Mercado aguarda ata do Copom, IPCA de janeiro e evolução da economia com IBC-Br nesta semana
Dados da inflação nos Estados Unidos também são esperados pelos investidores
Em uma semana de agenda de eventos e indicadores supercarregada, interna e externamente, a atenção de investidores e gestores de mercado se volta inicialmente à ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que o Banco Central (BC) divulga nesta terça-feira, 8. Externamente, a semana começa com as ações asiáticas fechando, em grande parte, em queda e os futuros em Wall Street trabalhando na mesma sintonia.
No ambiente local, é na ata do Copom que o mercado financeiro espera encontrar sinais mais claros do que o BC pretende na condução da política monetária após indicar, no comunicado pós-Copom que subiu 1,50 ponto porcentual a taxa básica, que pode reduzir daqui para a frente o ritmo de elevação da Selic, que está em 10,75% ao ano.
A expectativa com uma sinalização mais clara na ata em relação ao que foi adiantado no comunicado é reforçada diante da perspectiva de um endurecimento da política monetária nos Estados Unidos, com o provável término da recompra de títulos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e início de alta dos juros em março. Analistas preveem que a taxa dos Fed Funds, equivalente à Selic, que oscila em um intervalo entre 0% e 0,25% ao ano, tenha uma elevação de 0,25 ponto porcentual.
Assim como tentar identificar qual seria a redução no ritmo de alta da Selic, a curiosidade de analistas em relação aos EUA é quantas vezes o Fed aumentará a taxa de juros no ano. São sinalizações que investidores e gestores esperam para tomar as decisões mais encorajadoras em vários mercados.
A agenda externa remete também na sexta-feira, 11, aos dados de inflação que serão conhecidos nos EUA. Serão divulgados nesse dia os índices de preços ao consumidor (mensal e anual) e os núcleos de inflação (mensal e anual) americanos, dados que certamente atrairão bastante interesse do Fed e dos especialistas em investimento, aqui e no exterior.
Futuros/bolsas americanas
- S&P 500: - 0,23%
- Dow Jones: - 0,17%
- Nasdaq 100: - 0,19% (dados atualizados às 7h49)
A agenda doméstica da semana tem ainda na quarta-feira, 9, a divulgação da inflação de janeiro, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e dois dias depois, na sexta-feira, 11, os dados do Índice de Atividade Econômica IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, de dezembro e do número fechado de 2021.
Cenário doméstico: discussão da PEC dos combustíveis e Refis
No plano doméstico, o foco de atenção, e de provável tensão do mercado, serão as idas e vindas de debates e negociações em torno de propostas que tendem a causar impacto nas contas públicas e aumentar o rombo fiscal. Uma gira em torno da PEC que prevê a redução de impostos federais e estaduais sobre os combustíveis – medida vista como populista para diminuir os preços e agradar ao consumidor em ano eleitoral.
Outra é a proposta que promove um amplo Refis (refinanciamento de dívidas) para as empresas de todos os portes. A iniciativa é do Congresso, que deve derrubar o veto do presidente Bolsonaro ao programa de parcelamento de dívidas de pequenas e microempresas, para ampliá-lo.
Há ainda duas fontes de tensão fiscal no front econômico que podem impactar negativamente o humor dos mercados: o reajuste de 33% do piso salarial dos professores da educação básica concedido pelo presidente Bolsonaro e a pressão de servidores por aumentos como os que contemplaram os vencimentos das forças de segurança.
Balanços corporativos no Brasil: com o pé no acelerador
Nesta semana, o noticiário corporativo também será agitado com a temporada de balanços trimestrais das empresas engatando a primeira. Nesta segunda-feira, antes da abertura do mercado, a Hapvida e a Notre Dame Intermédica publicam seus resultados.
Na quarta-feira, 9, a Petrobras divulga seu relatório de produção e lucros referente ao quarto trimestre de 2021. No dia seguinte, é a vez da Vale apresentar seus números.
Exterior: crise geopolítica no radar
A crise entre a Rússia e a Ucrânia segue no radar, depois que a Casa Branca alertou que a Rússia pode invadir a Ucrânia a qualquer momento e a notícia de que o presidente francês Emmanuel Macron se preparou para uma viagem a Moscou.
Europa: bolsas operam mistas
No continente europeu, as bolsas operam mistas, refletindo o cenário americano e com novos dados econômicos publicados ao longo da manhã. Segundo a Destatis, agência de estatísticas da Alemanha, a produção industrial do país caiu 0,3% em dezembro de 2021 ante novembro. O resultado frustrou a expectativa dos analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 0,4% no período.
No confronto anual, a produção geral da indústria alemã teve queda de 4,1% em dezembro, no cálculo sem ajustes. No fechamento de 2021, a indústria alemã produziu 3% mais do que em 2020, mas 5,5% menos do que no ano pré-crise de 2019, informou a Destatis.
Bolsas europeias/principais praças financeiras
- Stoxx 600 (Europa): - 0,10%
- FTSE 100 (Londres): + 0,22%
- DAX (Frankfurt): - 0,07%
- CAC 40 (Paris): - 0,18% (dados atualizados às 7h59)
Mercados acionários asiáticos fecham sem direção única
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira, em meio à retomada dos negócios nos mercados chineses e com investidores digerindo robustos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que reforçaram as expectativas de aumentos dos juros norte-americanos na sexta-feira.
Dados da IHS Markit mostraram que o PMI de serviços chinês caiu para 51,4 em janeiro, indicando que o setor se expandiu no ritmo mais fraco em cinco meses diante dos efeitos de novos surtos de covid-19, mas ficaram em segundo plano.
Na China, os principais índices acionários saltaram, impulsionados por ações ligadas à construção e energia, ao voltar de um feriado de uma semana para a comemoração do ano-novo lunar. / com Júlia Zillig e Agência Estado
Bolsas asiáticas/fechamento
- Nikkei (Tóquio): - 0,70% (27.248 pontos)
- Kospi (Seul): - 0,19% (2.745 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): + 0,03% (24.579 pontos)
- Taiex (Taiwan): + 1,28% (17.900 pontos)
- Xangai Composto (China continental): + 2,03% (3.429 pontos)
- Shenzhen Composto (China continental): + 1,04% (2.285 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydnei): - 0,13% (7.110 pontos)