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John Textor
Finanças Pessoais

John Textor: o megainvestidor fanático por futebol que está construindo um império de US$ 1 bilhão com o esporte

O investidor é donos de times do Rio a Londres e acredita no modelo multiclube

Data de publicação:15/08/2022 às 15:19 -
Atualizado um ano atrás
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Há quem leve as paixões tão a sério que atividades que antes eram apenas hobbies se transformam em trabalho e fonte de renda. Esse é o caso de John Textor, um americano, megainvestidor dos esportes que, em 12 meses, passou de um fanático por futebol para o dono de diversos clubes, incluindo até mesmo um nome no mercado brasileiro: o Botafogo.

Textor construiu sua reputação e fez fortuna como um investidor de tecnologias digitais disruptivas durante décadas. A migração para o futebol foi rápida e ele adquiriu times que vão do Rio de Janeiro a Londres. No entanto, seu ciclo de aquisições ainda não terminou: recentemente ele entrou em negociações para comprar o francês Olympique Lyonnais. Se o negócio for concluído, o "time de times de futebol" do megainvestidor valerá algo em torno de US$ 1 bilhão.

John Textor
John Textor em estádio do Botafogo | Foto: Vitor Silva/Botafogo

De acordo com Textor, seu plano para o futebol é criar um "ecossistema de clubes cooperativos de primeira linha", que serão beneficiados pelo compartilhamento de talentos entre si, numa tentativa de bater de frente contra a indústria mais tradicional dos grandes bilionários do esporte.

A estratégia multiclubes

A jornada do investidor de 56 anos como dono de times de futebol começou há um ano, quando ele comprou o time da Premier League inglesa Crystal Palace FC. Os investimentos no clube brasileiro Botafogo e no RWD Molenbeek da Bélgica se seguiram rapidamente por meio de seu veículo Eagle Football Holdings.

Esse modelo multiclube é o preferido por outros investidores sediados nos Estados Unidos que buscam reduzir os custos de propriedade do futebol. Eles acreditam que, ao compartilhar jogadores entre equipes, a necessidade de gastar milhões de dólares em transferências caras, salários e taxas de agentes é amplamente erradicada.

Textor vê a abordagem como um antídoto para clubes como Paris Saint-Germain FC, Manchester City FC e Chelsea FC, cujos sucessos recentes foram financiados por estados ricos em energia e bilionários.

Grandes clubes exigem grandes conquistas

Os críticos do modelo multiclube dizem que ele cria equipes cujo único propósito é servir um troféu dentro de um grupo, e não ganhar as competições individuais dentro de cada região. Em contrapartida, Textor tem sido ousado com sua escolha de clubes e é improvável que os torcedores do Crystal Palace e do Lyon, em particular, queiram jogar em segundo plano um para o outro. 

Muito pelo contrário: a torcida provavelmente exigirá investimentos em elencos e infraestrutura para ajudar a conquistar troféus e se classificar para campeonatos mais prestigiosos e lucrativos. O Crystal Palace terminou a temporada passada 45 pontos atrás do campeão Manchester City. A equipe, que não conquistou um troféu importante, começou sua atual campanha na Premier League na semana passada com uma derrota por dois a zero para o Arsenal. 

Já o Lyon, mais acostumado ao sucesso em seu campeonato doméstico, foi superado nos últimos anos pelo PSG, apoiado pelo Catar, enquanto o Botafogo busca um retorno à glória após um período de turbulência financeira. 

"Se construirmos caminhos controlados e integrados entre países e clubes, podemos ser reconhecidos por aspirantes a jogadores em nossos mercados como um ótimo lugar para se desenvolver, permitindo-nos contratar jogadores antes que os grandes clubes possam comprá-los. Desenvolver jogadores é melhor do que negociar jogadores, para o sucesso competitivo e para o nosso negócio."

John Textor

Novos investidores e tecnologias fazem parte do caminho de John Textor

Ex-skatista competitivo, a paixão de John Textor pelo esporte é identificada de imediato, especialmente nas mídias sociais. Usuário assíduo do Twitter, ele já pediu a demissão de um árbitro brasileiro depois que marcou um pênalti contra o Botafogo - uma jogada incomum para um dono de clube - e zombou do rival Olympique de Marseille, do Lyon, na Ligue 1, brincando que os nove vezes campeão é coisa de "pequeno clube".

Enquanto suas primeiras apostas no futebol foram financiadas principalmente com o dinheiro dele e de sua esposa, Textor agora tem outros investidores acreditando em suas estratégias de investimento. 

O negócio com o Lyon tem o apoio da Cannae Holdings, um veículo de investimento controlado por Bill Foley, dono da equipe de hóquei Vegas Golden Knights NHL. Jamie Salter, chefe do Authentic Brands Group (grupo responsável pela marca Rebook) também apoia o Eagle Football, segundo Textor.

Ao contrário dos tradicionais proprietários do futebol europeu, os investidores norte-americanos têm se mostrado mais focados em gerar retorno sobre o capital no esporte e Textor busca alavancar sua experiência em tecnologia digital para encontrar novas formas de gerar receita aos torcedores de seus clubes. 

A hora do reconhecimento facial

Um dos negócios mais importantes de Textor foi a fusão, em 2020, da plataforma de streaming fuboTV, onde ele já foi presidente executivo, com o Facebank Group, empresa que ele fundou. O Facebank é especializado em tecnologia de reconhecimento facial, que, segundo o investidor, pode ser usada para aproximar os torcedores dos clubes que eles torcem e, fundamentalmente, facilitar os gastos com mercadorias. 

Ele está lançando um sistema de reconhecimento facial no Botafogo que os torcedores poderão usar para emissão de ingressos, entrada no estádio e compras em dias de jogos. O plano é oferecer o mesmo no Crystal Palace, onde o Facebank já tem um acordo de patrocínio, e no Lyon no futuro.

"Com o sistema de engajamento de fãs do Facebank, você pode participar com seu rosto, pagar seu cachorro-quente com seu rosto", afirma o investidor. 

Histórico de John Textor

Apesar das iniciativas, o histórico de negócios de Textor não está isento de manchas. Dez anos atrás, o Digital Domain Media Group, um grupo de efeitos visuais que ele liderou e que criou gráficos para filmes, incluindo o clássico Titanic, pediu falência. "Eu não perdi dinheiro com esse negócio", diz ele. "Mas eu perdi tudo o que importava para mim naquele momento."

Olhando mais adiante, Textor não descartou investir em mais clubes de futebol ou eventualmente buscar uma oferta pública inicial de seu veículo de investimento. 

"Como próximo passo, grandes fontes de capital serão introduzidas no Eagle Football. Vou levar parceiros com uma visão em comum."

John Textor

Texto adaptado do original publicado na Bloomberg americana

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Sobre o autor
Bruna Miato
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