Focus: projeção para a inflação em 2023 sobe pela 18ª vez, de 5,33% para 5,36%
Para este ano, os economistas reduziram pela sexta vez consecutiva as estimativas do indicador – de 7,15% para 7,11%
O Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 8, mostrou nova desaceleração na mediana para o IPCA - índice de inflação oficial do País - deste ano, enquanto a projeção para 2023, foco principal da política monetária, não para de subir, ambas ainda acima do teto da meta.
Com o efeito das desonerações sobre combustíveis e energia e da queda do preço da gasolina, a estimativa para o IPCA de 2022 cedeu pela sexta semana consecutiva, de 7,15% para 7,11%. Em contrapartida, a de 2023 continua avançando, agora de 5,33% para 5,36% - a 18ª alta seguida. Há um mês, as estimativas eram de 7,67% e 5,09%, respectivamente.
Os porcentuais divulgados no Focus desta semana continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta da inflação a ser perseguida pelo Banco Central, após o descumprimento já observado em 2021, com o IPCA de 10,06%.
O alvo para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5,00%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%.
Selic fica estável em 13,75% ao ano para 2022
Após a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de que o ciclo de alta de juros pode estar perto do fim, a projeção para a taxa Selic no fim de 2022 continuou em 13,75% ao ano no Boletim Focus. Há um mês, o porcentual já era de 13,75%.
Da mesma forma, a mediana para a taxa de juros no final de 2023 permaneceu em 11,00%, de 10,50% quatro semanas antes.
No Copom da semana passada, a Selic subiu 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 13,75% e o colegiado disse que vai avaliar a necessidade de uma alta adicional, de 0,25pp, em setembro.
Conforme o documento, a previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Já a mediana para o fim de 2025 foi mantida em 7,50%, repetindo a taxa de quatro semanas antes.
PIB sobe marginalmente para 2022
Na esteira da reabertura econômica, da criação de empregos e dos fortes estímulos fiscais às vésperas das eleições, o mercado financeiro continuou melhorando as expectativas para o crescimento econômico este ano, embora de forma marginal.
Segundo o Focus, a projeção para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 avançou de 1,97% para 1,98%.
Há um mês, o aumento esperado era de 1,59%. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 continuou em 0,40% ante 0,50% um mês antes.
Dívida líquida x PIB
O boletim também mostrou manutenção na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. A mediana continuou em 59,15%, de 59,00% há um mês.
O relatório trouxe ainda estabilidade na perspectiva para a relação entre o resultado primário e o PIB deste ano, com o mercado prevendo superávit de 0,30%.
Há um mês, a mediana era positiva em 0,10%. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 continuou em 6,80% ante 6,70% de quatro semanas antes.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB caiu ligeiramente, de 63,80% para 63,70%, de 62,00% há um mês.
A mediana para o déficit primário permaneceu em 0,30% do PIB. Para o rombo nominal, a estimativa continuou em 7,70%. Os porcentuais eram negativos em 0,20% e 7,60%, respectivamente, há quatro semanas.
Balança comercial
Os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de superávit da balança comercial em 2022 de US$ 67,20 bilhões para US$ 68,03 bilhões, ante US$ 70,00 bilhões de um mês atrás, segundo a pesquisa Focus.
Para 2023, a projeção continuou em US$ 60,00 bilhões, de US$ 60,71 bilhões há quatro semanas. / com Agência Estado
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