Bolsa fecha em alta de 0,87%, com Vale e siderúrgicas; dólar com ligeira queda
A Bolsa encerrou o pregão desta segunda-feira, 17, em alta de 0,87%, aos 122.937,87 pontos, impulsionada pelo desempenho positivo das ações da Vale e das siderúrgicas,…
A Bolsa encerrou o pregão desta segunda-feira, 17, em alta de 0,87%, aos 122.937,87 pontos, impulsionada pelo desempenho positivo das ações da Vale e das siderúrgicas, além de dados econômicos do exterior. O dólar operou entre perdas e ganhos e fechou o dia em leve queda de 0,09%, comercializada a R$ 5,266.
Os papéis da Vale, que hoje representam mais de 13% da carteira teórica do índice Bovespa, tiveram dia de ganhos, puxados pela alta no preço do minério de ferro na China. As ações da mineradora subiram 2,57%.
Na mesma esteira, os papéis da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Braskem, Gerdau e Usiminas também apontaram alta de 1,36%, 3,4%, 1,17% e 1,53%, respectivamente.
Os papeis de Petrobras, que também têm forte peso na composição do Ibovespa, deram sua contribuição para o fechamento positivo na B3: PTR4 fecharam com alta de R$ 1,45%, cotados a R$ 26,66.
No cenário internacional, segundo dados oficiais divulgados pela China, em abril a produção industrial chinesa teve acréscimo anual de 9,8% - menor do que o ganho de 14,1% de março -, mas os números ficaram bem próximos às expectativas do mercado, que eram de uma expansão de 10%.
Investimentos em ativos fixos também subiram mais do que se previa entre janeiro e abril no país, com aumento de 19,9%. Mas as vendas no varejo ficaram aquém das expectativas no último mês, ainda que tenham saltado 17,7%.
Aqui, inflação e PIB mais altos em 2021
Os investidores também seguem digerindo os números do último Boletim Focus, divulgado nesta manhã, que apontam um pouco mais de otimismo para o PIB e, na contramão, inflação mais alta para 2021.
De acordo com a última pesquisa que traz as projeções do mercado divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira, o mercado financeiro revisou para cima, pela quarta semana consecutiva, o PIB do País. De 3,21% na última semana, subiu para 3,45%.
As estimativas do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2021, que mede a inflação do Brasil, subiram para 5,15% no período, acima da projeção anterior, de 5,06%.
NY: índices em queda
As bolsas de Nova York registraram queda nesta segunda-feira, com a apreensão do mercado pairando sobre as novas sinalizações do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) a respeito dos avanços da inflação no país.
O S&P 500 registrou recuo de 0,25%. Na mesma esteira, o Dow Jones atingiu desvalorização de 0,16%. E o Nasdaq 100, com perdas de 0,53%.
Sobre a política monetária nos Estados Unidos, os agentes econômicos estão atentos a quaisquer sinais sobre eventual fim do ciclo de relaxamento monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
Para analistas do DZ Bank, o presidente da instituição, Jerome Powell, deve anunciar os planos para começar a retirada de estímulos em agosto deste ano.
Mais cedo, a distrital do Federal Reserve em Nova York divulgou que o índice de atividade industrial Empire State caiu de 26,3 em abril para 24,3 em maio.
O resultado ficou abaixo da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda a 24,8 neste mês.
Para o JP Morgan, os movimentos de queda recente no mercado acionário "são consistentes com uma reação em cadeia que ocorre quando os mercados estão caros e a inflação sobe o suficiente para questionar a política monetária que os tem apoiado".
O banco ainda não vê o atual momento como um ponto de inflexão, mas avalia a possibilidade de "redução moderada nas trajetórias de longo prazo de ações mais altas".
Reforma administrativa em andamento na Câmara
Outro assunto que chama a atenção dos investidores é a reforma administrativa, que avançou nesta segunda-feira, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O relator, deputado Darci de Matos, leu seu parecer pela constitucionalidade e barrou a possibilidade de extinção de autarquias por decreto. Ele também liberou ocupantes de cargos típicos do Estado a terem outras atividades remuneradas, como serem sócios de empreendimentos.
Após a leitura, foi feito um pedido de vista e o texto deve ser votado a partir desta quinta-feira, 20. Caso seja aprovado, seguirá para uma comissão especial que deve ser presidida pelo deputado Fernando Monteiro e ter relatoria de Arthur Maia .
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, quer dar celeridade à tramitação e pretende instalar a Comissão Especial, próximo passo após à CCJ, já na sequência. O texto chegou ao Congresso no início de setembro do ano passado, depois de ficar engavetado por meses no Palácio do Planalto.
CPI da Covid: Pazuello blindado
O mercado financeiro segue acompanhando o andamento dos trabalhos da CPI da Covid no Senado. Segundo analistas, por enquanto a postura é de observação, mas se houver fatos contundentes que responsabilizem o governo pela tragédia sanitária, o mercado financeiro poderá reagir negativamente.
Nesta semana, as atenções estão voltadas para o depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que deve acontecer na próxima quarta-feira, 19.
Na última sexta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, decidiu garantir o direito ao silêncio a Pazuello durante o depoimento.
O ministro obrigou que o general da ativa compareça à comissão, mas o impediu de “sofrer quaisquer constrangimentos físicos ou morais, em especial ameaças de prisão ou de processo”. O depoimento é crucial para os trabalhos da comissão.
Ao acionar o STF, a Advocacia-Geral da União (AGU) apontou que Pazuello é alvo de inquérito que investiga sua atuação no colapso da rede pública de saúde em Manaus, onde dezenas de pacientes morreram asfixiadas devido à falta de oxigênio nos hospitais.
O caso, que tramitava no STF, foi enviado à Justiça Federal do DF após Pazuello perder o cargo e a prerrogativa do foro privilegiado. Agora, um dos temores do governo é o de que o ex-ministro produza provas contra si mesmo, reforçando as acusações levantadas no inquérito.
Bolsas asiáticas fecham sem sinal único
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira, depois de uma série de dados econômicos chineses e após um salto no número de casos de covid-19 na região levar Taiwan e Cingapura a endurecer restrições numa tentativa de conter a doença.
No mercado taiwanês, o Taiex sofreu um tombo de 2,99% hoje, aos 15.353,89 pontos, após a administração local impor no fim de semana novas medidas de bloqueio em reação a um aumento nas infecções por coronavírus. O índice acumula perdas de quase 13% desde sua máxima mais recente, atingida no fim de abril.
Nos últimos dias, Cingapura também anunciou restrições a reuniões públicas e outras iniciativas, e a situação da covid-19 na Índia permanece alarmante, gerando temores de que a forte recuperação econômica da Ásia desacelere.
Também apresentaram desempenho negativo nesta segunda o japonês Nikkei, que caiu 0,92% em Tóquio, aos 27.824,83 pontos, e o sul-coreano Kospi, que recuou 0,60% em Seul, aos 3.134,52 pontos.
Por outro lado, as bolsas da China continental se valorizaram após novos indicadores mostrarem que a segunda maior economia do mundo segue se recuperando dos efeitos do coronavírus, ainda que em ritmo mais lento. O Xangai Composto subiu 0,78%, aos 3.517,62 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,15%, aos 2.320,33 pontos.
O dia foi positivo também em Hong Kong, onde o Hang Seng avançou 0,59%, aos 28.194,09 pontos.
Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul, mas distante das máximas do pregão. O S&P/ASX 200 avançou 0,13% em Sydney, aos 7.023,60 pontos, após chegar a subir mais de 0,70% em seu melhor momento. / com Júlia Zillig e Agência Estado