Rentabilidade Acumulada dos Fundos: saiba como calcular na ferramenta da Mais Retorno
Muitos dos nossos usuários ficam um pouco confusos na hora de analisar a rentabilidade dos fundos de investimentos. Recebemos com frequência questionamentos como “se eu somo…
Muitos dos nossos usuários ficam um pouco confusos na hora de analisar a rentabilidade dos fundos de investimentos. Recebemos com frequência questionamentos como “se eu somo as rentabilidades dos meses ela não é igual a rentabilidade anual”.
Se você também tem esse tipo de dúvida ao avaliar os resultados dos fundos de investimentos, preparamos esse pequeno guia para que entenda a nossa metodologia de rentabilidade e possa analisar melhor onde investir.
O que é a rentabilidade de um investimento/fundo?
A rentabilidade é um indicador muito comum no mercado financeiro que oferece uma análise sobre o retorno de um investimento. Ou seja, trata-se de um cálculo matemático sobre o percentual de lucro (ou prejuízo) para cada real investido.
Para encontrar a rentabilidade de um investimento, a fórmula utilizada é a seguinte:
Rentabilidade = Retorno financeiro / Valor total do investimento
Para que você entenda melhor, suponha que você investiu R$10.000 em um fundo de investimentos e, depois de um determinado período, obteve um lucro de R$500. A rentabilidade, portanto, seria calculada da seguinte forma:
Rentabilidade = 500 / 10.000 = 0,05 = 5,0%
Isso significa que, a cada cem reais investidos, você obteve um retorno de R$5,00 no período de análise utilizado.
Tipos de rentabilidade
Antes de seguirmos com a nossa metodologia, vale destacar que existem diferentes tipos de rentabilidade. Veja alguns exemplos a seguir:
- Rentabilidade bruta: é o valor bruto do retorno financeiro, sem descontos de taxas ou impostos. No nosso exemplo, ele seria de 5%.
- Rentabilidade líquida: é a rentabilidade descontada de taxas e impostos pagos pelo investidor. Supondo um Imposto de Renda de 20%, por exemplo, o nosso retorno líquido seria de 4,0%.
- Rentabilidade real: é o mesmo raciocínio da rentabilidade líquida, mas adicionando o impacto da inflação. O objetivo é entender se o poder de compra do investidor foi mantido considerando o aumento dos preços no período.
No caso dos cálculos da nossa ferramenta, consideramos a rentabilidade bruta dos fundos, mas também descontamos taxas (administração e performance). Isso porque os fundos são obrigados por lei a compartilhar os resultados aplicando seus custos.
Portanto, na rentabilidade da nossa plataforma não há desconto de Imposto de Renda ou inflação, porque cada tipo de fundo tem a sua própria regra. Há casos, por exemplo, em que a tributação é maior ou menor de acordo com o tempo de aplicação. Ou então temos fundos com incidência de come-cotas, enquanto outros não possuem.
Como funcionam os juros compostos?
Outro ponto fundamental sobre o cálculo da rentabilidade que vimos anteriormente é que ela funciona para um determinado período, mas sem permitir a aplicação de diferentes janelas temporais.
É justamente aqui que reside boa parte das dúvidas dos nossos usuários. Como temos a rentabilidade mensal na ferramenta para comparar os fundos de investimentos, muitas pessoas simplesmente somam esses valores para encontrar o resultado acumulado (seja ele trimestral, semestral, anual, etc.).
O problema é que, no mercado financeiro, estamos sempre falando de juros compostos (juros sobre juros). Ou seja, o montante inicial de cada mês aumenta ou diminui de acordo com os resultados obtidos. Desta forma, não é correto aplicar uma simples soma das rentabilidades mensais. O que devemos fazer é multiplicá-las, como veremos adiante.
Por que eu não posso somar rentabilidades?
Para que você entenda isso na prática, vamos a um exemplo. Suponha que você investiu R$10.000 em um fundo e que, nos dois primeiros meses da aplicação, ele ofereça as seguintes rentabilidades mensais:
- 1º mês: 5%
- 2º mês: 3%
Se você somar essas rentabilidades terá um resultado de 8% — o que representaria um lucro de R$800. Mas será que isso realmente aconteceu na prática? Vamos conferir o efeito dos juros compostos:
- 1º mês: 10.000 x 5% = 500
- 2º mês: 10.500 x 3% = 315
Veja, portanto, que o lucro desse período seria de R$815. Isto é, uma rentabilidade de 8,15% (e não apenas de 8%, como verificamos na soma simples). Portanto, ao fazer uma soma simples das taxas de um investimento você não terá o resultado correto.
A diferença está justamente nos juros compostos do mercado financeiro. A rentabilidade do segundo mês não é aplicada apenas sobre o nosso investimento inicial, mas considera também os nossos lucros até aquele momento.
Como calcular a rentabilidade acumulada?
No exemplo anterior, como eram apenas dois meses, foi bem tranquilo de encontrar a taxa acumulada de rentabilidade do nosso fundo. No entanto, esse processo manual é muito trabalhoso em períodos mais extensos de modo que podemos simplesmente multiplicar as taxas. A fórmula é a seguinte:
Rentabilidade Acumulada = (1 + Taxa Mês 1) x (1 + Taxa Mês 2) x ... (1 + Taxa Mês N)
Vamos considerar um exemplo prático para que você entenda melhor como calcular a taxa acumulada de um fundo de investimento. Abaixo estão os dados de rentabilidade do Alaska Black Institucional FIA nos três primeiros meses de 2021:
- Janeiro: -1,64%
- Fevereiro: -3,53%
- Março: +8,76%
Usando a nossa fórmula de rentabilidade acumulada, podemos encontrar o resultado do primeiro trimestre de 2021 desse fundo. Veja só como ficaria esse cálculo:
Rentabilidade Acumulada = (1 - 0,0164) x (1 - 0,0353) x (1 + 0,0876)
Rentabilidade Acumulada = 0,9836 x 0,9647 x 1,0876 = 1,0320 = 3,20%
Se você consultasse a nossa ferramenta de análise de fundos nesse período, perceberia que era justamente esse o resultado acumulado até então. Essa é a maneira correta de calcular a rentabilidade de um fundo — e não somando as taxas que apresentaria, neste caso, o resultado incorreto de 3,59%.
Como é calculada a rentabilidade dos fundos da Mais Retorno?
E em relação aos valores utilizados para o cálculo da rentabilidade na nossa ferramenta? Como funciona?
Para isso, nós pegamos o valor da cota de cada fundo, que é atualizada diariamente por marcação a mercado de acordo com a oscilação patrimonial da carteira do fundo. Todo processo é feito com base na atualização dos dados da própria CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e demais fontes oficiais.
É com base nesses valores que podemos calcular a rentabilidade diária de cada fundo, algo que vai se refletir nas taxas mensais, semestrais, anuais e acumuladas que você encontra na nossa plataforma de fundos de investimentos.
Por que a carteira não está atualizada?
Se você também consulta a nossa ferramenta para checar a carteira dos fundos de investimentos, vai perceber que em alguns casos o ativo está omitido pelo gestor. Isso não é um erro da plataforma, mas sim uma proteção utilizada pelos gestores.
O que acontece é que, por vezes, uma posição ainda está sendo montada. Isso significa que a gestão ainda está comprando ou vendendo um título, uma ação ou cotas de outros fundos de modo que não deseja abrir sua posição ao mercado.
Já imaginou o efeito de ter grandes gestores declarando que estão comprando um determinado ativo? Muitos investidores fariam o mesmo processo, prejudicando a estratégia do fundo. Desta forma, eles ocultam o ativo por um determinado período. É por isso que, eventualmente, você terá algum atraso na atualização das carteiras.
Disclaimer
As informações disponibilizadas na ferramenta de fundos da Mais Retorno não configuram um relatório de análise ou qualquer tipo de recomendação e foram obtidas a partir de fontes públicas como a CVM. Rentabilidade passada não representa garantia de resultados futuros e apesar do cuidado na coleta e manuseio das informações, elas não foram conferidas individualmente. As informações são enviadas pelos próprios gestores aos órgãos reguladores e podem haver divergências pontuais e atraso em determinadas atualizações. A Mais Retorno, seus sócios, administradores, representantes legais e funcionários não garantem sua exatidão, atualização, precisão, adequação, integridade ou veracidade, tampouco se responsabilizam pela publicação acidental de dados incorretos.