Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta segunda-feira, 21 de março
Investidores digerem novas expectativas para os principais indicadores econômicos do País para 2022 e 2023
Após fechar a semana anterior no patamar dos 115 mil pontos e valorização acumulada de 3,04%, a Bolsa abriu o pregão desta segunda-feira, 21, na mesma esteira positiva, descolando do mercado internacional. Às 16h30, o Ibovespa subia 0,73%, aos 116.156 pontos, e o dólar caía 1,28%, abaixo dos R$ 5 – R$ 4,952.
A subida do principal indicador da Bolsa é impulsionada por mais um dia de alta nas ações das gigantes do setor de commodities: Petrobras e Vale, que têm um forte peso na cesta de ativos do Ibovespa, sobem mais de 3% e 2%, respectivamente, refletindo o salto de 4% no preço do petróleo e alta do minério de ferro lá fora.
Guerra na Ucrânia: ainda sem acordo para o cessar-fogo
O mercado segue de olho nos desdobramentos da guerra na Ucrânia, que já se aproxima de um mês e soma 10 milhões de refugiados. No último fim de semana, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, deu sinalizações sobre o entendimento com a Rússia, mas não houve confirmação.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta segunda-feira que é necessário haver mais progresso nas negociações de paz da Rússia com a Ucrânia antes que um encontro entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, possa ocorrer.
"Para se falar sobre uma reunião dos dois presidentes, primeiro é necessário fazer a lição de casa, é necessário ter conversas e chegar a um acordo sobre os resultados".
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin
Delegações da Rússia e Ucrânia já fizeram várias rodadas de negociações, tanto presencialmente quanto por videoconferência. Zelensky, por sua vez, declarou estar disposto a se encontrar diretamente com Putin para buscar um entendimento para questões mais importantes.
Nesta segunda-feira, o BC da Rússia decidiu retomar as negociações de títulos do governo. A decisão marca a reabertura parcial da bolsa do país, suspensa desde 24 de fevereiro.
Cenário interno: novas projeções para a inflação e Selic
No ambiente doméstico, os investidores dividem a atenção entre a guerra na Ucrânia e a divulgação de novas projeções econômicas pelo Banco Central durante a manhã. De acordo com o Boletim Focus, que traz as estimativas dos economistas do mercado para os principais indicadores do País, a inflação segue cada vez mais deteriorada para 2022. De 6,45%, deve fechar o ano em 6,59%.
Para o ano seguinte, subiu de 3,70% para 3,75%. O Banco Central apontou que fará o possível para trazer o IPCA de volta ao centro da meta no próximo ano. Em 2023, o centro da meta da inflação é de 3,25% — também com a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Sendo assim, o IPCA poderá variar de 1,75% a 4,75%.
Em relação à Selic, taxa básica de juros do País, o movimento de alta nas expectativas para 2022, presente nos boletins anteriores, segue em curso. De 12,75% ao ano, os economistas ajustaram as projeções para 13,00%. Para 2023, os especialistas subiram as estimativas de 8,75% para 9,00%.
Já para o crescimento do País, eles ajustaram levemente as perspectivas para o PIB deste ano de 0,49% para 0,50%. Para o ano seguinte, os economistas acreditam em um Produto Interno Bruto (PIB) mais fraco: de 1,43% caiu para 1,30%.
Ao longo da semana, destaque ainda para a divulgação da ata do Copom nesta terça-feira, 22, e do IPCA-15 de março na sexta-feira, 25.
Juros futuros em alta
A alta de mais de 4% do petróleo em meio à posição defensiva dos mercados por causa da guerra na Ucrânia pressiona para cima do juros futuros na manhã desta segunda-feira, em dia de agenda local esvaziada.
Os juros dos Treasuries também avançam e o juro da T-note de 2 anos ultrapassou a marca de 2%, subindo ao maior nível desde maio de 2019, com investidores em busca de pistas sobre a condução do ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos, iniciado na semana passada.
Na agenda do dia, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, discursa em evento hoje, a partir das 13h.
Por volta das 14h10, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 subia para 11,97%, de 11,91% na abertura. O DI para janeiro de 2025 subia a 12,18%, de 12,06%, e o vencimento para janeiro de 2023 subia a 12,92%, de 12,87% no fechamento anterior.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Bradespar (BRAP4) | +4,06% |
3R Petroleum (RRRP3) | +3,15% |
Petrobras (PETR4) | +3,63% |
Petrobras (PETR3) | +2,80% |
Itaú (ITUB4) | +2,32% |
Maiores baixas
Banco Inter (BIDI11) | -7,76% |
Qualicorp (QUAL3) | -4,81% |
Dexco (DXCO3) | -4,16% |
Eneva (ENEV3) | -4,18% |
Petz (PETZ3) | -3,76% |
Mercado internacional
Bolsas americanas/principais índices
- S&P 500: -0,92%
- Dow Jones: -0,91%
- Nasdaq 100: -1,20% (dados atualizados às 14h33)
Bolsas europeias fecham mistas
Com a guerra na Ucrânia no radar, as bolsas europeias fecharam mistas. Além disso, o mercado repercutiu novos dados econômicos da Alemanha, maior país do bloco.
Segundo a Destatis nesta segunda-feira, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) do país saltou 25,9% em fevereiro ante igual mês do ano passado. A taxa anual do PPI, que se acelerou de 25% em janeiro, é a mais alta já registrada pela agência.
Em relação a janeiro, o PPI alemão subiu 1,4% em fevereiro. Apenas os custos de energia dispararam 68% na comparação anual de fevereiro, informou a agência de estatísticas alemã.
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): +0,04% (454,80 pontos)
- DAX (Frankfurt): -0,60% (14.326 pontos)
- FTSE 100 (Londres): +0,51% (7.442 pontos)
- CAC 40 (Paris): -0,57% (6.582 pontos)
Bolsas asiáticas fecham sem direção única
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira, após a China deixar suas principais taxas de juros inalteradas pelo segundo mês consecutivo e Wall Street acumular fortes ganhos na última semana, na esteira do primeiro aumento de juros em anos nos EUA.
Embora a China tenha prometido dar mais estímulos à economia na semana passada, num momento em que o gigante asiático enfrenta um novo surto de covid-19, o banco central local não alterou suas taxas de juros de referência pelo segundo mês seguido.
A chamada LPR de um ano permaneceu em 3,70% e a LPR para empréstimos de cinco anos ou mais longos ficou em 4,60%. / com Agência Estado
Bolsas asiáticas/fechamento
- Nikkei (Tóquio): bolsa fechada (feriado no Japão)
- Xangai Composto (China continental): + 0,08% (3.253 pontos)
- Shenzhen Composto (China continental): +0,73% (2.160 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): -0,89% (21.221 pontos)
- Taiex (Taiwan): +0,59% (17.560 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydney): -0,22% (7.278 pontos)