G-7 defende regulamentação de stablecoin em meio à ‘turbulência’ em mercado
Iniciativa acontece após colapso da TerraUSD que perdeu paridade com o dólar
O G-7 defendeu nesta sexta-feira, 20, o fortalecimento da regulamentação global de stablecoins, em comunicado conjunto divulgado após reunião de ministros das finanças e presidentes de bancos centrais na Alemanha. Na nota, o grupo pede que o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês) coordene de forma ágil os esforços internacionais nessa área.
O pedido acontece em meio à recente "turbulência" no mercado de criptomoedas, de acordo com o texto. O recente colapso da stablecoin TerraUSD (UST), que perdeu paridade com o dólar, ampliou a defesa pela criação de critérios novos de regulação do setor.
"Nós reafirmamos que nenhum projeto global de stablecoin deve começar a operar até que aborde adequadamente requisitos legais, regulatórios e de supervisão relevantes por meio de projeto apropriado e respeitando as normas aplicáveis", diz o comunicado.
O que são Stablecoins?
O BIS – Banco de Compensações Internacionais - atua como fórum de vários bancos centrais e definiu as regras para vários tipos de serviços como pagamentos, liquidação e compensação. No dia 08 de dezembro de 2021, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2303/15, que estabelece as diretrizes do mercado de criptomoedas e as boas práticas de governança.
Por se tratar de um novo mercado, comparando com os ativos tradicionais, o mercado de criptomoedas tem um obstáculo complexo: a alta volatilidade nos preços do ativo. Para os investidores com perfil arrojado, essa característica é atrativa. No entanto, para o público em geral, isso acaba sendo um problema. Para resolver, as stablecoins surgiram.
As stablecoins oferecem a oportunidade para qualquer pessoa que possua criptomoedas em sua carteira, possa trocar por outros ativos digitais, em que a cotação não sofra tanta variação. Isso ocorre pois as stablecoins são lastreadas em ativos concretos e reais, como moedas nacionais fiduciárias (dólar, euro, etc), petróleo, ouro, entre outros.
Dessa forma, eles vão sempre representar o seu valor real. Por exemplo, a criptomoeda USD Coin (USDC) está atrelada ao dólar americano, ou seja, a cada 1 USDC representa 1 dólar. A principal característica da stablecoin é a estabilidade.
As stablecoins se popularizaram rapidamente, chamando a atenção de diversos países no mundo. A partir daí, foram criadas as CBDCs (Central Bank Digital Currencies), ou seja, Moedas Digitais de Bancos Centrais que são stablecoins emitidas pelos bancos centrais.
Para entender melhor, toda CBDC é uma stablecoin, pois está atrelada a um ativo real e é estável. Mas nem toda stablecoin é uma CBDC.
A stablecoin ganhou força no mercado financeiro por fornecer o melhor de dois mundos: a privacidade do pagamento digital da criptomoeda e a segurança digital, além da redução de volatilidade, instabilidade das moedas tradicionais fiduciárias e a velocidade no processamento das operações.
Relação entre criptomoeda e stablecoins
A principal diferença entre as criptomoedas como bitcoin, litecoin ou ethereum e as stablecoins é a estabilidade desse último ativo.
As criptomoedas normais têm alta volatilidade de preço entre a oferta de compra e venda no mercado financeiro. Em contrapartida, as stablecoins possuem valor mais estável, pois seguem o fluxo de moedas reais.
Além disso, as stablecoins conectam o blockchain e o mundo real, mitigando a volatilidade dos preços. Mas, ao mesmo tempo, elas mantêm determinadas características dos bitcoins, como resistência à censura e o fluxo livre de capital.
Já as stablecoins não têm algoritmo próprio, blockchain própria, nem sistema de mineração para emitir. Essas especificações estão presentes nas outras criptomoedas. /Agência Estado