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Bolsa
Renda Variável

Indústria e agronegócio caíram no PIB; saiba por que algumas empresas desses setores vão muito bem

Empresas

Data de publicação:06/09/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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As quedas dos setores de indústria e agronegócio no PIB do segundo trimestre não tendem a ofuscar a atratividade de algumas empresas com certas peculiaridades que atuam em segmentos específicos desse setor. A economia brasileira medida pelo PIB recuou 0,1%, na comparação com o primeiro trimestre, e duas das categorias que contribuíram com o resultado foram a agropecuária, que caiu 2,8%, e a indústria, 0,2%.

Existem empresas que, apesar da queda do setor em que atuam, seguem performando muito bem, à margem dos dados negativos do último trimestre, de acordo com analistas. Companhias cujas atividades foram menos atingidas pelas adversidades, climáticas nos resultados da atividade no campo, no setor agrícola, e pelos gargalos na oferta de insumos na cadeia da produção, no setor manufatureiro.

Exportadoras de commodities

Empresas exportadoras de commodities, especialmente de minério de ferro, aço e celulose, transitam em faixa própria, fora dos dados tingidos de vermelho no PIB. Lideradas pela Vale, elas são quase uma unanimidade, na lista de recomendações de analistas, como as de melhores perspectivas na bolsa de valores.

“Os setores ligados ao aço estão indo muito bem, com alta de ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), receita e lucros”, pontua Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos.

Ações de companhias de siderurgia, como CSN, Usiminas e Gerdau, e de mineração, assim como a Vale, são apontadas como as de maior atratividade por Bertotti. Os fundamentos cacifam essas empresas, mas especialistas destacam também que, como exportadoras, suas receitas se expõem menos ao cenário de instabilidade, política e econômica, doméstica.

Gabriel Marzotto, sócio da Quasar e gestor do Quasar Tropos FIA, diz que, “como setores dependentes da precificação lá fora e por receber dólares pelas vendas, exportadoras de commodities do setor de siderurgia, mineração, petro/petroquímico, celulose podem até ser beneficiadas”.

Empresas voltadas ao exterior

Companhias como Vale, Suzano, Petrobras, Braskem, tendem até a ser favorecidas em cenário de instabilidade, porque, com dólar mais alto, recebem mais na conversão do faturamento das exportações para reais. Ele diz que, mesmo com a forte queda do minério de ferro em agosto, a Vale tem outro atrativo, é boa distribuidora de dividendos

Estão entre as recomendadas por Bertotti, da Messem, ainda ações do grupo Randon (RAPT4), Fras-le (FRAS3) e WEG (WEGE3), todas fortes geradoras de caixa, segundo o executivo.

A ação da Weg, que aparece na lista de indicações da maioria de analistas, faz parte também da recomendação de Heloise Sanchez, da Equipe de Análise da Terra Investimentos, para compra com preço-alvo de 12 meses a R$ 47. “A Weg tem como marca a inovação tecnológica”, diz a analista.

A empresa atua em equipamentos industriais e eletrônicos, geração, transmissão e distribuição de energia, motores para uso doméstico e tintas e vernizes.  Na área de energias renováveis, oferece soluções e equipamentos de energia solar e eólica e armazenamento de energia.

Setor de agronegócio

José Carlos Hausknecht, sócio-diretor da MB Agro, explica que a variação negativa da agropecuária no PIB reflete a quebra de safra em culturas específicas de milho e cana de açúcar, principalmente, afetadas pela seca. Os estragos das geadas sobre o café tendem a ser contabilizados à frente.

A queda de produção deve afetar as empresas, mas a alta de preços dos produtos, com a safra menor, tem compensado supostas perdas, diz o sócio da MB Agro. O trader de commodities Thomas Raad diz que a diminuição na produção de café causada pela geada já levou a um aumento de até 25% nos preços em dólar de grãos da bebida exportados.

Ademais, os resultados de algumas empresas do setor não dependem apenas da produção agrícola, são gerados por outras atividades, explica Felipe Leão, especialista de Renda Variável da Valor Investimentos.

Uma das companhias, a Brasilagro, teve uma valorização de 8,2% e a SLC Agrícola, uma alta de 13% na segunda-feira, 27, um desempenho que foi na contramão do PIB negativo divulgado no dia.  O que animou foram os bons números do balanço trimestral da Brasilagro e os dados de reavaliação, feita por uma consultoria, que apontou forte valorização das terras da companhia. A da SLC cresceu 75,2% em relação ao ano anterior.

Leão comenta que “o resultado negativo do PIB foi de certa forma mascarado por geadas, sobretudo na cultura de café (queda de 21%), um fenômeno localizado”, referindo-se à região do Sul de Minas Gerais. “Se juntar o PIB agrícola dos dois trimestres, o setor cresceu 3,3% em relação ao primeiro semestre de 2020.”

Onde atua cada empresa

A Brasilagro (AGRO3) e a SLC Agrícola (SLCE3) estão entre as empresas do setor agrícola com boas perspectivas na bolsa de valores, segundo Leão. Não apenas pelo tamanho, mas também pela diversidade de atuação.

A Brasilagro é uma das maiores companhias em quantidade de terras agricultáveis, com foco na aquisição, desenvolvimento, exploração e comercialização de propriedades rurais, sobretudo para a agropecuária.

A SLC Agrícola, uma das gigantes do setor, foi a primeira produtora de grãos a negociar ações na bolsa de valores. Fazem parte da lista ainda:

Terra Santa (TESA3) – produtora de commodities agrícolas como soja, milho e algodão, gera resultados também com a valorização de terras.

São Martinho (SMTO3) – uma das maiores produtoras de álcool e de açúcar do mundo, suas quatro usinas em operação têm capacidade para moer 24 milhões de toneladas de cana por ano.

Biosev (BSEV3) – empresa possui oito unidades agroindustriais em operação no País e um terminal próprio no porto de Santos. Exporta produtos para mais de 30 países e, autossuficiente em energia, exporta 1.316 GWh de energia elétrica que produz.

Raízen (RAIZ4) – Joint venture formada com a junção de Shell e Cosan, em 2011, a holding atua nos setores de energia, açúcar, etanol e logística. Foco na produção de combustível e álcool, tanto para consumo interno como para exportação e uso na indústria....

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.
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