Taxa de Perfomance: saiba o que é e como é cobrada
O que é a taxa de performance?
Taxa de performance é o termo usado para designar a cobrança realizada pelas instituições financeiras sobre os rendimentos obtidos por um investidor em um fundo de investimentos, quando esse último supera o seu benchmark.
Nesse contexto, é chamado de benchmark o índice de referência utilizado por aquele fundo. Em geral, os benchmarks mais comuns são o CDI, o dólar e o Ibovespa, em especial quando se tratam dos fundos de renda fixa, de câmbio e de ações, respectivamente.
Para retribuir, então, a atuação dos gestores dos fundos nesse desempenho acima da média é que se cobra a taxa de performance.
Ela atua como a comissão paga aos vendedores das lojas, por exemplo. Enquanto trabalhar bem e entregar o máximo de produtividade possível é a sua função natural (afinal, é para isso que eles recebem salário), o dono do estabelecimento entende que, entregando uma porcentagem a quem fez a venda, este se sentirá mais motivado para trabalhar a seu favor.
A taxa de performance é, portanto, um incentivo dado aos gestores do fundo que você aplica. Ainda assim, não é cobrado em todos eles: apenas os que contam com a administração ativa é que possuem essa prerrogativa.
E se te incomoda ter que calcular a diferença entre a rentabilidade bruta e líquida de um fundo, não se preocupe: a apresentação comum da rentabilidade já desconta taxas como a de performance e a de administração.
Como é cobrada a taxa de performance?
Você já entendeu que, sempre que o fundo de investimentos, apresenta rendimentos superiores ao do seu índice de referência, uma parte dos ganhos fica retida a título de taxa de performance, certo? Isso, é claro, se a medida estiver prevista em nota contratual.
Agora vale explicar o processo realizado pela instituição financeira para calcular o valor correspondente e executar a cobrança.
Bom, primeiramente é preciso definir qual é o benchmark do fundo. Ibovespa? CDI? Dólar? Identificar o índice de referência faz toda diferença, pois de nada adianta superar outras taxas se ela não for capaz de bater o benchmark, ok?
Segundo, em quanto exatamente o desempenho do fundo deve ser superior ao do benchmark? 1%, 50%, 100%? Assim como superar taxas alheias não é suficiente para que a condição de cobrança da taxa de performance se apresente, qualquer porcentagem também não o é. Essa especificação deve estar expressamente detalhada em contrato e, se não estiver, entre em contato com a instituição para debater a questão.
Em seguida, basta identificar o valor determinado a ser cobrado sobre o rendimento.
Isto é, se o contrato determina que haverá cobrança de 50% sobre o rendimento que vier a exceder o benchmark, metade do excedente será retido no fundo.
Ainda assim, cabe lembrar que a cobrança da taxa de performance não é anual, como a maioria das taxas.
Em geral, o desconto é feito a cada semestre.
Mas e se o desempenho do fundo estiver abaixo do benchmark, a taxa de performance ainda é cobrada?
Não. Superar o benchmark é condição sine qua non para a cobrança da taxa de performance, que serve justamente para remunerar esse desempenho bem-sucedido.
Para tanto, a fundamentação está na Instrução 555 da CVM e no dispositivo conhecido como “linha d’água”.
A linha d’água é um sistema de compensação que garante que, após um período de rentabilidade menor que o benchmark, a taxa de performance só pode ser aplicada após a restituição do prejuízo acumulado.
Ou seja, você só poderá ser cobrado pela taxa de performance, caso o seu investimento esteja superando o benchmark em todo o período acumulado do investimento.
Se você já leu os outros artigos que o Mais Retorno preparou a respeito das taxas nos fundos de investimentos, sabe que o mesmo não se repete em outras obrigações, como é o caso da taxa de administração, por exemplo.
Para que serve a taxa de performance?
Você já sabe que a taxa de performance está para os gestores dos fundos como as comissões de vendas estão para aqueles funcionários insistentes a te oferecer um cartão sempre que você passa pela porta da loja.
Espera aí, você também se sente igualmente acuado pela pró-atividade deles? A verdade é que eles provavelmente não agiriam dessa forma se não fossem receber nada em troca. E embora essa seja uma estratégia discutível, é exatamente esse “entusiasmo” que o patrão deles espera.
Isso porque as pessoas, ainda que recebam os seus salários, tendem a desanimar em seus trabalhos conforme o tempo passa. Quando são desafiadas a trabalhar melhor para ganhar mais, no entanto, elas se enchem de motivação.
Ao investir o seu capital, os gestores dos fundos podem passar por um processo semelhante. Ao saber que o sucesso da sua aplicação aumenta os ganhos deles, as ações adotadas tendem a ser mais estratégicas e assertivas.