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Empresa

Marisa: veja quais são os fundos imobiliários impactados com crise da varejista

Empresa é alvo de 10 ações de despejo e soma, com outros credores, mais de R$ 600 milhões em dívidas

Data de publicação:17/05/2023 às 08:00 -
Atualizado um ano atrás
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A varejista Marisa (AMAR3) é alvo de dez ações de despejo na Justiça por inadimplência em contratos de aluguel de imóveis. 

As ações começaram em fevereiro deste ano, quando a empresa admitiu a incapacidade de honrar pagamentos que somam cerca de R$ 600 milhões e iniciou conversas com credores para renegociar prazos e rolar as dívidas.

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A varejista tem enfrentado problemas com pagamento de aluguéis desde janeiro de 2023

A ação mais recente, de 3 de maio, pede o pagamento de R$ 413.113,32. No total, o valor das ações judiciais chega a R$ 10,1 milhões.

Renegociação de contratos

Procurada, a Marisa informou que renegociou contratos com vários fornecedores, incluindo locadores de imóveis.

 “Essas renegociações estão, em sua maior parte, concluídas, sendo certo que a companhia vai procurar uma composição amigável com toda sua ampla rede de parceiros”, informou a empresa ao Estadão.

Na última semana, a Marisa enfrentou pedidos de falência por parte de três credores, por conta de uma inadimplência de R$ 800 mil. A empresa tem fechado lojas, que empregam, em média, 20 pessoas cada uma.

A busca pelo equilíbrio financeiro é a meta do presidente João Pinheiro Nogueira Batista, o quarto ocupante do cargo em menos de um ano. O executivo tem ido pessoalmente a lojas que decidiu fechar para fazer as contas voltarem ao azul. 

Batista criticou a competição de empresas como a Shein, que vendem artigos de moda pagando menos impostos do que uma varejista local. A estimativa é de que a Marisa feche 90 lojas no País.

O caso da Marisa, assim como o da Tok&Stock, eclodiu depois do rombo bilionário nas Americanas, que deixou os bancos mais criteriosos na concessão de crédito para as varejistas.

A taxa de juros elevada aumentou o endividamento das empresas que tomaram crédito na pandemia, quando o juro chegou a 2% ao ano, e, por isso, empresas brasileiras enfrentam neste ano uma onda de falências e pedidos de recuperação judicial para renegociar os pagamentos com credores.

Fundos Imobiliários

Há meses, a inadimplência da Marisa perante fundos imobiliários tem sido notícia. O primeiro incidente ocorreu em fevereiro, quando o fundo Brasil Varejo (BRVA11) reportou via fato relevante que não havia recebido o aluguel referente a janeiro. 

A Marisa é responsável por 81,47% da receita do fundo BRVA11, por ter contratos para inúmeras propriedades de seu portfólio de mais de 60 lojas. 

No fato relevante divulgado em 17 de fevereiro, há informação por parte da Rio Bravo (administradora do fundo) de que a administradora e o consultor imobiliário do Fundo “estão envidando todas as medidas cabíveis para a cobrança, preservação dos direitos e interesses do Fundo e de seus cotistas, bem como buscando a regularização do atraso da Locatária com maior brevidade possível”. 

O impacto da inadimplência, informado pela Rio Bravo, era de aproximadamente R$ 5,95 por cota.

Apesar de não haver mais comunicado de inadimplência através de fato relevante, o fundo emitiu comunicado em 15 de maio informando que não haveria distribuição de rendimentos por não ter havido o pagamento de aluguel dos meses de janeiro, fevereiro, março e abril da Marisa Lojas S.A. 

O mesmo comunicado foi realizado em abril, em março e em fevereiro. O fundo tem 69 cotistas, a maioria como investidores institucionais.  

O fundo KNRI11, da Kinea, também mantém contrato com as Lojas Marisa, para locação de depósito em Itaquaquecetuba/SP. A propriedade CD Itaqua estava sem pagamento de aluguel desde janeiro de 2023. 

Em 13 de abril, o fundo comunicou que havia realizado um acordo, no qual a Marisa "se obrigou a regularizar o pagamento de todos os valores com as devidas atualizações previstas no contrato de locação sendo que o primeiro pagamento já ocorreu em
04/04/2023."

O KNRI11 não teve seu desempenho afetado pela inadimplência

O fundo informou, ainda, que com a realização do acordo, não haveria qualquer prejuízo do fundo. 

O KNRI11 apresenta dividend yield de 7,16% nos últimos 12 meses e tem suas cotas negociadas a R$ 153,48. 

Resultados do 1T23

Na divulgação de resultados do primeiro trimestre de 2023, a Marisa apresentou um prejuízo líquido de R$ 149 milhões no primeiro trimestre de 2023, 64,2% maior do que os R$ 90,7 milhões registrados no mesmo período do ano passado. 

Na conferência de divulgação do balanço, o CEO contemporizou as notícias divulgadas sobre pedidos de falência e as ações de despejo enfrentadas. 

 “Isso, na verdade, é um processo natural em qualquer programa de reestruturação. Já atingimos com fornecedores praticamente 90% de sucesso nas renegociações. Alguns pequenos fornecedores, contudo, estão recorrendo ao judiciário para tentar obter vantagens”, explicou.

Batista confirmou, também, problemas de caixa na teleconferência: “se não tivéssemos problemas de caixa, não fecharíamos lojas”./com Agência Estado

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Sobre o autor
Camille Bocanegra
Repórter da Mais Retorno

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