boa parte dos analistas revisar o aumento estimado para a Selic, de 0,75%, até dias atrás, para um ponto porcentual, o que elevaria o juro básico para 5,25%. A Selic projetada para o fim do ano também foi revisada e já encosta em 7%.

“O que tem assustado é a inflação”, diz Fernanda Consorte, economista-chefe do banco Ourinvest. A pressão do câmbio, combinada com a alta de serviços, como apontou o IPCA-15 mais alto que o previsto, aumentou o risco de a inflação chegar a 9% no acumulado de 12 meses, alerta.

À margem das preocupações dos investidores com inflação e juros, a nova fornada da temporada de balanços despeja mais resultados trimestrais de empresas nesta quarta-feira, com destaque para os balanços de Vale, Santander, CSN, Multiplan, dentre outros.

Especialistas dizem que o mercado de ações está à espera de alguns resultados surpreendentemente positivos para que os negócios na Bolsa ganhem algum alento.

NY: futuros próximos da estabilidade

No exterior, os contratos futuros negociados nas bolsas de Nova York operam próximos da estabilidade com os investidores no aguardo da reunião do Fed que deve trazer novas sinalizações sobre a política monetária dos Estados Unidos, de olho nas oscilações regulatórias da China e no avanço da variante delta do coronavírus.

A intervenção da China em setores como tecnologia, educação e commodities tem impactado diretamente a performance das ações das empresas do setor em Wall Street, alimentando o sentimento de cautela do mercado.

Na visão de Nigel Green, diretor presidente do deVere Group, a liquidação das ações tem se concentrado na indústria de educação privada da China após um memorando do governo destacar regulamentações mais severas, que impedirão as empresas do setor de aceitar investimentos estrangeiros e levantar capital no mercado de ações.

 "Esta nova abordagem dura assustou o setor de tecnologia, que já está em alerta máximo em meio a temores de que o governo queira mais controle sobre as empresas", conclui o analista.

Cenário político

No Brasil, o cenário político também está na pauta de atenção dos investidores. Na véspera, o senador Ciro Nogueira aceitou o cargo de ministro da Casa Civil, o que representa um movimento importante para o presidente Jair Bolsonaro em um momento de crescente perda de popularidade do governo.

Ao levar o centrão para a "cozinha" do Palácio do Planalto, Bolsonaro avança várias casas no jogo para barrar o impeachment, atrai apoio no Senado e tenta alavancar sua campanha ao segundo mandato, em 2022.

A missão de Nogueira será diminuir o desgaste de Bolsonaro, alvo da CPI da Covid, tirar o governo da rota de colisão e conquistar aliados. Esta é a 27ª mudança que Bolsonaro faz na equipe em dois anos e meio de mandato.

CPI da Covid: Flávio Bolsonaro na comissão

O senador Flávio Bolsonaro terá uma vaga de suplente na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado. Flávio ocupará a vaga do senador Luiz Carlos Heinze, que assumiu como titular do colegiado após o senador Ciro Nogueira ser alçado à Casa Civil.

Mesmo antes de fazer parte da comissão, o filho mais velho de Bolsonaro participava das reuniões, entrando em embates com o relator, o senador Renan Calheiros.

O filho '01' de Bolsonaro é um dos alvos da comissão. Renan, por exemplo, quer investigar a relação dele com Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, empresa que está no centro de suspeitas de corrupção na negociação do governo pela vacina indiana Covaxin.

A vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber, manteve quebra de sigilos telefônico e telemático determinada pela CPI da Covid contra Carlos Eduardo Guimarães, assessor do deputado Eduardo Bolsonaro.

A presidente da corte em exercício negou um mandado de segurança impetrado por Guimarães, que é apontado como integrante do "gabinete do ódio que defendia a utilização de medicação sem eficácia comprovada contra a covid-19 e apoiava teorias como a da imunidade de rebanho".

Bolsas asiáticas fecham sem direção única

As bolsas da Ásia fecharam mais uma vez sem direção única nesta quarta-feira, com as chineses ainda em baixa, em reação às recentes intervenções de Pequim no setor privado do país, embora as perdas no mercado acionário da China continental tenham sido menores hoje.

Na China continental, o índice Xangai Composto recuou 0,6%, aos 3.361,59 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,8%, aos 2.313,20 pontos. Na véspera, as perdas haviam sido de 2%.

Em Hong Kong, o Hang Seng teve alta de 1,5%, aos 25.473,88 pontos, após ter registrado queda superior a 4% na sessão anterior.

"A queda das ações chinesas deu uma pausa durante a noite, com o índice chinês em Hong Kong em território ligeiramente positivo", afirmam analistas do Danske Bank.

"Isso se segue à recente repressão da China a algumas grandes empresas de tecnologia e ao setor privado de educação, que assustou o sentimento dos investidores com rumores de grandes saídas de investimentos dos EUA", acrescentam.

Em outras partes da Ásia, o Kospi encerrou a sessão com alta de 0,1% em Seul, aos 3.236,86 pontos, após oscilar entre altas e baixas.

O Nikkei, por sua vez, caiu 1,4% no Japão, aos 27.581,66 pontos, pressionado para baixo por ações de companhias aéreas, diante de preocupações com a pandemia de covid-19. Nos últimos dias, Tóquio vem registrando recordes sucessivos de novos casos de coronavírus, em meio à realização dos Jogos Olímpicos.

Na Oceania, a bolsa da Austrália encerrou em baixa, após ter renovado no dia anterior o recorde histórico de fechamento. O índice acionário S&P/ASX 200 caiu 0,7% em Sydney, aos 7.379,3 pontos, em meio ao lockdown imposto nas maiores cidades do país para conter a piora da pandemia devido à disseminação da variante delta. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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