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Bolsa
Mercado Financeiro

Mercado ao vivo: Bolsa sobe mais de 1,4% com Vale, Petrobras e exterior

Dados econômicos locais e busca por recuperação de perdas no mercado internacional animam investidores

Data de publicação:29/09/2021 às 10:42 -
Atualizado 2 anos atrás
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No penúltimo dia de setembro, a Bolsa opera nesta quarta-feira, 29, seguindo o bom humor do fechamento da véspera, puxada pela valorização das ações da Vale e Petrobras, com o mercado analisando novos dados econômicos locais - como a queda do IGP-M em setembro - e refletindo a busca por recuperação do mercado internacional.

Às 13h55, o Ibovespa avançava forte 1,44%, aos 111.714 pontos. Já o dólar caía – cotado a R$ 5,416, recuo de 0,24% - ante a maioria das moedas emergentes e ligadas a commodities, enquanto o petróleo amplia perdas.

Foto: B3/Divulgação
Sede da B3 em São Paulo | Foto: Divulgação

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 opera estável a 7,18%, DI para janeiro de 2023 tem queda de três pontos-base a 9,13%, DI para janeiro de 2025 recua seis pontos-base a 10,22% e DI para janeiro de 2027 registra variação negativa de quatro pontos-base a 10,61%.

O comportamento reflete a melhora do humor e o recuo dos juros dos Treasuries longos, após terem subido na no dia anterior.

Pregão movimentado

Após anunciar a conclusão do resgate bem-sucedido dos 39 empregados da mina subterrânea no Canadá, as ações da Vale avançavam 2,03%, às 13h42. A alta no preço do minério de ferro reflete nas ações das demais mineradoras e siderúrgicas, que operam em forte valorização.

Ainda em commodities, apesar da queda no preço do barril do petróleo, as ações da Petrobras sobem forte - 1,41% no mesmo horário.

Os bancos também operam em alta no pregão de hoje. Às 13h44, os papéis do Itaú, Bradesco e Santander subiam 1,34%, 2,30% e 1,72%, na sequência.

A M. Dias Branco, da área de produção de biscoitos e massas, informou ao mercado que fechou contrato para a aquisição da Latinex por até R$ 272 milhões. Com a notícia, as ações da companhia disparavam 4,24%, às 13h41.

Após operar no vermelho, as ações da Engie mudaram o sinal - leve alta de 0,11%, às 13h44. A companhia comunicou que sua controlada, Engie Energias Complementares, negociou a compra da Assú Sol Geração de energia, empresa detentora do projeto do completo fotovoltaico Assú Sol, no Rio Grande do Norte. O valor da operação é de até R$ 41,25 milhões.

Ainda na esteira de M&A (fusões e aquisições, em inglês), a Westwing assinou um memorando de entendimentos para a compra de 100% do capital social da Zarpo, agência de viagens online. Às 13h43, as ações da empresa derretiam 5,09%.

IGP-M e exterior

Durante a manhã, os investidores tiveram conhecimento do Índice Geral de Preços – Médio (IGP-M) de setembro, considerado a inflação do aluguel, que registrou queda de 0,64% ante alta de 0,66% no mês anterior. A queda foi maior do que indicava a mediana das estimativas, de recuo de 0,43%. Apesar do arrefecimento, o indicador apontou alta de 24,86% em 12 meses.

Além disso, o Ministério do Trabalho divulgou que o mercado de trabalho formal brasileiro acelerou em agosto e registrou um saldo positivo de 372.265 carteiras assinadas, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em julho, foram abertas 303.276 vagas. Este foi o oitavo mês consecutivo de abertura de postos de trabalho formal.

Lá fora, os mercados buscam recuperação após uma derrocada nos principais índices americanos, com as bolsas operando em alta em Nova York. Às 14h04, os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq 100 subiam 0,28%, 0,39% e 0,05%, respectivamente.

Os investidores estão no aguardo do discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e acompanham o impasse em torno da elevação do teto da dívida americana. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, já alertou que se não houver a suspensão do teto, o país terá o primeiro default de sua história, com a limitação dos recursos em 18 de outubro.

A situação da gigante chinesa do setor imobiliário Evergrande começa a ganhar novos contornos. Em mais uma tentativa de manter a liquidez do setor financeiro do país, o Banco Central do país fez mais uma injeção de recursos nesta quarta-feira, no valor de US$ 15,46 bilhões.

Em paralelo, a incorporadora informou, em um comunicado enviado à bolsa de Hong Kong, que venderá uma fatia de cerca de 20% no Shengjing Bank para a Shenyang Finance. Se a transação for concluída, a Evergrande reduzirá o montante de ações do banco que possui, de 34,5% para pouco menos de 15%.

O acordo prevê que a empresa receba 5,70 yuans por ação, o que totalizará 9,993 bilhões de yuans – ou cerca de US$ 1,55 bilhão. Segundo o documento, os recursos obtidos serão aplicados apenas no pagamento dos passivos da incorporadora com o Shengjung, por uma exigência do banco.

Cenário doméstico

Além da repercussão do IGP-M de setembro, o ambiente político ainda chama a atenção dos investidores. Assuntos como preços de combustíveis, reformas, Auxílio Brasil, precatórios e CPI da Covid estão na pauta de acompanhamento, com o mercado no aguardo de novos passos.

Na véspera, o presidente da Câmara, Arthur Lira, se pronunciou sobre a questão dos preços dos combustíveis e declarou que os deputados procurarão opções que evitem novos reajustes nos preços de combustíveis e do gás de cozinha.

 Manifestações como essas são vistas pelos investidores e gestores do mercado como um aceno em direção a medidas populistas, embora o presidente da Petrobras, na segunda-feira, 27, tenha reiterado a política de preços.

Porém, no dia seguinte a estatal reajustou o preço do litro do diesel em 8,90% nas refinarias.

As reformas seguem sem grandes avanços no cenário político e fiscal, o que reforça o sentimento de apreensão do mercado. Na véspera, o senador Roberto Rocha, relator da PEC 110 que trata da reforma tributária, afirmou que as votações devem ter início “ainda em outubro”.

Enquanto busca alternativas para acomodar o Auxílio Brasil no teto de despesas obrigatórias – já obteve a aprovação da Câmara para utilizar a reforma do IR para bancar os gastos com o programa - o governo começou a discutir a possibilidade de prorrogar o auxílio emergencial pago a vulneráveis devido à pandemia da covid-19, que está a um mês do fim de sua vigência.

Recriado em abril, o auxílio emergencial de 2021 paga de R$ 150 a R$ 375 mensais para cerca de 39 milhões de famílias elegíveis, enquanto o novo Auxílio Brasil deve alcançar 16,5 milhões.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, se opõe à continuidade e alertou que gastar mais dinheiro “pode ser caminho para uma derrota eleitoral”.

Para a ala do governo que defende a continuidade, a medida pode ser adotada mesmo que se resolva o impasse em torno dos precatórios, dívidas judiciais que saltaram a R$ 89,1 bilhões em 2022 e ocuparam o espaço fiscal antes reservado à ampliação do Bolsa Família.

O governo apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para parcelar os débitos, mas o texto está sendo alvo de negociação com parlamentares e ainda não foi votado.

Cada dia sem avanços na solução para as dívidas judiciais é contabilizado no Palácio do Planalto como um impulso a mais à ideia de prorrogar o auxílio emergencial.

CPI da Covid

Soma-se ainda a todos os assuntos que integram a pauta do mercado os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que estão próximos da data de entrega do relatório final.

Nesta quarta-feira, o colegiado ouve o empresário Luciano Hang, um dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e incentivador do chamado “tratamento precoce”, composto por medicamentos sem eficácia comprovada ou contraindicados para tratar casos do novo coronavírus.

Na semana passada, um dossiê elaborado por 15 médicos que afirmam ter trabalhado na Prevent Senior apontou que a declaração de óbito da mãe do empresário, Regina Hang, foi “fraudada” e “omitiu o real motivo do falecimento”, que seria por covid-19

Crise energética e Ásia

Além do impasse sobre o teto da dívida e novos sinais do Fed sobre a retirada de estímulos na economia – o presidente da instituição, Jerome Powell, apontou que isso pode ocorrer a partir de novembro – os investidores estão às voltas com os reflexos da crise energética global.

Nos Estados Unidos e na Europa, os preços das contas de luz deram um salto recentemente. Dependentes do uso de gás natural para a geração de energia elétrica, os países europeus foram afetados pelo aumento no preço do combustível fóssil, que é resultado do descompasso entre oferta e demanda.

Segundo o economista Aldren Vernersbach e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), a Europa precisa diversificar as fontes de energia antes de acelerar a transição energética.

A China também enfrenta uma crise semelhante, o que fez com que instituições financeiras como Nomura e Goldman Sachs cortassem a projeção para o crescimento da economia do país neste ano.

Em falar no continente asiático, as bolsas por lá fecharam em queda nesta quarta-feira. A exceção foi a de Hong Kong, impulsionada por notícia de que a endividada gigante do setor imobiliário chinês Evergrande fechou um acordo bilionário para a venda de uma fatia num banco comercial.

O índice japonês Nikkei sofreu queda de 2,12% em Tóquio, aos 29.544,29 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 1,22% em Seul, aos 3.060,27 pontos, e o Taiex caiu 1,90% em Taiwan, aos 16.855,46 pontos.

Na China continental, o Xangai Composto teve baixa de 1,83%, aos 3.536,29 pontos, e o Shenzhen Composto apresentou perda ainda mais expressiva, de 2,29%, aos 2.347,16 pontos.

Em Hong Kong, por outro lado, o Hang Seng avançou 0,67%, aos 24.663,50 pontos, uma vez que a ação local da problemática Evergrande saltou 14,98% após a incorporadora revelar que uma de suas unidades chegou a um acordo para vender participação de quase 20% no Shengjing Bank, por cerca de US$ 1,5 bilhão.

Mas a situação da gigante chinesa segue inspirando cautela. Hoje, a Fitch cortou a nota de crédito da empresa de CC para C, após uma subsidiária não honrar o pagamento de juros sobre bônus externos que venceram na semana passada.

E o PBoC, como é conhecido o banco central chinês, continua fazendo agressivas injeções de capital no sistema financeiro, atento aos desdobramentos da crise da Evergrande.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, seguindo o tom predominante da Ásia. O S&P/ASX 200 caiu 1,08% em Sydney, aos 7.196,70 pontos. / com Tom Morooka e Agência Estado

Sobre o autor
Julia Zillig
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