Mercado Financeiro

Na semana, Bolsa tem queda de 2,53% com guerra e inflação; dólar também recua 0,59%

Investidor está pouco disposto a manter posições compradas em bolsa no fim de semana

Data de publicação:11/03/2022 às 06:42 - Atualizado 2 anos atrás
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A Bolsa de Valores de São Paulo, que até abriu em alta, mas trafegou a maior parte do pregão no negativo, acentuou o movimento e no finzinho do dia registrou queda de 1,72%, aos 111.573 pontos. Com isso, na semana, o resultado é negativo, de 2,53%. Já o dólar fechou esta sexta-feira com alta de 0,75%, cotado a R$ 5,056, mas na semana acumulou queda de 0,59%.

Os mercados estão reagindo a qualquer novidade da guerra da Rússia, e a fala de Putin sobre avanços nas negociações animaram os mercados logo pela manhã. Tanto é que as bolsas europeias fecharam em alta. No entanto, o desmentido de representantes do governo da Ucrânia sobre qualquer qualquer progressso para acordo fez as bolsas devolverem a valorização. As ameaças de um possível ataque da Rússia com armas químicas também pesou nas bolsas americanas.

Foto: Reprodução

Como explica o especialista em Renda Variável da Blue3, Matheus Malheiros, lá fora, o dia foi marcado também pelo anúncio do presidente norte-americano Joe Biden, sobre a intenção dos Estados Unidos junto com o G7 de revogar o status de “nação mais favorecida” da Rússia. Com isso, na prática, o país fica sujeito ao aumento de tarifas sobre a importação de vários produtos. Seria mais uma sanção econômica à Rússia.

Em Nova York, o Índice Dow Jones fechou com queda de 0,70%; o S&P 500, de 1,30%; e o Nasdaq, de 2,18%.

Inflação mais alta e juros também afetam a bolsa

Por aqui foi divulgada a inflação de fevereiro: o IPCA apresentou uma alta de 1,01%, a maior desde 2015. Número que ainda não incorporou os efeitos inflacionários da guerra nem o forte reajuste no preços dos combustíveis, o que leva a supor uma inflação ainda mais alta para março.

Se é assim, o mercado passou a contar com a possibilidade de ajustes ainda maiores nas taxas de juros e já na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana. Tanto as projeções de inflação como para o pico dos juros neste ano foram revistas para cima, e já bateram os níveis de 7% e 14%, respectivamente.

Essas perspectivas são negativas para a bolsas porque além de dar mais competitividade para a renda fixa, juros altos empacam a economia e comprometem os resultados das empresas e o desempenho de suas ações no mercado.

Além disso, os investidores parecem sem qualquer disposição para passar o fim de semana em posições compradas em ações, em função da volatilidade que qualquer novidade do Leste Europeu possa gerar nos mercados.

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.