Mercado ao vivo: confira a Bolsa e dólar nesta terça-feira, 21 de dezembro
Boas notícias sobre eficácia de medicamentos e vacina contra a ômicron trouxeram um pouco de alívio aos investidores
Após recuar mais de 2% na véspera por conta do avanço da ômicron pelo mundo, a Bolsa busca recuperar parte das perdas nesta terça-feira, 21, seguindo a toada do mercado internacional, que volta a ter apetite ao risco.
O receio com a disseminação rápida da nova cepa continua pairando entre os mercados, mas notícias divulgadas começam a apontar eficácia de medicamentos, o que está trazendo alívio aos mercados, que temem que o vírus prejudique a retomada econômica global. Às 15h24, o Ibovespa subia 0,50%, aos 105.546 pontos. O dólar apontava valorização de 0,15%, cotado a R$ 5,75.
Contribuem para esse cenário de busca de ganhos a elevação das ações de gigantes do setor de commodities, como a Vale e Petrobras, que tinham suas ações em alta de 1,93% e 0,50% às 15h26, respectivamente, com a valorização do preço do minério de ferro e do petróleo lá fora.
Ômicron: notícias sobre vacinas e medicamentos
Nesta terça-feira, a farmacêutica Shionogi informou que seu medicamento oral apresentou atividade robusta contra a ômicron. Na véspera, foi a vez da Moderna destacar a eficácia de sua vacina contra a nova variante se acrescentada uma terceira dose de reforço.
Nos Estados Unidos, o governo anunciou que irá distribuir 500 milhões de testes caseiros de covid-19 para combater a nova variante, que já é responsável por 73% dos casos de coronavírus no país, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com Lucas Collazo, especialista em investimentos da Rico, apesar da disparada de novos casos, as mortes continuam baixas, o que traz a expectativa de que a variante leve a uma versão mais branda da doença.
Juros futuros
Os juros futuros abriram o dia em queda, tanto os curtos, médios e longos. Por volta das 15h26, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2023 tinha taxa de 11,44% ante máxima de 11,53%. O DI para janeiro de 2025 projetava 10,46%, contra 10,53% do ajuste anterior. Na ponta longa, a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 10,38%, contra 10,47%.
Sobe e desce da Bolsa
As maiores altas
Embraer (EMBR3) | + 16,52% |
Azul (AZUL4) | + 7,02% |
Bradespar (BRAP4) | + 5,02% |
CSN (CSNA3) | + 4,77% |
Locaweb (LWSA3) | + 4,70% |
As maiores baixas
Alpargatas (ALPA4) | - 7,39% |
B3 (B3SA3) | - 3,41% |
Banco Inter (BIDI4) | - 2,94% |
JHSF (JHSF3) | - 2,90% |
Banco Inter (BIDI11) | - 2,94% |
Cenário doméstico fiscal: Orçamento 2022
No ambiente local, após a aprovação da PEC dos Precatórios, o Orçamento 2022 tornou-se o tema principal de atenção dos investidores no cenário fiscal.
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso reiniciou durante a manhã a reunião deliberativa convocada para analisar e votar o Orçamento de 2022. Antes da apresentação do novo relatório da peça orçamentária, contudo, a presidente da comissão, senadora Rose de Freitas, anunciou uma reunião de líderes para discutir os últimos detalhes.
O relator-geral do Orçamento, deputado Hugo Leal, apresentou no dia anterior seu relatório final, mas houve discordâncias entre parlamentares sobre o valor do fundo eleitoral - R$ 5,1 bilhões, verbas para a educação e saúde, e reajustes a servidores públicos, como os policiais federais.
Após as discussões, os parlamentares fizeram um acordo para direcionar R$ 1,7 bilhão do orçamento para o reajuste salarial de policiais em 2022, segundo reportagem do O Estado de S. Paulo. O valor é quase o montante integral pedido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em nome do presidente Jair Bolsonaro, para a reestruturação das carreiras da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Líderes chegaram a falar em dar apenas a metade do valor, R$ 1 bilhão, mas também recuaram e devem indicar quase todo o valor pedido inicialmente. A expectativa é que o Orçamento seja votado ainda nesta terça-feira, na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e também no plenário.
Mercado internacional
Estados Unidos: pacote de Biden
Nos Estados Unidos, além da rápida disseminação da ômicron, os investidores estão às voltas com o pacote de infraestrutura do presidente Joe Biden, no valor de US$ 1,75 trilhão. Por lá, os futuros das bolsas americanas operam no terreno positivo.
Biden ainda não desistiu do plano Build Back Better, mesmo depois que o senador democrata Joe Manchin rejeitar a iniciativa em entrevista à Fox News na véspera.
Segundo analistas, ainda não está claro se os democratas tentarão aprovar um projeto de lei menor que inclua apenas partes do pacote completo. Por lá, o Congresso segue dividido.
Bolsas americanas/ principais índices
- S&P 500: + 1,54%
- Dow Jones: + 1,54%
- Nasdaq 100: + 1,75% (dados atualizados às 15h31)
Europa: novos dados econômicos
Na zona do euro, a busca por recuperação também dominou as principais praças financeiras. Durante a manhã, o instituto alemão GKF divulgou que o índice de confiança do consumidor da Alemanha deve recuar 5 pontos entre o nível de 1,8 (revisado) em dezembro a -6,8 em janeiro de 2022.
O resultado veio bem abaixo da expectativa dos analistas, que projetavam desde queda a -2,5. De acordo com a instituição, a piora da pandemia de covid-19 no país e a forte inflação local são as principais causas para a queda acentuada do indicador no primeiro mês de 2022.
O GFK relata que as expectativas econômicas e de renda dos consumidores estão caindo, enquanto a propensão a economizar dinheiro sobe.
O subíndice de expectativas econômicas registrou baixa de 13,9 pontos, a 17,1, na última leitura. Já o de renda caiu 6 pontos, a 6,9. Por fim, o sentimento geral do consumidor baixou de 8,9 pontos, a 0,8.
"Cadeias de abastecimento interrompidas estão causando problemas para várias empresas. A falta de produtos preliminares, como semicondutores, pode causar um estrangulamento ou até mesmo uma paralisação completa da produção. Os funcionários também sentem as consequências na forma de redução do tempo de trabalho".
GFK, em documento sobre o índice de confiança do consumidor
Bolsas europeias/principais praças financeiras
- Stoxx 600: + 1,39%
- FTSE 100 (Londres): + 1,38%
- DAX (Frankfurt): + 1,36%
- CAC 40 (Paris): + 1,38%
- PSI 20 (Lisboa): + 1,22%
- Ibex 35 (Madrid): + 1,76%
Ásia: pacote de estímulos aprovado no Japão
As bolsas asiáticas encerraram o pregão desta terça-feira em alta, recuperando as perdas vistas ontem entre ativos de risco nos mercados globais. Os ganhos foram puxados pela bolsa de Tóquio, que subiu mais de 2% após o governo do Japão aprovar um pacote de estímulos à economia.
A ação da farmacêutica Shinogi (+5,30%) liderou os ganhos do pregão de Tóquio após informar que seu medicamento oral apresentou atividade antiviral robusta contra a Ômicron.
Afastando a cautela do dia anterior, investidores japoneses também acompanharam a aprovação de um novo pacote de gastos fiscais para combater impactos econômicos da covid-19 no país. O orçamento foca em medidas contra a pandemia, incluindo vacinas de reforço e medicamentos orais, mas também inclui pagamentos em dinheiro para famílias com dependentes e estímulos para o setor de turismo.
Em Hong Kong, o fechamento no positivo do Hang Seng foi apoiado pelo desempenho de papéis de grandes companhias de tecnologia, como Meituan (+4,47%) e Xiaomi (+4,43).
Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o movimento geral positivo da Ásia. Em ata de sua última reunião de política monetária, o banco central da Austrália relatou que a nova cepa acrescentou incerteza à perspectiva, mas ressaltou que a variante não deve impedir o crescimento econômico do país. / com Tom Morooka e Agência Estado
Bolsas asiáticas/fechamento
- Nikkei (Tóquio): +2,08% (28.517 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): + 1,00% (22.971 pontos)
- Xangai Composto (China continental): + 0,88% (3.625 pontos)
- Taiex (China continental) : + 0,68% (17.789 pontos)
- Kospi (Seul): + 0,41% (2.975 pontos)
- S&P/ASX 200: + 0,86% (7.335 pontos)