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Fundos de Investimentos

IMAB11: ETF de renda fixa ganha atrativos com os juros altos; vale a pena?

O fundo de índice permite ao investidor a exposição aos títulos públicos atrelados à inflação

Data de publicação:12/04/2022 às 00:30 -
Atualizado 2 anos atrás
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Os Exchange Traded Funds (ETF) são bem conhecidos pela possibilidade de investidores acessarem, de uma forma simplificada, produtos de renda variável. No entanto, também existem fundos negociados em Bolsa que oferecem uma exposição a ativos de renda fixa, como juros. É o caso, por exemplo, do IMAB11.

O ETF ganha relevância em um mercado onde os juros subiram de 2% para 12,75% no período de um pouco mais de um ano e influencia a remuneração dos títulos do governo que fazem parte da carteira do fundo.

IMAB11
ETF segue desempenho de títulos públicos atrelados à inflação - Foto: Envato

O que é o IMAB11?

IMAB11 é o ticker (código de negociação) do It Now ID ETF IMA-B Fundo de Índice. Esse ETF é gerido pelo Banco Itaú e tem uma proposta bem clara na sua nomenclatura: permitir ao investidor uma exposição simplificada ao IMA-B, que é um importante índice inflacionário da renda fixa.

Caso você ainda não conheça esse indicador, o IMA-B é um índice que tem por objetivo refletir a carteira de títulos públicos atrelados à inflação. Ou seja, estamos falando das Notas do Tesouro Nacional, conhecidas simplesmente como NTN-Bs ou, de maneira ainda mais popular, como Tesouro IPCA.

Esses títulos são emitidos pelo nosso governo e possuem uma rentabilidade híbrida que mescla o rendimento do próprio IPCA (que é o indicador oficial de inflação do Brasil) com uma taxa prefixada definida no ato do investimento. A depender do prazo de vencimento do título, essa taxa pode ser maior ou menor — e o IMA-B entrega um resultado ponderado desses títulos.

O IMAB11 foi lançado em 2019, sendo uma novidade interessante justamente por refletir o desempenho de títulos de renda fixa, saindo um pouco do padrão de renda variável que é comum em ETFs. Para a gestão dos ativos, o Itaú cobra uma taxa de administração de 0,25% ao ano (em linhas com produtos de categorias similares).

Qual é a composição do ETF?

A função de um ETF é ser um fundo passivo para o investidor. Em outras palavras, isso significa que o produto deve seguir um índice de referência que, no caso do IMAB11, é o próprio IMA-B.

Conforme adiantamos, o IMA-B é composto por uma cesta de treze títulos públicos atrelados à inflação. A carteira é revisada mensalmente, atualizando o seu resultado de acordo com a variação de mercado das NTN-Bs.

Para ser considerado no cálculo do IMA-B, um título deve oferecer algumas condições para que o indicador não seja distorcido. Pensando nisso, foram definidas algumas regras para inexigibilidade dos títulos. Isto é, uma NTN-B não entra no IMA-B caso:

  • Tenha prazo de vencimento inferior a um mês;
  • Não tenha sido ofertado de forma pública;
  • A emissão do título tenha sido realizada nos últimos dois dias úteis em relação ao prazo de revisão da carteira do IMA-B.

Além disso, é importante mencionar que ao menos 95% do patrimônio do ETF IMAB11 deve estar alocado por títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B). Ou seja, é efetivamente uma forma de se expor ao desempenho da renda fixa desta categoria.

Acesse tudo sobre o IMA-B11 em nossa ferramenta exclusiva, aqui.

Quais são as vantagens do IMAB11?

O IMAB11 oferece algumas vantagens ao investidor em relação à compra diretamente no Tesouro Direto de NTN-Bs. A primeira delas é justamente a diversificação, afinal, ao comprar cotas desse ETF, você obtém uma carteira completa de títulos públicos atrelados à inflação. Não é preciso, portanto, selecionar a melhor opção.

Embora os títulos públicos ofereçam liquidez diária (o que é um prazo bem curto para resgatar o dinheiro), o IMAB11 é ainda mais eficiente nesse sentido. Uma vez que as cotas sejam vendidas na Bolsa de Valores, o dinheiro retorna imediatamente para a conta da sua corretora. Portanto, a liquidez é imediata.

Outro ponto atrativo é a tributação. Como o IMA-B é um ETF, o Imposto de Renda será aplicado com uma alíquota de 15% sobre o lucro realizado. Ou seja, você já tem a menor tributação possível para títulos de renda fixa, mesmo com operações em prazos mais curtos. Vale lembrar que, na renda fixa, o Imposto de Renda segue a tabela regressiva, iniciando em 22,5% sobre os ganhos e chegando nesses mesmos 15% apenas após dois anos.

Quais são as desvantagens do IMAB11?

Por outro lado, existem também alguns pontos de atenção para o investidor que opta por comprar cotas do IMAB11. Começando pela estrutura do próprio produto: os ETFs, afinal, são negociados em Bolsa. Isso significa que as cotas sofrem oscilações diárias de acordo com o interesse de mercado dos investidores. Em outras palavras, você terá um investimento de renda fixa, mas com comportamento de renda variável.

Outro ponto a ser avaliado é que há cobrança de taxa anual de 0,25% do Banco Itaú pela administração do ETF. Apesar de ser um valor baixo quando comparamos com fundos de investimentos com gestão ativa, é um custo que vai afetar a rentabilidade dos seus títulos públicos no longo prazo.

Por fim, a previsibilidade do investimentos é outro risco que deve ser monitorado. Ao contrário dos títulos públicos adquiridos de forma isolada, no IMAB11 não há um prazo de vencimento. Portanto, há maior exposição às condições de mercado de renda fixa — e, neste ponto, vale lembrar que a inflação tem um comportamento mais volátil do que os títulos pós-fixados.

Vale a pena investir no ETF?

Será que vale a pena investir no IMAB11? De um modo geral, o produto pode ser indicado para os investidores que buscam uma maior facilidade para se expor aos títulos públicos atrelados à inflação e que ainda estejam conhecendo a renda variável.

No entanto, de forma objetiva, você pode comprar esses mesmos títulos que fazem a composição do IMAB11 diretamente na plataforma do Tesouro Direto — e sem o custo da taxa de administração que é cobrada pelo Banco Itaú. A falta de um vencimento do ETF também modifica um pouco o formato de remuneração.

Assim, a resposta dessa pergunta vai depender diretamente de qual é a razão pela qual o investidor cogitou adicionar o IMAB11 ao seu portfólio. Se a busca é por comodidade, esse pode ser um bom caminho. Pensando em rentabilidade, entretanto, recomendamos que o próprio investidor selecione as suas NTN-Bs e faça o aporte nelas diretamente.

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Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.