IPCA-15 sobe 0,78% em dezembro e fecha o ano com variação positiva de 10,42%
Maior contribuição para a variação positiva do indicador foi do grupo Transportes, em especial da alta dos preços dos combustíveis
Considerado uma prévia da inflação mensal, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,78% em dezembro, 0,39 ponto percentual abaixo do resultado de novembro – 1,17%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 23.
O dado ficou abaixo da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro, de 0,82%, e do intervalo que ia de 0,67% a 0,96%. Com o resultado, o IPCA-15 fecha o ano com alta de 10,42%, maior acumulado do ano desde 2015 – 10,17%. No mesmo período do ano passado, o indicador foi de 1,06%.
O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado trimestralmente, ficou em 3,18% para o período entre outubro e dezembro.
IPCA-15 em números
Dezembro/21 | 0,78% |
Novembro/21 | 1,17% |
Dezembro/20 | 1,06% |
Acumulado do ano | 10,42% |
Alta em sete de nove grupos pesquisados para o IPCA-15
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em dezembro. Apenas Saúde e cuidados pessoais (-0,73%) e Educação (0,00%) não registraram aumento no mês.
O maior impacto (0,50 p.p.) e a maior variação (2,31%) vieram mais uma vez do grupo Transportes, que encerraram o ano com alta acumulada de 21,35%. Na sequência, Habitação (0,90%) e Alimentação e Bebidas (0,35%) contribuíram com 0,15 p.p. e 0,07%., respectivamente.
Influência de Transportes na prévia da inflação
O resultado do grupo Transportes (2,31%) foi influenciado principalmente pela alta nos preços dos combustíveis (3,40%) - em particular, da gasolina (3,28%), que contribuiu com o maior impacto individual (0,21 p.p.) no índice do mês.
Além disso, os preços do etanol (4,54%) e do óleo diesel (2,22%) também subiram, embora as variações tenham sido menores que as do mês anterior (7,08% e 8,23%, respectivamente).
IPCA-15: Habitação
No grupo Habitação (0,90%), a maior contribuição veio da energia elétrica (0,96%), cujo resultado ficou próximo ao do mês anterior (0,93%). Desde setembro, está em vigor a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
Alimentação e bebidas: alta de 0,35%
A alta de 0,35% em Alimentação e bebidas se deve principalmente à alimentação no domicílio (0,46%). A maior contribuição individual veio do café moído (9,10%), que acelerou em relação a novembro (4,91%). A alimentação fora de casa, por sua vez, variou 0,08%.
Saúde e cuidados pessoais em queda
O único grupo com queda em dezembro foi Saúde e cuidados pessoais (-0,73%). A variação negativa ocorreu por conta dos itens de higiene pessoal (-3,34%), em particular perfume (-9,82%), produtos para pele (-8,70%) e artigos de maquiagem (-4,71%).
Alta em todas as regiões pesquisadas
No que concerne aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em dezembro. A maior variação foi registrada na região metropolitana de Salvador (1,13%), enquanto o menor resultado ocorreu na região metropolitana de Belém (0,32%).
Dados ausentes
De acordo com o IBGE, o processo de mudança do datacenter do instituto impediu a divulgação de algumas informações referentes ao IPCA-15, como o acúmulo no ano e de 12 meses para as localidades, pesos dos subitens nos resultados regionais e análise do resultado mensal por localidade.