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Bolsa
Mercado Financeiro

IOF, incertezas no mercado local e queda das commodities podem manter o mau humor do mercado

Continuam pesando sobre o mercado de ações os temas empacados no Congresso e riscos fiscais

Data de publicação:17/09/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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O mercado financeiro movimentou mais um dia de negócios com viés negativo na véspera e especialistas não vislumbram nenhum fato alentador que possa entusiasmar os investidores nesta sexta-feira, 17, para um fechamento mais animado da semana.

Na noite anterior, o presidente Jair Bolsonaro decidiu aumentar a alíquota de IOF sobre operações de crédito para pessoas jurídicas e físicas entre 20 de setembro e 31 de dezembro para acomodar o aumento do valor do Auxílio Brasil, que será pago com os novos valores ainda neste ano.

Ibovespa
Bolsa retornou aos 113 mil pontos e está mais sensível a eventos internacionais - Foto: Envato

Além disso, é dentro de um cenário de falta de estímulos domésticos que o mercado financeiro tem trabalhado mais sensível a eventos internacionais, em que os principais destaques têm sido as condições externas referentes à economia chinesa e a queda no preço das commodities, que vêm afetando negativamente o desempenho de ações de empresas domésticas de siderurgia e mineração e de outras exportadoras. Por essas e por outras, a B3, sem forças para reagir, retornou aos 113 mil pontos.

A tensão política derivada do embate entre Poderes foi suavizada, mas a expectativa de que ela abrisse caminho para o avanço da agenda de reforma no Congresso não se materializou. Propostas de reforma do Imposto de Renda e de reforma administrativa permanecem empacadas e a questão do pagamento dos precatórios, o que mais preocupa os investidores, continua indefinida.

As incertezas com o rumo da política fiscal, em meio a tantas indefinições em torno de questões que afetam a gestão das contas públicas, têm deixado o investidor cada vez mais cauteloso e na defensiva, mais interessado em proteção.

O dólar, que teve alta de 0,54% e subiu para R$ 5,27 ontem, reflete essa preocupação com o equilíbrio das contas do governo, afirmam especialistas, sem que se corra o risco de desrespeito às regras do teto de gastos do governo.

Alta dos juros assusta o mercado

À medida que o dólar sobe, aumenta também a pressão sobre a inflação, o que acaba levando à elevação das taxas de juros para conter a alta de preços na economia. O aumento da Selic, taxa básica de juros, eleva o custo da dívida pública, já que parte dela está atrelada à taxa básica, em um momento que o mercado vê o risco de deterioração das contas governamentais.

Nesse cenário, o investidor não se sente estimulado em continuar comprando ações porque os juros mais altos devem contribuir também para deprimir o ritmo de crescimento da economia.

Ao mesmo tempo, a alta dos juros reforça a atratividade das aplicações de renda fixa, o que leva o investidor a repensar se vale a pena permanecer na Bolsa ou é mais vantagem diversificar sua carteira com parcela dos recursos em aplicações remuneradas por juros.

‘Mutirão’ de votações

O cenário político segue sendo monitorado pelos investidores. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, sugeriu que as Casas legislativas realizem um "mutirão" de votações importantes assim que voltarem a trabalhar presencialmente. Segundo ele, a Câmara deve deixar o sistema virtual e retornar ao esquema presencial em outubro.

Entre as matérias que foram aprovadas pela Câmara e hoje aguardam uma posição do Senado, Lira citou o PL dos Correios, do Licenciamento Ambiental, da regularização fundiária e a reforma do Imposto de Renda. "Do Senado, está na Câmara o Refis", lembrou Lira.

"Agora em outubro, com a temperança baixa, momento de trégua, que é importante que seja imperativo para todos os poderes a autocontenção. É o que temos pregado, paciência, conversa, para que não prejudiquemos aqueles que dependem de uma atuação independente e harmônica", afirmou o deputado.

CPI da Covid: Prevent Senior

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid quer discutir as denúncias relacionadas à empresa Prevent Senior e avalia pedir a condução coercitiva do diretor executivo da operadora de saúde, Pedro Benedito Batista Júnior. Convocado para depor no dia anterior, o representante não foi à comissão alegando ter sido convocado de última hora.

Conforme denúncia feita por médicos e ex-funcionários, o plano de saúde ocultou mortes de pacientes que participaram de um estudo realizado para testar a eficácia da hidroxicloroquina.

A série de documentos, revelada pelo portal G1, aponta que a disseminação da cloroquina e outras medicações foi resultado de um acordo entre o governo Bolsonaro e a Prevent.

"O que a Prevent Senior fez tem que ser exemplarmente punido. Isso não pode ficar impune", disse o relator da CPI, Renan Calheiros.

"Com o que temos hoje é impossível entregar o relatório como havíamos previsto (na próxima semana)", disse o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues. Para ele, a empresa usou pessoas como "cobaias".

Marco temporal

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na véspera que deve defender a tese do marco temporal em seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), marcado para a próxima terça-feira.

"O marco temporal é perigo para a segurança alimentar do Brasil e do mundo", voltou a dizer Bolsonaro, em transmissão ao vivo nas redes sociais. "Eu devo dizer algo nessa linha", complementou.

De acordo com o chefe do Planalto, seu discurso será "tranquilo e objetivo". É uma tradição o presidente brasileiro ser responsável pela abertura do evento. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, presente na "live" de hoje, também irá à ONU.

O julgamento do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF) foi interrompido por tempo indeterminado após um pedido de suspensão pelo ministro Alexandre de Moraes.

Se a tese for ratificada, uma terra indígena só pode ser demarcada se ficar comprovado que os índios estavam naquele território na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. O presidente Jair Bolsonaro defende a consolidação desse entendimento.

Nas contas de Bolsonaro, se a tese do marco temporal for derrubada, a proporção de terras indígenas no País vai saltar de 13% para 26% do território nacional.

NY: futuros em queda

Após o pregão da véspera fechar sem sinal único, o mercado financeiro americano segue na dúvida sobre recuperação econômica e o momento sobre a retirada de estímulos por parte do Fed (Federal Reserve, o banco central americano). Os contratos futuros negociados nas bolsas de Nova York operam em queda.

Na véspera, os investidores receberam duas notícias econômicas – uma positiva e outra negativa. A positiva refere-se ao crescimento de 0,7% em agosto ante julho, dado que surpreendeu os analistas, que apostavam em variação negativa de 0,8%.

Já o volume de solicitações de seguro-desemprego EUA subiu em 20 mil, a 332 mil na última semana, enquanto a expectativa era de alta a 320 mil solicitações.

"O consumidor americano parece forte agora, mas preços mais altos e menos apoio governamental pesarão sobre as perspectivas para o resto do ano", analisou Edgard Moya, analista da Oanda.

Na avaliação da Capital Economics, apesar da surpresa positiva com o indicador, o detalhamento dos números é bem menos otimista. A disseminação da variante delta do coronavírus claramente afetou os resultados, segundo a consultoria. Pelos seus cálculos, o aumento real do consumo nos EUA em agosto foi de 0,5%.

Em relatório, a Stifel considera que os fatores que mantêm trabalhadores em potencial afastados do mercado parecem ser os mesmos que sustentam um ritmo positivo dos gastos.

"Ou seja, um colchão de riqueza acumulado devido a meses de benefícios de desemprego indiscutivelmente generosos, uma moratória de despejos e o novo crédito tributário infantil aprimorado", citam seus analistas.

As questões que permanecem, segundo eles, são até quando durarão essas poupanças e por quanto tempo os trabalhadores seguirão sem reintegrar a força de trabalho. De acordo com a empresa, "indicações anedóticas" sugerem que pelo menos alguns trabalhadores não planejam procurar emprego até depois do primeiro dia do próximo ano.

Em relação ao Fed, as notícias giraram em torno de revisões internas das regras sobre operações no mercado financeiro por parte de sua equipe.

Depois de notícia divulgada pelo The Wall Street Journal na semana passada, sobre o volume expressivo movimentado pelos presidentes do Fed de Boston, Eric Rosengren, e de Dallas, Robert Kaplan, a senadora democrata Elizabeth Warren escreveu aos líderes das regionais pedindo a revisão das normas do banco central.

Na véspera, a autoridade monetária anunciou que a equipe do conselho irá adotar uma "nova e abrangente" avaliação de suas regras éticas.

Bolsas asiáticas fecham em alta

As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta sexta-feira, buscando se recuperar de perdas recentes, embora persistam temores em relação à Evergrande, gigante do setor imobiliário chinês que enfrenta graves problemas financeiros.

O Nikkei subiu 0,58% em Tóquio, aos 30.500,05 pontos, mantendo-se perto dos maiores níveis em três décadas, na expectativa para a iminente saída do primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, cuja popularidade se deteriorou em meio ao aumento de casos de covid-19 no país.

Na China continental, os mercados foram sustentados por ações do setor farmacêutico e de fabricantes de bebidas alcoólicas. O Xangai Composto avançou 0,19%, aos 3.613,97 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve ganho de 0,35%, aos 2.446,05 pontos.

Em Hong Kong, o Hang Seng interrompeu uma sequência de quatro pregões negativos e subiu 1,03%, aos 24.920,76 pontos.

Mas a ação da endividada incorporadora chinesa Evergrande, que nos últimos dias ajudou a derrubar papéis do setor imobiliário listados no território semiautônomo, caiu mais 3,42%, depois de chegar a despencar mais de 11% durante os negócios desta sexta.

Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi avançou 0,33%, aos 3.140,51 pontos, antes de um feriado de três dias que manterá a Bolsa de Seul fechada até quarta-feira, 22.

Já o Taiex ficou praticamente estável em Taiwan, com baixa marginal de 0,01%, aos 17.276,79 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana ignorou o viés positivo da região asiática e terminou a sessão no vermelho. Pressionado por ações de mineradoras e petrolíferas, o S&P/ASX 200 recuou 0,76% em Sydney, aos 7.403,70 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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