Payroll de julho: Estados Unidos criam 528 novos empregos no período
Resultado veio duas vezes maior do que o projetado pelo mercado, o que aponta que a economia do país segue aquecida
Os Estados Unidos criaram 528 mil novos empregos em julho, segundo dados divulgados no payroll, relatório de vagas de trabalho que incluem posições no setor público e privado, pelo Departamento do Trabalho do país.
O resultado superou as estimativas dos analistas, que apostavam em uma mediana de 250 mil novas posições, em um intervalo de 75 mil a 300 mil vagas.
Já a taxa de desemprego dos EUA recuou para 3,5% em julho, ante 3,6% em junho, voltando ao nível de fevereiro de 2020, antes da pandemia de covid-19. Neste caso, a previsão era de que a taxa permaneceria em 3,6%.
Além disso, o Departamento do Trabalho revisou para cima os números de criação de postos de trabalho de junho, de 372 mil para 398 mil, e de maio, de 384 mil para 386 mil.
Em julho, o salário médio por hora teve alta de 0,47% em relação a junho, ou US$ 0,15, a US$ 32,27, superando a previsão de alta de 0,30%. Na comparação anual, houve ajuste salarial de 5,22% no último mês, também acima da projeção de 4,90%.
Reação do mercado com o payroll
O estrategista-chefe da Avenue Securities, William Castro Alves, avalia que o resultado “é negativo para equities e bonds num primeiro momento, com reforço das apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deverá manter uma política monetária mais firme”.
Fabio Fares, especialista em macroeconomia da Quantzed, aponta que o resultado do payroll de julho “mostra que o mercado está extremamente aquecido”.
Além disso, segundo ele, mostra que o Fed “ganhou razão” no mercado, pois temia o aumento de juros pelo risco de recessão.
“Mas o fato é que o Fed afirmou que a preocupação é com a inflação, que ainda segue forte por conta do mercado de trabalho aquecido. E o payroll de hoje confirmou isso”.
Fabio Fares, da Quantzed
Com esse número, as atenções se voltam para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que acontecerá na próxima quarta-feira, 10.
“Até lá o mercado vai se ajustar. Com o payroll, acredito que a possibilidade de aumento da taxa de juros em 0,75 ponto porcentual na próxima reunião do Fed ganha força, ainda que o mercado até então precificava uma próxima alta de 0,50 ponto porcentual”.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, afirma que a casa “mantém assim o call de que a autoridade irá subir o juro até o intervalo de 3,75% e 4,00% atingidos no início do ano que vem”. / com Agência Estado
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