Mercado Financeiro

Mercado inicia a semana com dados da economia chinesa e monitora PIB brasileiro

Comportamento da inflação em janeiro também tem sinalização com divulgação do IGP-10 nesta segunda-feira

Data de publicação:17/01/2022 às 12:30 - Atualizado 3 anos atrás
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O mercado financeiro inicia a semana acompanhando os dados econômicos, não apenas os domésticos, mas das principais economias do mundo. A propósito, os negócios devem começar nesta segunda-feira, 17, com os investidores analisando a evolução do PIB chinês, que cresceu 8,1% em 2021, e veio em linha com as expectativas de mercado.

Porém, no quarto trimestre do ano a expansão foi de 4% - a menor em 18 meses. Refletindo esses dados, as bolsas asiáticas fecharam sem direção única. Já os futuros americanos operam no azul, com o resultado dos balanços corporativos em andamento.

Mercado vai operar conhecendo números recentes da economia chinesa - Foto: Envato

Também nesta segunda-feira, no ambiente interno, a Fundação Getúlio Vargas solta o IGP-10, indicador que mostra o avanço da inflação em janeiro. É uma informação que pode dar pistas também sobre o calibre a ser usado pelo Banco Central para a alta dos juros no início de fevereiro.

PIB brasileiro, paralisação dos servidores públicos e ômicron

Além disso, pela manhã, as atenções se voltam para a prévia do PIB brasileiro, com a divulgação do IBC-Br de novembro do ano passado, indicador que é apurado pelo Banco Central e mede a temperatura da economia. Embora os dados publicados pelo IBGE do setor de serviços e vendas no varejo na última semana tenham vindo acima do esperado, os estragos feitos pela alta da inflação e a elevação dos juros devem vir estampados no IBC-Br.

Para esse mesmo dia, a agenda traz um ponto de estresse para os mercados, porque nele deve acontecer uma paralisação de servidores públicos, que reivindicam aumento salarial, acenado inicialmente pelo presidente da República apenas para a Polícia Federal. São pressões que acabam aumentando o risco fiscal do País.

Não menos importante e que deve seguir no radar do mercado é a propagação da ômicron. O número de novas infecções já ultrapassou no Brasil a casa dos 100 mil em 24 horas e não se sabe em que medida isso levará a novas restrições de mobilidade, como volta de trabalho em home office, por exemplo.

Na última semana, a Bolsa de Valores depois de vários meses conseguiu fechar a semana com variação positiva, de 4,10%, e o dólar com queda de 1,95%.

Exterior: balanços corporativos nos EUA e ômicron

Estados Unidos: futuros no positivo

No ambiente internacional, as perspectivas da China, a política monetária mais rígida do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), para combater o avanço da inflação e a variante ômicron permanecem no radar dos investidores mundo afora.

O início da temporada de balanços também colocou o foco nos lucros corporativos e se eles podem ajudar a impedir um recuo nas ações globais, liderado em parte por uma queda nas ações de tecnologia dos Estados Unidos. A safra teve início na semana passada, com o resultado de grandes bancos como o Wells Fargo e JP Morgan, e para esta estão previstos os resultados do Goldman Sachs, Morgan Stanley, Bank of America (BofA), além de gigantes como UnitedHealth Group e Netflix.

Os resultados não estão decepcionando, mas nem por isso as bolsas americanas reagiram com alta. A preocupação com o início da alta dos juros, a ser promovida pelo Fed este ano parece estar influenciando mais as bolsas americanas.

Futuros/bolsas americanas

  • S&P 500: + 0,19%
  • Dow Jones: +0,18%
  • Nasdaq 100: + 0,13% (dados atualizados às 7h46)

Europa: mercados em alta

Principais praças europeias

  • Stoxx 600 (Europa): + 0,48%
  • FTSE 100 (Londres): +0,55%
  • DAX (Frankfurt): +0,30%
  • CAC 40 (Paris): +0,51%
  • PSI 20 (Lisboa): + 0,18%
  • Ibex 35 (Madrid): + 0,45% (dados atualizados às 7h52)

Ásia: bolsas fecham sem direção única com dados econômicos chineses

As bolsas asiáticas fecharam o pregão desta segunda-feira sem direção única, após a economia da China crescer mais do que o esperado no último trimestre de 2021, mas desacelerar significativamente em relação ao trimestre anterior, o que levou o banco central chinês (Banco do Povo da China, o PBoC) a cortar juros.

A autoridade monetária reduziu de 2,95% para 2,85% a taxa de empréstimos de médio prazo (MLF) de um ano. Esse é o primeiro corte anunciado desde abril de 2020. O PBoC também diminuiu em 0,1 ponto porcentual a taxa de juros de contratos de recompra (repos) reversa de 7 dias, de 2,2% para 2,1%.

O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 4% no quarto trimestre do ano passado, maior do que o previsto, porém em um volume menor do que o ganho de 4,9% apontado no terceiro trimestre de 2021. No ano, a alta acumulada foi de 8,1%. A China também divulgou números de produção industrial, que superaram as expectativas, e de varejo, que decepcionaram.

A crise no setor imobiliário e a as paralisações parciais impostas pela covid-19 estão entre os desafios principais para a segunda maior economia do mundo. Para a Capital Economics, novas reduções de juros virão no curto prazo e ao longo do primeiro semestre deste ano / com Júlia Zillig e Agência Estado

Fechamento/bolsas asiáticas

  • Nikkei (Tóquio): + 0,74% (28.333 pontos)
  • Taiex (China continental): + 0,66% (18.525 pontos)
  • Hang Seng (Hong Kong): - 0,68% (24.218 pontos)
  • Kospi (Seul): - 1,09% (2.890 pontos)
  • S&P/ASX 200 (Sydnei): + 0,32% (7.417 pontos)

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.