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Economia
Mercado Financeiro

Bolsa opera com volatilidade após decisões do Fed sobre juros e recompra de títulos; dólar sobe

Investidores aguardam decisões da autoridade monetária que podem impactar na economia local

Data de publicação:15/12/2021 às 11:09 -
Atualizado 2 anos atrás
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As sinalizações do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc), do Banco Central americano, vieram em linha com o que os mercados globais aguardavam: o processo de retirada de estímulos da economia será acelerado a partir de janeiro e haverá um ciclo de três altas dos juros em 2022. O Fomc não mexeu nos juros e, por não haver novidades, as bolsas internacionais reagiram bem, influenciando também a B3.

Depois de subir com as decisões anunciadas, a Bolsa apresentou forte volatilidade, refletindo opiniões divergentes entre investidores sobre as consequências para o mercado. Às 17h10, o Índice Bovespa registrava queda residual de 0,12% aos 106.626. Lá fora, o Dow Jones subia 0,24%; o S&P 500, 0,46%, e o Nasdaq, 0,38%. O dólar também subia 0,25%, cotado a R$ 5.708.

Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta quarta-feira, 15 de dezembro
Mercado segue em compasso de espera no aguardo da decisão do Fed sobre a taxa de juros do país e a retirada de estímulos da economia - Foto: Stefan Fussan

A desvalorização das ações da Petrobras, que responde por cerca de 10% da cesta de ativos do Ibovespa, também contribui para que o principal índice da Bolsa opere no terreno negativo. Os papéis da companhia refletem o dia de baixa no preço do petróleo no mercado internacional. Às 13h03, as ações da companhia registravam retração de 1,00%.

Também durante a manhã, o Banco Central divulgou os dados de outubro do seu índice de atividade (Ibc-Br), considerados uma prévia do PIB. A queda de 0,40% no mês veio em linha com as projeções dos analistas, cujo intervalo ia de recuo de 0,80% à estabilidade, porém somou o quarto recuo consecutivo, o que demonstra fraqueza da economia nacional.

De acordo com André Perfeito, economista-chefe da Necton, a fraqueza na atividade econômica pode ser resumida na combinação de alguns fatores, como a alta da inflação com um mercado de trabalho fraco, que tem levado a uma queda da renda dos consumidores; com a alta dos juros, que cobra um preço difuso na demanda doméstica, seja para o consumo das famílias ou investimentos; e com ruídos políticos que deprimem o otimismo dos consumidores e famílias.

Ainda no campo dos dados, a Fundação Getulio Vargas divulgou os dados do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), que apontou retração de 0,14% em dezembro, após avanço de 1,19% em novembro. O número também veio dentro das expectativas dos analistas.

Com o resultado, o IGP-10 fecha o ano com alta de 17,40%, ante um avanço de 24,16% no mesmo período do ano anterior.

Juros futuros

Os juros futuros operam em alta nesta quarta-feira. Às 10h50, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2023 projetava 11,55%, ante 11,47%. A taxa do DI para janeiro de 2025 era de 10,60%, ante 10,42% do ajuste anterior. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,49%, contra 10,34%.

PEC dos Precatórios: aprovação em 1º turno

A Câmara aprovou na noite anterior a segunda parte da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios e garantiu a abertura de um espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões para aumento de gastos em 2022. Porém, a notícia não está sendo suficiente para animar o mercado local.

Com isso, o governo do presidente Jair Bolsonaro poderá pagar o Auxílio Brasil no valor de R$ 400 e ainda negociar o restante para atender demandas de parlamentares. A expectativa é de que a promulgação ocorra ainda nesta semana, sem necessidade de nova votação no Senado.

No mesmo dia da votação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, assinou uma portaria que destravou a execução de verbas do Orçamento de 2021 e autorizou o empenho de recursos até 31 de dezembro deste ano.

Os deputados também aprovaram a proposta do Senado de tornar o Auxílio Brasil um programa permanente na Constituição, mas sem necessidade de apontar fonte de financiamento para implantar o benefício de R$ 400, driblando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Além disso, o texto aprovado prevê a criação de uma comissão no Congresso para fiscalizar a expedição e o pagamento de precatórios a partir do próximo ano, movimento batizado de "meteoro" pelo ministro Paulo Guedes.

Sobe e desce da Bolsa

Maiores altas

Minerva (BEEF3)+12,32%
Unidas (LCAM3)+ 4,86%
Localiza (RENT3)+ 4,07%
Braskem (BRKM5)+ 3,85%
JBS(JBSS3)+ 3,81%

Maiores baixas

Eletrobras (ELET3)- 4,37%
Dexco (DXCO3)- 3,88%
Azul (AZUL4)- 3,53%
EcoRodovias (ECOR3)- 3,58%
Eletrobras (ELET6)- 3,35%
Fonte: B3 (dados atualizados às 13h21)

Exterior

Nova York

Por lá, as bolsas operam em queda, com investidores se preparando para uma retirada mais rápida do estímulo do Fed na reunião desta quarta-feira, segundo analistas.

Além disso, digerem a notícia da aprovação, pelo Congresso americano, de uma medida que aumenta o limite de endividamento do governo em US$ 2,5 trilhões, enviando ao presidente Joe Biden uma legislação que deverá empurrar o próximo impasse do teto da dívida para o período subsequente às eleições de meio mandato de 2022.

O Departamento do Tesouro, que vem tomando medidas como suspender certos investimentos para conservar dinheiro, alertou aos parlamentes que poderia não conseguir cumprir as obrigações do país já na quarta-feira se o teto da dívida não fosse aumentado.

A autoridade monetária está lutando contra os níveis de inflação mais altos em 39 anos. Na véspera, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,8% em novembro ante outubro, acima dos 0,5% esperado pelos analistas, e apontou um aumento anual de 9m6%m acima dos 9,2% projetados.

Além disso, as tensões entre a China e os Estados Unidos continuam. O governo Biden está considerando a imposição de sanções mais duras à Semiconductor Manufacturing, a maior fabricante de chips chinesa. Segundo o Financial Times, os EUA vão adicionais mais oito empresas chinesas a uma listra de restrição de investimento.

Bolsas americanas/principais índices

  • S&P 500: - 0,36%
  • Dow Jones: - 0,23%
  • Nasdaq 100: - 0,57% (dados atualizados às 13h24)

Europa

Na zona do euro, o clima é misto, com o avanço da nova variante ômicron pelo continente. A Organização Mundial da Saúde está preocupada com o fato de que nova cepa está sendo considerada leve, embora se espalhe mais rápido do que qualquer outra variante anterior.

Itália, Escócia e Holanda estão aumentando as restrições, enquanto a Coreia do Sul está reforçando medidas de distanciamento social.

Bolsas/zona do euro

  • FTSE MIB (Milão): - 0,63%
  • Stoxx 600 (Europa): + 0,28%
  • DAX (Frankfurt): + 0,23%
  • CAC 40 (Paris): + 0,48%
  • PSI 20 (Lisboa): - 0,37%
  • Ibex 35 (Madrid): - 1,16% (dados atualizados às 13h32)

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam sem direção única nesta quarta-feira, com o Fed no radar. Os mercados chineses caíram em bloco, em meio à cautela referente à disseminação da variante ômicron do coronavírus.

Um estudo conduzido pela Universidade de Hong Kong indicou que duas doses da vacina produzida pela Sinovac, conhecida como Coronavac, não induziram proteção suficiente contra a nova cepa do vírus. A notícia deflagrou um movimento de fuga de risco nas mesas de operações do país asiático, onde o imunizante é amplamente utilizado.

Indicadores mistos da segunda maior economia do planeta também ficaram no radar de operadores. A produção industrial chinesa cresceu 3,8% na comparação anual de novembro, ante expansão de 3,5% em outubro.

Por outro lado, as vendas no varejo desaceleraram e tiveram aumento de 3,9% na mesma base comparativa. As vendas e preços de moradias chinesas também perderam força.

Na Oceania, o Estado mais populoso da Austrália, New South Wales, registrou hoje 1.360 novos casos de coronavírus, o maior número diário desde 11 de setembro. Autoridades sanitárias dizem que o avanço é impulsionado pela nova variante. / com Tom Morooka e Agência Estado

Fechamento/principais bolsas asiáticas

  • Xangai (China): - 0,38% (3.647 pontos)
  • Shenzen (China): - 0,58% (2.543 pontos)
  • Hang Seng (Hong Kong): - 0,91% (23.420 pontos)
  • Taiex (Taiwan): + 0,35% (17.660 pontos)
  • Kospi (Coreia do Sul): + 0,05% (2.989 pontos)
  • S&P/ASX 200: - 0,70% (7.327 pontos)
Sobre o autor
Julia Zillig
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