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campos neto em novo duelo com lula
Economia

No duelo entre Lula e BC, Campos Neto diz que não vai abrir mão de seu mandato

O presidente do BC garantiu que fica no cargo até o fim de 2024; Lula diz que juros a 13,75% são uma excrescência

Data de publicação:26/05/2023 às 08:00 -
Atualizado um ano atrás
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, garantiu que fica no cargo até o final do seu mandato, que tem prazo até o fim de 2024, em entrevista à Globonews

Com a indicação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, à Diretoria de Política Monetária, surgiram rumores de que seria uma "oferta casada" para a presidência do BC e, assim, temores no mercado financeiro de que Campos Neto deixasse a cadeira antes do fim do seu mandato.

Roberto Campos Neto
Campos Neto: dizer que BC se guia por uma pessoa é não entender o processo - Foto: Agência Brasil

"Eu tenho mandato até 2024, não vou abreviar. O que eu sempre disse é que não estava disposto à recondução. Já fiz bastante coisa, tem que passar o bastão para o próximo", disse o presidente do BC, reforçando que sempre foi contra a recondução, desde a discussão da lei de autonomia.

Sobre uma possível transição com Galípolo, o presidente disse que não era possível antecipar o processo, já que quem decide o próximo mandatário é o governo. 

"Não sei, acho que ele vai chegar, tem o trabalho da diretoria de Política Monetária a ser feito. A gente vai discutir ao longo do tempo. Quem decide o novo presidente é o governo, pode decidir por alguém que está na casa ou não."

Campos Neto lembrou que a cadeira de Política Monetária exige um trabalho de mesa de operação e que Galípolo vai ter de aprender a parte técnica do dia a dia. "Vai ser um processo de aprendizado para ele, foi para mim quando cheguei", disse, acrescentando que será enriquecedora a interação do atual número 2 da Fazenda com os outros diretores.

O presidente do BC ainda elogiou novamente as indicações de Galípolo e de Ailton Aquino, técnico da autarquia, para a Diretoria de Fiscalização. “Converso bastante com Galípolo desde o início do governo. Ailton é super querido dentro do BC. As indicações do governo fazem parte da regra do jogo da autonomia, foram boas.”

Dinâmica do Copom

Sobre a dinâmica do Comitê de Política Monetária (Copom) com a entrada dos novos diretores, Campos Neto disse que não sabe como cada diretor vai votar, mas que o debate faz parte da institucionalidade.

Ele citou ainda que hoje já há diretores que pensam diferente, em referência à divergência de opiniões sobre a decisão de juros de setembro, quando dois diretores queriam uma nova alta para 14%.

"Tenho certeza que os diretores que entrarem entenderão que o processo é técnico", afirmou ele, para quem o BC tem que ficar à parte das narrativas políticas.

Em meio à ofensiva do governo pela queda da taxa de juros, o presidente do BC ainda repetiu que a personificação das críticas em seu nome mostra uma falta de entendimento da autonomia do BC e do processo colegiado de definição da política monetária. "Dizer que o BC se guia por uma pessoa é falta de entendimento sobre o processo."

Selic de 13,75% é uma ‘excrescência’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como uma "excrescência" o patamar atual dos juros: 13,75% ao ano. 

Embora tenha prometido não falar sobre a política monetária, o chefe do Executivo dedicou parte de seu discurso na Fiesp a atacar novamente o trabalho do Banco Central (BC), tomando, no entanto, o cuidado de não mencionar desta vez o chefe da autarquia, Roberto Campos Neto.

"O País não merece isso", declarou Lula para, após criticar os juros atuais e lembrar do papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na recuperação de empresas na crise de 2008, quando o presidente estava em seu segundo mandato.

Ao fechar o evento do Dia da Indústria na Fiesp, o presidente disse que é preciso colocar dinheiro no mercado. "Como vai sobreviver a pequena e média empresa se não tiver crédito?", questionou.

Ao cobrar posicionamento do empresariado, Lula lembrou que, quando era ele quem indicava o presidente do BC, a Fiesp aparecia na manchete criticando decisões de juros em toda reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

"Nesse País, que o mercado financeiro tomou conta, o presidente da República não pode criticar presidente do BC", ironizou Lula.

Direito de discutir os juros

Por sua vez, Campos Neto afirmou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tem o direito de discutir os juros e que há, em qualquer lugar do mundo, pressão para queda dos juros. Campos Neto, porém, reiterou que o BC tem uma missão, que é colocar a inflação na meta.

Ele reafirmou, em entrevista à GloboNews, o caráter técnico da atuação do BC e disse que a autarquia trabalha para cumprir seu objetivo de combate à inflação causando o mínimo de dor possível ao crescimento econômico. "Se fizer primeiro e rápido, se faz isso com eficiência", disse. "Nossa inflação está caindo e, em pares, inclusive países vizinhos, está estabilizada em níveis mais altos", emendou.

Campos Neto afirmou que a ansiedade gerada pelo efeito do juro alto sobre a desaceleração do crédito é parte natural do processo. "Meu trabalho é explicar, nossa missão é colocar a inflação na meta."

O presidente do BC disse existir um entendimento da sociedade de que uma inflação na meta é o elemento que hoje gera maior estabilidade de investimento e geração de emprego a longo prazo. E acrescentou que a inflação alta é um imposto perverso para a classe baixa.

Campos Neto pontuou que a meta de inflação é determinada pelo governo e disse que se ela for de 3%, então o que será perseguido será uma inflação de 3%, tentando gerar o mínimo de impacto na economia.

O presidente do BC lembrou que o processo de elevação do juro foi realizado em ano eleitoral e que isso foi feito para cruzar os mandatos com uma situação mais estável. Para Campos Neto, essa atitude demonstraria que a equipe é muito técnica e atua de modo técnico independentemente das eleições./ Agência Estado

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