Fundos de criptomoedas: saiba quais são e as diferenças entre eles
Veja como eles funcionam e por que são acesso ao investidor de varejo
Já faz algum tempo que o mercado das criptomoedas atrai olhares atentos do investidor. A forte valorização do Bitcoin ao longo dos últimos anos certamente contribuiu muito com esse processo, trazendo ganhos expressivos a quem confiou no ativo.
Como é comum no mercado financeiro, os produtos acabam sendo formulados para atender os interesses de quem realiza os próprios investimentos. É por isso que, surfando essa tendência, diversas casas já disponibilizam fundos de investimentos que contenham exposição às criptomoedas.
No entanto, é preciso conhecer bem os riscos antes de investir nessa ou qualquer outra classe de ativos. E esse será nosso objetivo hoje: explicar como funcionam esses fundos.
O que é um fundo de criptomoedas?
Apesar de estar na moda, o fundo de criptomoedas não é tão diferente na sua essência em relação a outros fundos de investimentos — como renda fixa, ações, entre outros.
Isto é, o modelo de funcionamento é exatamente o mesmo que você provavelmente já conhece: um "condomínio de investimentos", onde diversos investidores colocam o seu capital para que um gestor faça as alocações conforme a estratégia do produto.
O que torna essa classe exclusiva, claro, é a composição do seu portfólio e o que é permitido no mandato do time de gestão: a inclusão das criptomoedas na alocação do capital dos cotistas.
No Brasil, o mais comum é que os fundos de criptomoedas realizem uma alocação de até 20% nessa classe de ativos, deixando o restante em renda fixa. O objetivo é defender o patrimônio dos cotistas, mas aumentando a relação entre risco e retorno com a inclusão de um tipo de investimento de alto risco.
Mas, afinal, o que são as criptomoedas?
Antes de seguirmos com o artigo, vale destacar que as criptomoedas são as famosas moedas digitais. E, ao contrário do que muitos acreditam, a categoria não se limita ao Bitcoin — que, por outro lado, é justamente o ativo mais conhecido.
As moedas digitais têm feito sucesso em função da diversidade de projetos que possuem, por regra, uma descentralização do mercado financeiro tradicional. Assim, evita-se o controle de entidades cujas ações podem impactar a valorização de moedas tradicionais — como é o caso dos bancos ou mesmo do governo.
Esse tipo de abordagem é mais recente, mas possui o agrupamento entre o que se chama de Finanças Descentralizadas (DeFi). A maior parte dos projetos também utiliza do formato blockchain (cadeia de blocos, em português), que é um banco de dados que armazena todas as informações sobre as negociações de forma online e segura.
Os fundos de investimentos podem investir em criptomoedas?
Uma dúvida comum em relação aos fundos de criptomoedas é se esse tipo de operação é legal. Isto é, se as gestoras estão cumprindo todas as normas ao alocar uma parcela do seu capital em uma classe de ativos de alto risco.
A resposta é positiva: sim, os fundos de investimentos podem alocar uma parcela do seu capital em moedas digitais desde que, logicamente, essa prática esteja prevista no seu regulamento.
Vale lembrar que o mercado financeiro é altamente regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, portanto, nenhuma gestora de investimentos cometeria a loucura de fazer algo ilegal. A autorização da entidade para essa classe de ativos foi realizada em setembro de 2018.
Quais são as vantagens dos fundos de criptomoedas?
Desde a liberação para que os fundos de investimentos trabalhem com criptomoedas em seus respectivos portfólios, os produtos lançados no mercado já possuem uma captação superior a dois bilhões de reais. Você já parou para pensar os motivos que fazem os fundos de criptomoedas tão populares?
Em primeiro lugar, claro, está a expectativa de rentabilidade. Existe uma altíssima volatilidade no mercado de moedas digitais, algo que impacta fortemente os investimentos da categoria tanto para cima (gerando lucros expressivos), como para baixo.
Sabemos que, de uma forma geral, boa parte dos investidores focam na análise de rentabilidade em detrimento a outros indicadores importantes. E, como as criptomoedas ofereceram ótimos retornos ao longo dos últimos anos, essa é uma característica que pesa a favor dos fundos dessa modalidade.
Além disso, fundos de investimentos reduzem um pouco o risco para o investidor individual na medida em que ele terá uma equipe de gestão profissional auxiliando na tomada de decisão. Vale reforçar que o mercado de criptomoedas possui dezenas de projetos e fazer a seleção dos que são realmente promissores não é uma tarefa simples.
Quais são os principais riscos dos fundos de criptomoedas?
A relação entre risco e retorno é uma análise clássica de qualquer produto do mercado financeiro. E não é diferente para as criptomoedas: se a rentabilidade de algumas moedas digitais foi expressiva no período recente, isso também representa uma alta volatilidade da categoria.
Isso significa que, assim como você pode encontrar um ótimo retorno com investimentos na modalidade, as perdas podem ser significativas. Entre abril e junho de 2021, por exemplo, o Bitcoin chegou a apresentar uma desvalorização de 50% no seu valor. E o investidor deve estar ciente desse cenário antes de qualquer alocação.
Outro risco importante é que o mercado de moedas digitais não possui lastro real. Isto é, os ativos ficam restritos ao ambiente online, de modo que ainda existe certa discussão sobre o futuro — embora, registre-se, a tese de descentralização financeira seja algo para ficar de olho pensando no longo prazo.
Eu posso investir em fundos de criptomoedas?
Sim! Hoje em dia, qualquer investidor já possui acesso a fundos de investimentos que realizam alocação em criptomoedas. A diferença será o nível de risco permitido nessa classe de ativos — ele é maior para investidores qualificados ou profissionais.
Para o investidor individual, contudo, existem alternativas. A primeira, até mais simples, é investir em ETFs (Exchange Traded Funds), que são os populares "fundos de índices". Na B3, nós temos alguns produtos que visam replicar um índice de criptomoedas. Veja alguns exemplos:
- BITH11 ou QBTC11: acompanha a variação do Bitcoin.
- ETHE11 ou QETH11: acompanha a variação do Ethereum.
- HASH11: é um mix de moedas digitais, com maior peso em Bitcoin, mas ajustado periodicamente.
No entanto, vale lembrar que esse tipo de estratégia utiliza uma gestão passiva, apenas replicando o índice. Para quem deseja algo mais ativo, a opção é investir em fundos de investimentos. Veja a seguir alguns fundos de criptomoedas que estão disponíveis para o investidor de varejo:
- BLP Criptoativos FIM
- BTG Pactual Bitcoin 20 FIM
- Hashdex 20 Nasdaq Crypto Index FIC FIM
- Vitreo Cripto Metals Blend FIM
Conheça mais sobre estes fundos em nossa ferramenta completa e gratuita, aqui.
Existem ainda produtos multimercados que, embora não sejam classificados como fundos de criptomoedas, possuem uma parcela do patrimônio exposta a esse mercado. É o caso, por exemplo, do Forpus Multiestratégia FIM.
Por fim, vale destacar que nenhum dos produtos acima mencionados se configuram em uma recomendação de investimento. É essencial que você entenda o seu perfil de investidor e o risco do mercado de criptomoedas antes de realizar qualquer tipo de aporte.