Tabela Regressiva do Imposto de Renda
O que é a tabela regressiva do Imposto de renda?
A tabela regressiva de Imposto de Renda é uma das formas de organização das alíquotas desse tributo, que se tornam menores conforme um segundo elemento (o tempo, o capital etc.) passa - como você pode perceber, essa dinâmica é o motivo do nome dado a ela.
A tabela regressiva é especialmente conhecida por aqueles que possuem algum investimento de previdência privada (PGBL, VGBL e fundos de pensão), sendo uma das principais formas de cobrança, juntamente com a tabela progressiva.
Veja abaixo como a alíquota do Imposto de Renda se retrai nos produtos de previdência privada, com o passar do período de maturação:
Aplicações realizadas há menos de: | Porcentagem |
---|---|
2 anos | 35% |
2 anos | 30% |
4 anos | 25% |
6 anos: | 20% |
8 anos | 15% |
10 anos | 10% |
Consegue visualizar como a dinâmica regressiva se concretiza? Apresentamos aqui apenas o exemplo mais conhecido (destinado à previdência privada), mas a tabela regressiva do Imposto de Renda pode se aplicar a vários outros produtos financeiros: CDBs, debêntures, títulos públicos… Nesses casos, no entanto, a alíquota é diferente, variando entre 22,5% e 15%, conforme a tabela abaixo:
Tabela Regressiva Imposto de Renda
Prazo de Investimento | Alíquota de IR |
---|---|
Até 180 dias | 22,50% |
181 até 360 dias | 20,00% |
361 até 720 dias | 17,50% |
Acima de 720 dias | 15,00% |
E lembrando: as tabelas regressiva não são uma exclusividade desse tipo de tributo. Na verdade, qualquer um que adote um sistema de diminuição da alíquota conforme a progressão de outro item pode se apoderar do mesmo termo.
Qual é a diferença entre a tabela regressiva e a tabela progressiva de Imposto de Renda?
A tabela progressiva, como o seu nome indica, desenha uma sucessão totalmente oposta à da tabela regressiva. Isto é, conforme um elemento progride, maior é a tributação sobre o bem.
Um exemplo de produto que é tributado seguindo a tabela progressiva é o próprio salário do contribuinte de IRPF. Veja:
Salários de até: | Porcentagem: |
R$1.903,98 | 0% |
R$1.903,99 até R$2.826,65 | 7,5% |
R$2.826,66 até R$3.751,05 | 15% |
R$3.751,06 até R$4.664,68 | 22,5% |
R$4.664,68 | 27,5% |
Esses, é claro, são os valores relativos a 2019. No entanto, ainda que eles sejam alterados, a progressão continuará seguindo a mesma estrutura.
A grande questão é: por que a Receita Federal criou duas estruturas diferentes para o recolhimento? Será apenas uma pegadinha para dificultar ainda mais o trabalho para os seus neurônios, com tantas regras e números para decorar?
A verdade é que as tabelas são distintas pois servem a objetivos distintos. Quando se trata da tabela regressiva, tema deste artigo, a serventia maior é incentivar o investidor a manter o investimento pelo tempo máximo. Assim, o governo incentiva as pessoas a investirem a longo prazo e não de forma "especulativa", de modo que haja um maior fomento ao crédito de longo prazo. Isso é importante para que as empresas, de acordo com a capacidade de planejamento, apliquem capital no setor produtivo (construção de fábricas, compra de máquinas, etc.).
A tabela progressiva, por sua vez, é justificada pela desigualdade social. Com alíquotas distintas para cada faixa de renda, se entende que aqueles que ganham mais devem contribuir com um valor maior para o funcionamento do Estado, em comparação com aqueles que ganham menos e estão mais vulneráveis socialmente.
Isso porque, veja bem: se a alíquota fosse de 15% para todos, quem recebe 10.000 reais e quem recebe 1000 reais contribuiria com 1500 e 150 reais, respectivamente. À primeira vista, o primeiro sujeito está em desvantagem, pois destina um valor maior à Receita Federal. No entanto, as pessoas que recebem 1000 reais sentem um maior impacto pela falta dos seus 150 reais, visto que a sua renda é, em geral, suficiente apenas para os seus itens de subsistência.
A tabela progressiva existe, portanto, para equilibrar esses contextos discrepantes, que a tabela regressiva não considera.
Entre elas, não existe uma melhor ou pior, apenas a adequação ao propósito ao qual elas se dispõem.