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Nubank se torna o banco mais valioso da América Latina e faz terceira maior oferta de ações dos EUA em 2021

Fintech estreia nas bolsas com valor de mercado de US$ 41,7 bilhões (R$ 233 bilhões) e passa a valer mais do que o Itaú Unibanco

Data de publicação:09/12/2021 às 08:56 - Atualizado 3 anos atrás
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O Nubank fincou sua bandeira na Bolsa e se tornou a instituição financeira mais valiosa na América Latina. A fintech alcançou o valor de US$ 9 por papel em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Assim, o banco vai estrear hoje na Bolsa de Nova York (Nyse) e na brasileira B3 com valor de mercado de US$ 41,7 bilhões na partida - ou R$ 233 bilhões, considerada a taxa de câmbio de R$ 5,60.

Com essa avaliação, a fintech ultrapassa com folga o valor de mercado do Itaú Unibanco, de R$ 213 bilhões na B3, instituição que até então ocupava a primeira posição no ranking. Ainda no mercado local, o Bradesco tem um valor de mercado de R$ 188 bilhões. A seguir, vêm Santander (R$ 125 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 93 bilhões) - veja ao lado quadro com comparativo com outras instituições.

Nubank passa a ser considerado o banco mais valioso da América Latina e estreia nesta quinta-feira, 9, na Bolsa brasileira e em NY - Foto: Nubank/Divulgação

Na oferta precificada na véspera, o banco do cartão roxo arrecadou US$ 2,6 bilhões, considerando o lote principal de papéis. O dinheiro será utilizado para gastos com capital de giro e despesas operacionais, segundo aponta a instituição no prospecto da operação. Fora isso, os recursos levantados poderão ser utilizados em investimentos e aquisições.

O código de negociação escolhido foi "NU" em Nova York, na Nyse. Por aqui, o papel que será negociado será um BDR (Brazilian Depositary Receipts), que é um certificado de uma ação listada fora do País. Isso ocorrerá porque a Bolsa dos Estados Unidos será o mercado primário da fintech. No Brasil, o código será "NUBR33".

Oferta de ações: terceira maior dos EUA em 2021

Além de ter virado o maior banco da América Latina ao arrecadar US$ 41,7 bilhões em seu IPO, o Nubank fez, até o momento, a terceira maior oferta de ações do mercado americano em 2021. A instituição fica atrás somente da sul-coreana Coupang e da chinesa Didi, desbancando negócios badalados como o aplicativo de namoro Bumble e a corretora online Robinhood.

Desde que os documentos do IPO foram enviados às autoridades americanas, os solavancos do mercado geraram, porém, algumas avaliações mornas a respeito dos preços que o Nubank pedia por suas ações. Casas como a Suno Research e a Nord, com foco em pequenos investidores locais, desencorajaram a entrada de seus clientes no IPO.

A Suno manteve a avaliação mesmo após o Nubank cortar a faixa indicativa de preço dos papéis, para o intervalo entre US$ 8 e US$ 9 por ação. O corte do preço em relação à faixa inicial (US$ 10 a US$ 11) fez com que o banco digital abrisse mão de quase US$ 10 bilhões para passar por um momento pouco amigável dos mercados.

Porém, o banco encontra muita boa vontade no mercado. Para a presidente da Tresalia Capital, María Asuncion Aramburuzabala, o sucesso do IPO do Nubank é positivo para a América Latina, pois valida as teses de empreendedores da região e ajuda a estimular projetos.

"Cria um círculo virtuoso e transforma Vélez (David Vélez, fundador do banco) em um ícone, todos querendo ser como ele", disse ela, em evento da Eurásia.

Volatilidade

O Nubank não escapou da maior volatilidade do mercado, situação agravada com o aparecimento da variante ômicron do coronavírus, que provocou ainda mais dúvidas sobre o crescimento da economia global em 2022.

Além de ter cortado suas ambições de preço (inicialmente, o banco projetava um preço de US$ 11 por papel), o Nubank acabou costurando com um grupo de fundos globais um acordo para investir no IPO, que somou US$ 1,3 bilhão, o que ajudou a instituição financeira a driblar a alta volatilidade do mercado nas últimas semanas.

Além da oferta ter sido acompanhada de perto pelos grandes bancos brasileiros, os digitais globais olharam o processo com lupa, já que a leitura é de que essa oferta servirá como base para outras ofertas do setor que já estão na fila.

Muitas fintechs brasileiras pensam em migrar para o mercado dos EUA, mais amigável a negócios de tecnologia que, a exemplo do Nubank, ainda não dão lucro.

Foram coordenadores da oferta os gigantes Morgan Stanley, Goldman Sachs e Citi, além do próprio Nubank, por meio de seu braço de investimentos, o Nu Invest. / com Agência Estado

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