Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta quinta-feira, 3 de março
Investidores seguem acompanhando os desdobramentos do conflito entre os dois países
A Bolsa abriu e segue em alta nas operações desta quinta-feira, 3, seguindo na mesma trajetória positiva do dia anterior, descolada do mercado externo. Às 14h42, o Ibovespa subia 0,29%, aos 115.513 pontos, e o dólar recuava 1,02%, cotado a R$ 5,05.
Por mais um dia, as ações ligadas às gigantes exportadoras de commodities, como as siderúrgicas, puxam o principal índice da B3 para cima, com a valorização do minério de ferro lá fora. Os papéis da Vale sobem mais de 1%, seguida pelas demais empresas do setor.
As petroleiras, que passaram a manhã pelo terreno negativo refletindo um recuo do preço do petróleo no mercado internacional, passaram a operar mistas. Por volta das 14h10, a Petrobras recuava 0,69%, enquanto PetroRio e 3R Petroleum seguiam na mão contrária, com alta de 1,52% e 0,21%, respectivamente.
Guerra entre Rússia e Ucrânia: novos capítulos
Embora o pregão seja positivo, os desdobramentos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia seguem ainda no centro das atenções dos investidores em todo o mundo. No dia em que estava marcado um início de negociações para encerrar o conflito com a Ucrânia, houve novos bombardeios na capital ucraniana, Kiev.
No entanto, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguey Lavroy, disse nesta quinta-feira que o país está pronto para continuar as negociações para encerrar o conflito com a Ucrânia, mas que manterá as operações militares mesmo em meio às conversas.
Lavrov voltou a justificar a decisão do Kremlin de ordenar a invasão do país vizinho. De acordo com ele, o objetivo é "desmilitarizar" e combater a influência nazista na região. O ministro acusou o Ocidente de influenciar a Ucrânia a atrasar as negociações e disse que o presidente russo, Vladimir Putin, conversou hoje por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron.
No oitavo dia de invasão russa, na região de Kharkiv, 34 civis morreram nas últimas 24 horas, segundo os serviços de emergência.
Agências rebaixam o rating da Rússia
Enquanto isso, a ex-URSS vai sentindo os efeitos das reações do mercado internacional. Como reflexo das sanções impostas por vários países, aumento exponencial da taxa de juros, a bolsa do país vários dias sem funcionar, a Moody’s rebaixou os ratings do país de emissor de longo prazo e de dívida sênior sem garantia, em moeda estrangeira, de Baa3 para B3.
Segundo a nota, a decisão leva em conta o aumento do risco de inadimplência da dívida soberana devido às sanções e "preocupações significativas em torno da disposição da Rússia de cumprir suas obrigações". Há ainda maior probabilidade de desaceleração da economia por conta das medidas, ressalta a Moody's.
Na véspera, a Fitch já havia anunciado rebaixamento do rating da Rússia, de BBB para B, em meio aos desdobramentos do conflito com a Ucrânia.
Bolsas americanas/principais índices
- S&P 500: -0,22%
- Dow Jones: -0,05%
- Nasdaq 100: -0,81% (dados atualizados às 14h20)
Juros futuros
A guerra entre Ucrânia e Rússia traz pressão de alta à curva de juros na manhã desta quinta-feira, inclusive nos curtos, ofuscando a desaceleração a 0,28% do IPC-S de fevereiro, abaixo da mediana estimada de 0,32%. O movimento se dá na contramão do dólar.
Por volta das 14h15, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 subia a 11,56%, de 11,43% na abertura. O DI para janeiro de 2025 avançava para 11,77%, de 11,56%, e o para janeiro de 2023 ia para 12,84%, de 12,80%.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Cielo (CIEL3) | +6,07% |
Petz (PETZ3) | +5,15% |
CSN (CSNA3) | +4,57% |
Gerdau (GGBR4) | +4,43% |
Usiminas (USIM5) | +4,03% |
Maiores baixas
Suzano (SUZB3) | -3,85% |
Americanas (AMER3) | -3,11% |
Embraer (EMBR3) | -2,93% |
Minerva Foods (BEEF3) | -2,79% |
JBS (JBSS3) | -2,74% |
Exterior
Bolsas europeias fecham em queda com ata do BCE e guerra
As bolsas europeias fecharam em forte em queda, com os últimos capítulos em curso da guerra entre Rússia e Ucrânia. Além disso, durante a manhã, o Banco Central Europeu (BCE) divulgou a ata nesta quinta-feira do segundo encontro do conselho da instituição ocorrido no mês passado.
Segundo o documento, os membros do BCE discutiram a necessidade de já começar a retirar estímulos, em linha com os requisitos estabelecidos pelo forward guidance.
Para eles, o objetivo do processo é garantir que as expectativas de inflação sigam ancoradas. "Nesse ambiente, o principal risco não era mais o aperto da política monetária muito cedo, mas muito tarde", destaca o texto.
Ainda de acordo com o relatório, uma condução "gradual e flexível" da política é vista como fundamental. Os participantes da reunião avaliaram que o avanço dos riscos geopolíticos exige uma abordagem "prudente".
"As tensões geopolíticas aumentaram e uma fase prolongada de altos custos de energia constituiu um risco material de baixa para os gastos e investimentos do consumidor"
BCE, em ata
A ata indica ainda que dirigentes sugeriram evitar o uso das palavras "temporária" e "transitória" para se referir à recente escalada da inflação na zona do euro. "Dúvidas foram manifestadas sobre se a inflação em 2023 estaria abaixo de 2%, conforme previsto nas projeções da equipe de dezembro", pontua.
Novos dados econômicos também entraram no radar dos investidores, com a divulgação do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que subiu de 52,3 em janeiro para 55,5 em fevereiro, segundo números da IHS Markit.
O número ficou abaixo da leitura preliminar de fevereiro e da previsão dos analistas de 55,8 em ambos os casos. De qualquer forma, o avanço do indicador acima da marca de 50 indica expansão mais forte da atividade no bloco.
No mesmo período, o PMI de serviços da zona do euro aumentou de 51,1 para 55,5, também abaixo do cálculo inicial e do consenso do mercado, de 55,8.
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): -2,01% (437,36 pontos)
- FTSE 100 (Londres): -2,57% (7.238 pontos)
- DAX (Frankfurt): -2,16% (13.698 pontos)
- CAC 40 (Paris): -1,84% (6.378 pontos)
Bolsas asiáticas fecham em alta nesta quinta-feira
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira, 3, seguindo o desempenho positivo de Nova York na véspera, após o presidente do Fed defender um aumento de juros mais moderado. Na China, por outro lado, os mercados ficaram no vermelho após dados fracos de atividade do setor de serviços. / com Tom Morooka e Agência Estado
Fechamento/bolsas asiáticas
- Nikkei (Tóquio): +0,70% (26.577 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): +0,55% (22.467 pontos)
- Kospi (Seul): +1,61% (2.747 pontos)
- Taiex (Taiwan): +0,37% (17.934 pontos)
- Xangai Composto (China continental): -0,09% (3.481 pontos)
- Shenzhen Composto (China continental): -0,83% (2.294 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydney): +0,49% (7.154 pontos)