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Bolsa cai com aversão ao risco no exterior
Mercado Financeiro

Mercado inicia semana com velhas preocupações: inflação e juros em alta, Evergrande, reformas e precatório

Cenário segue pesado para a Bolsa de Valores

Data de publicação:27/09/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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O mercado financeiro começa a semana, a última de setembro, debruçado ainda sobre temas recorrentes como inflação e juros, que ocuparam bom espaço na avaliação dos analistas na semana passada e ainda permanecem no foco de investidores e gestores de mercado.

A surpresa com a forte aceleração do IPCA-15, para 1,14% em setembro, como divulgou o IBGE na sexta-feira, 24, permanece no mercado e já suscita dúvidas sobre as chances de a atual política monetária colocar a inflação de 2022 no centro da meta de 3,50% - ou até mesmo, para alguns, dentro do teto, 1,50 ponto porcentual acima, ou 5%.

Mercado vai acompanhar divulgação da ata do Copom na quarta-feira - Foto: Envato

Além de novas estimativas de inflação e de juros que serão conhecidas com a divulgação do boletim Focus, pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, 27, o mercado estará com o olhar voltado também para a ata da última reunião do Copom, que será divulgada na quarta-feira, 29.

Na nota que se seguiu ao encontro do colegiado que elevou um ponto porcentual a Selic, para 6,25%, o BC já adiantou um novo aumento de igual calibre na próxima reunião - a penúltima do ano - no fim de outubro.

A expectativa do mercado é que o BC aponte ainda com ênfase maior para o endurecimento da política monetária e mude o tom da busca de um juro neutro, no mesmo patamar da inflação, para um nível acima do IPCA.

Calote da Evergrande ainda pesa no mercado

No cenário externo, a semana começa com os investidores preocupados novamente com o risco de calote da incorporadora chinesa Evergrande, um temor que provocou fortes turbulências nos mercados globais, com reflexos internamente, no início da semana passada.

A preocupação voltou depois que a companhia chinesa, que carrega uma dívida de US$ 300 bilhões, deixou de quitar a conta de juros que venceu na quinta-feira, 23, sem se pronunciar sobre a falta de pagamento, o que trouxe de volta o temor de possível um default da incorporadora.

O cenário doméstico, que chegou a animar os investidores com a perspectiva de algum avanço nas propostas de reforma administrativa e do imposto de renda no Congresso, as expectativas positivas parece ter voltado à estaca zero. A busca de uma fórmula de pagamento parcelado dos precatórios tampouco avançou.

Reformas e precatórios são pontos da agenda do governo e do Congresso que o mercado financeiro acompanha de perto, pois podem impactar os gastos públicos e elevar o risco fiscal, uma das principais preocupações dos investidores.

Cenário político no Brasil

Após retornar da viagem à Nova York, na qual vários membros de sua comitiva testaram positivo para a covid-19, incluindo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e seu filho, Eduardo Bolsonaro, o presidente Jair Bolsonaro teve seu teste negativado para a doença e retoma sua agenda de compromissos nesta segunda-feira, que prevê sua presença em várias inaugurações de obras por conta dos 1.000 dias de governo, comemorados nesta semana.

Enquanto Bolsonaro participa desses eventos, aliados radicais do presidente driblam decisões judiciais para manter influência na internet, principal meio de divulgação das chamadas fake news.

Integrantes do chamado gabinete do ódio, grupo que atual no Palácio do Planalto, parlamentares bolsonaristas e assessores do governo abriram contas no Tik Tok e incentivam a migração para o Telegram, rede de mensagens instantâneas.

Somente o clã Bolsonaro conta com um milhão de seguidores na plataforma, que, ao contrário do concorrente WhatsApp, não impõe limite para a redistribuição de mensagens. Criado na Rússia em 2013, o aplicativo de mensagem se tornou um canal para driblar investigações.

"O Telegram é atraente para campanhas de mobilização e de desinformação. E não tem muito como obrigar a empresa a seguir uma lei nacional", diz Caio Machado, advogado, cientista social e diretor executivo do Instituto Vero, que reúne pesquisadores dedicados à proteção da democracia e à construção de soluções para o combate à desinformação.

Nova York e Ásia

Lá fora, os Estados Unidos estão às voltas com o pacote de infraestrutura do presidente Joe Biden. Democratas aprovaram, no último sábado, 25, no Comitê de Orçamento da Câmara o projeto de lei de US$ 3,5 trilhões, previstos para 10 anos, que fortalece a rede de segurança social e programas relacionados a mudanças climáticas. Os futuros operam em alta.

Líderes partidários e parlamentares têm negociado nos bastidores para chegar a um acordo sobre o tema. O presidente Biden, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, lideraram uma busca nos bastidores por compromissos para resolver divisões internas e viabilizar a aprovação do texto em breve.

Em uma carta dirigida a democratas, Pelosi disse que eles "devem" aprovar o projeto de lei social e climático nesta semana, junto com o projeto de infraestrutura e uma terceira medida evitando a paralisação do governo na sexta-feira. "Os próximos dias serão um período de intensidade", escreveu.

Além dessa expectativa, o mercado está lidando ainda com a situação da incorporadora chinesa Evergrande. Para o analista da Oanda, Edward Moya, a crise da incorporadora chinesa não terá uma solução rápida e a incerteza continuará apesar sobre os mercados.

O economista Leonardo Burlamaqui, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pesquisador do Instituto Levy de Economia, da faculdade Bard, nos Estados Unidos, diz que a crise da incorporadora chinesa não deve se tornar sistêmica como um “novo Lehman Brothers” " (banco de investimentos americano que foi à falência em 2008, por causa da crise financeira iniciada no mercado imobiliário em 2007 nos Estados Unidos).

Em parte, segundo ele, porque a crise da companhia parece uma “implosão controlada” pelos reguladores chineses. Além disso, os problemas da Evegrande acontecem em um momento no qual a China conduz mudanças estruturais na economia.

Em falar no país do dragão vermelho, as bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira, à medida que o recente rali do petróleo impulsionou alguns mercados e cortes de energia derrubaram ações locais.

Em Hong Kong, o Hang Seng teve alta marginal de 0,07%, aos 24.208,78 pontos. As ações da Evergrande saltaram mais de 8% hoje, mas as de outras incorporadoras chinesas ficaram no vermelho.

Também listado em Hong Kong, o papel da Evergrande Auto sofreu um tombo de 9,4%, após a unidade de veículos elétricos do endividado grupo chinês alertar que enfrenta "séria escassez de recursos".

Preocupado com a possível falência da Evergrande, o banco central chinês (PBoC) fez hoje uma nova injeção de capital no sistema financeiro, com valor equivalente a quase US$ 15,5 bilhões.

Na China continental, as bolsas recuaram após cortes de energia locais comprometerem a perspectiva de crescimento da segunda maior economia do mundo. O Xangai Composto teve queda de 0,84%, aoa 3.582,83 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 1,14%, aos 2.406,56 pontos.

Em outras partes da Ásia, o índice japonês Nikkei fechou praticamente estável em Tóquio, com ligeira perda de 0,03%, aos 30.240,06 pontos.

 Já o sul-coreano Kospi avançou 0,27% em Seul, aos 3.133,64 pontos, ajudado por ações dos setores petrolífero e de tecnologia, e o Taiex subiu 0,31% em Taiwan, aos 17.313,77 pontos.

As cotações internacionais do petróleo acumularam ganhos por quatro sessões consecutivas na semana passada e mantêm o tom positivo hoje, graças a um aperto na oferta e perspectiva de avanço da demanda com o alívio nas condições da pandemia de covid-19.

Na Oceania, a bolsa australiana teve um dia de alta moderada. O S&P/ASX 200 avançou 0,57% em Sydney, aos 7.384,20 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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