Juros, ata do Copom, inflação e Petrobras são pontos de atenção para o mercado nesta semana
Novos lances da ofensiva do governo e do Congresso contra a Petrobras são esperadas
Pontos de atenção tanto na esfera política como na econômica, no cenário doméstico e internacional, em um cardápio cheio, esperam o mercado financeiro nessa semana que começa. Em parte, um rescaldo de eventos ocorridos na semana passada, que serão monitorados de perto por gestores e investidores.
Em relação ao cenário político local serão os novos lances da ofensiva do governo e do Congresso contra a política de reajuste de preços da Petrobras.
A movimentação no Congresso em torno do tema, que se espraia em várias propostas para o barateamento de combustíveis, deve continuar provocando muito ruído político. Com reflexos negativos no mercado de ações, principalmente em ações da Petrobras.
Dentro da agenda econômica está a divulgação nesta terça-feira, 21, da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O colegiado do Banco Central (BC), em encontro no dia 15, aumentou 0,50 ponto porcentual a taxa básica de juros, a Selic, para 13,25% ao ano.
A alta veio em linha com as expectativas de analistas e economistas. O que destoou foi a continuidade do ciclo. Previsto acabar em junho, a temporada de alta da Selic segue pelo menos até agosto.
A extensão do período de aperto no juro básico, em igual ou menor magnitude, já adiantado pelo BC, reforçou o interesse pela ata. O mercado espera que o documento traga mais informações sobre os próximos passos da política monetária. Entre elas, o fim do ciclo e com que nível de Selic.
No dia seguinte à divulgação da ata, a atenção do mercado se volta ao exterior. Nesta quarta-feira, 22, o presidente do Fed (Federal Reserve, banco central americano), Jerome Powell, discursa no Senado americano.
Na quinta, 23, o depoimento muda de Casa, será na Câmara dos Deputados. Pronunciamentos que já deverão refletir as primeiras sondagens sobre dados de economia e inflação dos EUA em junho.
Na quarta-feira passada, o Fed elevou em uma só tacada 0,75 ponto porcentual a taxa de curto prazo americana, para a faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano. Powell já anunciou que pode repetir a alta em julho.
A maior elevação desde 1994 foi entendida como disposição para uma puxada mais forte nas rédeas da economia americana. O temor de impactos recessivos globais da decisão do Fed levou a um movimento de aversão ao risco nos mercados. As bolsas despencaram e o dólar teve uma escalada de preços.
Outro evento relacionado à inflação e, por tabela, aos juros é a divulgação do IPCA-15 de junho, pelo IBGE, na próxima sexta-feira, 24. A expectativa com esse índice, considerado uma prévia da inflação oficial, é grande.
Para alguns analistas, o IPCA de 0,47% em maio, uma desaceleração em relação à de 1,06% em abril, não sinaliza ainda uma tendência de melhora da inflação oficial. Os principais bancos e casas de análise estimam um IPCA-15 no intervalo entre 0,70% e 0,75% em junho.